Cuidado com determinados modelos de crenças, como aquele: "Prefiro ganhar
pouco, ter saúde e ser feliz do que ganhar muito e viver preocupado"
Quando o resultado das nossas ações não satisfaz, é preciso parar um
pouquinho e, com toda a lucidez e humildade, analisar onde podemos estar
errando. Viver despreocupadamente é o desejo que trazemos "de fábrica". Porém,
em muitos momentos, deixamos de assumir o controle de nossos pensamentos,
sentimentos e atitudes, uma auto-sabotagem que confundimos com uma
pseudo-tranquilidade.
Não é raro depararmos com amigos que miram duas opções extremas de vida.
Percebem apenas o oito e o oitenta, esquecendo-se das 72 opções que existem
entre eles, das sete que antecedem o oito e do infinito que sucede o oitenta.
"Prefiro ganhar pouco, ter saúde e ser feliz do que ganhar muito e viver
preocupado" é o tipo de crença instalada que nos serve de justificativa para a
nossa falta de mobilização e o nosso medo - sim, o medo - de assumir o controle.
Quem disse que não é possível ganhar bem, ter saúde e ser feliz? Essa
dissociação entre dinheiro e felicidade, tratados como universos antagônicos,
estabelece em nós um padrão limitante de crenças. A partir desse modelo,
idealizamos nossos pensamentos, que rascunharão nossos sentimentos, que comporão
nossas atitudes e, finalmente, materializarão nossos resultados. O dinheiro é
uma energia neutra e sua polarização está nas nossas mãos: é possível tratá-la
como algo sujo, que corrompe e demoniza ou como algo que promove mudança,
movimenta a economia, gera trabalho, fomenta a tecnologia e todas as outras
esferas de prosperidade que a nossa inteligência pode imaginar.
Além do dinheiro, as demais energias neutras à nossa disposição - como o
trabalho, o tempo, a fé, a ciência e os relacionamentos, entre outras - estão
sujeitas ao nosso padrão mental. A possibilidade de inovação desse padrão é uma
realidade, mas a decisão em adotá-la e monitorá-la é individual. O nosso modelo
de crenças, ou padrão mental, é o mapa que vai nos orientar no campo da ação, e
devemos estar conscientes que, entre mapa e terreno, existem variáveis
controláveis e incontroláveis.
Daí a necessidade de avaliar cada passo, parando de tratar tudo como fruto do
acaso ou do "azar que me ungiu quando nasci" - outro modelo de crença. No oposto
do espírito da inovação está o espírito da lamentação. Quando o padrão mental é
de lamentação, o resultado que se atinge, invariavelmente é o de uma vida
lamentável.