O rápido envelhecimento da população de mais de 80 anos e o maior número de
mulheres idosas estão entre as conclusões do Diagnóstico do Envelhecimento no
Brasil. O estudo, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à Fome e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, foi divulgado hoje , dia
04 de setembro, durante o seminário Projeto Pessoas Idosas, Dependência e
Serviços Sociais.
De acordo com o professor de gerontologia da Universidade Católica de
Brasília (UCB) Vicente Faleiros, que ajudou a elaborar o relatório, está havendo
um crescimento maior da população com mais de 80 anos do que o conjunto geral de
idosos. As doenças de caráter degenerativo (como Alzheimer e Parkinson) também
estão predominando em relação às doenças de caráter infeccioso na população
idosa.
`Enquanto o conjunto dos idosos está aumentando em torno de 3,5% ao ano, os
idosos com mais de 80 anos estão aumentando 4,7% ao ano. Então, já temos no
Brasil hoje os idosos jovens, que são os idosos de 60 até 70 anos, os idosos
medianamente idosos, de 70 a 80 anos, e os muito idosos`, explicou o professor.
O subsecretário de Promoção Humana da SEDH e presidente Nacional do Conselho do
Idoso, Perly Cipriano, afirmou que o envelhecimento é um fenômeno mundial.
Segundo ele, há hoje no mundo 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos.
O Brasil tem 18 milhões de idosos nessa faixa etária, mas, segundo
levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para 2020, a
estimativa é de que 12% da população brasileira seja de idosos, cerca de 31
milhões de pessoas.
`Então, é preciso que a sociedade se prepare para esse fenômeno. As pessoas
estão vivendo mais, mas precisam viver mais com qualidade de vida. Não basta
viver mais, mas viver com qualidade de vida. É preciso preparar a sociedade
desde o dia em que a pessoa nasce`, disse Cipriano. Ele defende a criação de uma
rede de atendimento ao idoso, onde se tenha desde a previdência, até saúde,
esporte, lazer e cultura.
Os dados brasileiros farão parte de um plano de cooperação técnica proposto
pela Organização Ibero-Americana de Seguridade Social (OISS) aos países que
fazem parte do Cone Sul (Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai). O plano
da OISS tem como objetivo final estruturar um observatório sobre o
envelhecimento nesses países, um espaço para consultas e, ao mesmo tempo, uma
central de informações sobre a terceira idade.
Após o recebimento do diagnóstico dos países do Cone Sul, o Projeto Pessoas
Idosas, Dependência e Serviço Social fará a apresentação de um plano geral de
ação, nos dias 21 e 22 deste mês, em Santiago (Chile). A inauguração do
Observatório sobre o Envelhecimento será em dezembro, em Buenos Aires
(Argentina).
As informações são da Agência Brasil. (Redação - InvestNews)
Gazeta Mercantil