Existem basicamente dois tipos de devedores: o pontual e o
usual. O devedor pontual é aquele que está momentaneamente sendo financiado,
seja porque um fato inesperado consumiu suas reservas (problema com o automóvel
ou algum tratamento médico). Ou mesmo porque conscientemente recorreu a um
financiamento (compra de imóvel, crédito educativo etc.). Já o devedor usual é
aquele que o crédito rotativo complementa o seu orçamento mensal. Estas pessoas
só conseguem manter suas contas em dia utilizando o limite do cartão de crédito
ou do cheque especial. Este problema é crônico, uma vez que os juros destas
linhas costumam ter taxas muito caras e a tendência é a dívida aumentar
comprometendo uma fatia cada vez maior do orçamento.
A facilidade de obter crédito e a falta de organização da vida
financeira são elementos motivadores para que estas pessoas “entrem” na ciranda
dos juros. Linhas de crédito pré-aprovada, adiantamento da devolução do IR e do
décimo terceiro, financiamentos sem entrada, são produtos financeiros altamente
divulgados para a população que tem conta em banco. Segundo uma pesquisa
divulgada pela Fundação do Comércio do Rio de Janeiro, 39,26% dos cariocas estão
endividados. Este número apresenta uma tendência crescente. Há um ano este
percentual era pouco superior a 20%. Isto demonstra que o orçamento doméstico
está cada vez mais apertado e a população está recorrendo a dívidas para pagar
suas contas.
A pesquisa mostra ainda que para enquadrar sua renda mensal às
obrigações financeiras, as pessoas preferencialmente deixam de pagar alguma
conta (18,62%). O segundo remédio mais utilizado é o financiamento em alguma
instituição bancária (18,49%). Outro grupo (cerca de 16%) busca ajuda junto a
parentes ou amigos para quitarem seus compromissos.
O devedor pontual tem a esperança de sair do vermelho com uma
pequena dose de sacrifício. Porém o devedor usual terá que mudar muito sua
postura para equilibrar suas finanças. Conforme citado acima, um grande causador
deste endividamento é a falta de organização financeira. Muitas pessoas
simplesmente não sabem quanto gastam. Desta forma é inviável conseguirem sair
desta situação. Mas seguindo o roteiro abaixo e uma boa dose de disciplina, há
esperança.
1.Conheça exatamente o destino do dinheiro. Para isto você deve
anotar ao longo de um mês todos os seus gastos
2.De posse desta lista, o ideal é classificar estas despesas
como essencial, obrigatória, supérflua etc. Você pode mudar estes nomes, o
importante é identificar quais despesas são obrigatórias
3.Agora você já tem condições de “enxugar” o seu orçamento
adequando-o a sua renda
4.Por último, faça um planejamento específico que permita sair
do vermelho