Quando o assunto é optar por qual carreira seguir existem, basicamente, três
tipos de pessoas: aquelas que já sabem exatamente o que querem ser desde que
tinham 5 anos de idade; aquelas que estão em dúvida entre algumas possibilidades
e, também, aquelas que não fazem a menor ideia e estão completamente perdidas.
Se você não decidiu que seria médico quando ainda brincava com seus vizinhos,
ou que seria um engenheiro elétrico ao desmontar e montar os aparelhos
eletrônicos da sua casa, saiba que seu futuro profissional não está perdido.
Optar por uma ou outra carreira é, antes de tudo, um momento de reflexão.
Assim, para tomar essa decisão e minimizar as chances de frustração, a
recomendação é que o jovem sente, pense e tente responder as perguntas que
seguem, elaboradas em grande parte pela gerente da Cia de Talentos Carreira,
Bruna Dias.
1- Quem eu quero ser? De acordo com Bruna, a decisão da carreira deve
estar atrelada com a identidade da pessoa. Ou seja, ser feliz profissionalmente
falando, depende se a profissão vai completar o indivíduo quanto aos seus
desejos perante a sociedade. Na prática, a lógica é a seguinte: se uma pessoa
opta por uma carreira só porque é financeiramente interessante e está de acordo
com suas habilidades, em um determinado momento ela poderá perceber que esses
aspectos não são suficientes e vai acabar se frustrando.
Ou seja, pense no que você gostaria de contribuir com a sociedade, seja
ajudando os outros, como no caso dos médicos, seja ensinado as pessoas, no caso
dos professores, ou deixando sua marca nas construções da cidade, sendo um
engenheiro civil.
2 - Minha escolha está baseada nas minhas afinidades escolares? Você
gosta e é bom em matemática ou tira as melhores notas da turma em história? Isso
é ótimo, mas cuidado. Optar por fazer graduação em história, por exemplo, pode
ser um equívoco. Lembre-se que o ambiente profissional é um mundo bem diferente
do acadêmico. A atuação profissional na prática tem uma dimensão muito maior do
que sua afinidade com o assunto na escola.
Isso quer dizer que a carreira tem elementos como a dinâmica de trabalho, ou
seja, profissões que exigirão mais ou menos de você.
A sugestão é: converse com profissionais que já atuam na área há algum tempo
e explore-o bastante. Pergunte como é a rotina de trabalho, o que ele faz
exatamente, porque ele gosta e descubra os desafios. Com isso, sua escolha
poderá ser muito mais assertiva.
3 - Quais minhas habilidades naturais? Muitas pessoas não dão a devida
importância as habilidades naturais. “Por serem naturais muitos nem as
percebem”, observa Bruna. A sugestão aqui é conversar com pessoas que convivam
com você. Descubra em quais pontos você é forte e onde as pessoas percebem seus
diferenciais. As pessoas podem mostrar muitas características nos trabalhos
escolares, dentro de casa e em jogos, por exemplo, e isso ajuda a traçar seu
mapa de habilidades.
4 – Remuneração - Essa é uma questão bastante delicada, principalmente
porque os jovens tendem a ser deslumbrados e acreditam que o dinheiro nem sempre
importa. Acontece que talvez ele não importe agora que seus pais são os
responsáveis por suas contas, mas quando a situação se inverter e você passar a
ser o responsável, isso pode gerar muitos problemas, como geram para muitos
profissionais.
Optar por uma carreira que não seja promissora financeiramente não é errado,
mas é preciso estar disposto a arcar com isso no futuro.
5 - Qual a rotina de trabalho desejo ter? Antes de mais nada,
lembre-se que você vai trabalhar por uns bons 40 anos. Por isso, é importante
refletir sobre o tipo de rotina você deseja ter. Portanto, avalie cada opção de
carreira, observando como é o dia a dia dos profissionais e tente identificar
qual rotina tem mais a ver com você.
6 - Como está o mercado de trabalho desta área? Bruna também sugere
que o jovem avalie como está o mercado de trabalho da área que escolheu. Mas
essa avaliação não deve ser determinante, mesmo porque, em 4 ou 5 anos, a
realidade pode mudar bastante, e ter escolhido um profissão apenas por conta do
momento do mercado terá sido um grande erro.
7 - Estou sendo influenciado pela minha família? A família pode ajudar
muito no processo de escolha da carreira do jovem. O problema é que ela também
pode atrapalhar. Muitos pais querem que os filhos sigam a carreira que eles
escolheram, ou que se formem em Administração de Empresas para, futuramente,
serem o responsável pelo negócio da família.
Por outro lado, Rosemary Aparecida Araújo, especialista em Psicanálise, ainda
observa que "os jovens, muitas vezes, querem seguir a profissão de alguém da
família como forma de dar continuidade àquela saga da qual têm orgulho". No
entanto, isso não quer dizer que exista realmente uma aptidão para a área.
8 - Quais são os profissionais reconhecidos desta área? Olhar os
profissionais de destaque da área que você pretende seguir pode ajudar a ter uma
noção maior de como será o seu futuro. Essa análise ajuda a entender quais
competências você precisa ter e as que precisa desenvolver, por exemplo.
9 - O que te motiva? Trabalhar diariamente e por muitos anos requer
motivação. Se você optar por uma carreira que não te motiva constantemente as
chances de frustração serão altas. Então, avalie econsidere isso ao optar por
uma carreira.
10 – Observei todos os aspectos? No final, quando você achar que
estiver decido, pare, pense e repasse. Você considerou sua auto-análise, ou
seja, seus pontos fortes, fracos, habilidades, vocação e limitações? Você
Analisou bem as carreiras? E, por fim, fez uma boa avaliação do mercado? Se sim,
você está pronto para seguir adiante.