Você vendeu sua casa, abriu mão da churrasqueira no
quintal, das plantas no jardim, do espaço para lavar o carro no fim de semana e
teve de arrumar outro dono para o seu pit bull de estimação, que latia para
estranhos no portão? Fez tudo isso e se mudou para um apartamento em busca de
proteção contra os ladrões?
Os especialistas em segurança lamentam informar que você continua tão inseguro
quanto antes. Nos últimos dois meses, assaltantes invadiram pelo menos cinco
condomínios de alto padrão - o último ataque registrado pela polícia aconteceu
há poucos dias, em Santo André. Mas não é preciso entrar em pânico. Alguns
equipamentos eletrônicos, uma pequena mudança na arquitetura e - principalmente
- um porteiro treinado e esperto podem ajudá-lo a manter a tranqüilidade dentro
do condomínio.
Só que, antes de conhecer as regras básicas para que seu prédio não faça parte
das estatísticas da polícia, acompanhe o "teste de segurança" feito pelo JT
em sete condomínios de alto padrão da cidade, todos com guaritas próximas à
entrada. Na sexta-feira, a reportagem esteve nos bairros do Tatuapé, no Jardim
Anália Franco, região nobre da zona leste, e no Alto de Santana, na zona norte.
Para preservar o emprego dos porteiros e zeladores e não tirar o sono dos
moradores, os prédios não serão identificados. Três deles foram alvo do "teste
das flores" - a entrega de um buquê de rosas -, dois foram submetidos ao "teste
da garagem" - a entrada de um carro desconhecido no condomínio - e os dois
últimos foram "vítimas" de interessados em conhecer apartamentos para vender ou
alugar.
Resultado: todos foram reprovados, apesar das grades, câmeras, portões
eletrônicos e aparência de total segurança. Motivo: o despreparo dos
funcionários e falta de atenção dos próprios moradores.