A CPMF (0,38% sobre movimentações financeiras), assim como todas os tributos
que você paga, deve ser levado a sério — mesmo para quem não tem fortunas e faz
poucas transações financeiras. Não dá para fugir dela. Mas é possível organizar
suas finanças para pagar menos imposto. Separamos cinco dicas de profissionais
do mercado financeiro:
1. Se você recebe o salário num banco e tem uma conta conjunta em
outro, pagará CPMF toda vez que fizer transferências. A única forma de evitar
isso é deixar as duas contas idênticas, isto é, fazer com que as duas tenham o
mesmo titular: você. Nem que para isso seja preciso abrir outra conta sozinho.
Aí é só fazer as transferências com um DOC-D. Isso faz ainda mais diferença se
depois de transferir o dinheiro de uma conta para outra você fizer uma
aplicação. Corre o risco de pagar CPMF duas vezes sobre o mesmo dinheiro.
2. Escolha opções de investimento que não caiam automaticamente na sua
conta corrente a cada vencimento, como acontece com o CDB. Se não o fizer,
pagará CPMF a cada movimentação. Fundos de investimento e poupança só vão para a
sua conta corrente se você quiser. Não deixe de comparar os rendimentos
descontando o imposto.
3. Caso o seu banco ofereça opções de investimento com devolução de
CPMF, faça as contas. Deixar o dinheiro numa caderneta de poupança e receber a
CPMF de volta pode dar um retorno maior do que aplicar num fundo de renda fixa
de 60 dias e pagar a CPMF.
4. Se você é um investidor disciplinado, que todo mês coloca x% do seu
dinheiro num fundo de ações e y% em renda fixa, por exemplo, talvez seja melhor
negócio mudar a aplicação. Em vez de colocar o dinheiro em fundos diferentes e
pagar CPMF a cada transação, opte por um fundo multiportfólio que respeite a sua
tolerância ao risco. Eles combinam os investimentos em diferentes ativos, em
diferentes percentuais, de acordo com o perfil de risco do investidor. E o
administrador não paga CPMF cada vez que quiser realocar seus recursos. Se você
fizer isso sozinho não vai ter como escapar do imposto.
5. Fique atento à rentabilidade das aplicações de curto prazo. Muitos
bancos transferem automaticamente o dinheiro da sua conta corrente para um
desses fundos. Se o seu dinheiro não ficar um número mínimo de dias na
aplicação, a rentabilidade líquida no período será freqüentemente menor do que a
alíquota do imposto. Você estará pagando para investir.