Quando se fala de planejamento financeiro, um dos primeiros passos
recomendados é saber quanto se ganha e quanto se gasta, discriminando receitas e
despesas na planilha de orçamento.
Em relação às receitas, não há segredo: pode ser o salário ou qualquer outro
tipo de rendimento que a pessoa recebe. Quanto às despesas, descrevê-las também
não parece muito difícil: elas vão desde os gastos básicos, com alimentação,
pagamento de contas de consumo, como água, luz ou telefone, por exemplo, até as
realizadas com lazer.
Se conhecer quais são os tipos de despesas pode ser fácil, saber como gastar,
sem desperdício e até economizando, pode parecer um pouco mais complicado.
Afinal, conforme afirma o educador e planejador financeiro Marcos Silvestre, no
livro 12 Meses para Enriquecer, equilíbrio financeiro não quer dizer apenas
empatar entradas (receitas) e saídas (despesas). É preciso dar o melhor destino
aos diversos tipos de pagamentos que fazemos todos os dias.
“Dinheiro foi feito para gastar, mas de forma eficiente (exatamente o
necessário) e eficaz (somente com o que interessa)”, ensina o autor, lembrando
que a melhor definição para economizar é se planejar para dar um destino mais
importante para os recursos que se tem em mãos.
Gastar melhor
Para ajudar na tarefa de como realizar melhor os nossos gastos, o educador
financeiro dá as seguintes orientações:
Para economizar, terá de aprender a gastar mais: isso não quer dizer
gastar mais dinheiro, mas, sim, usar as coisas que compramos até gastarem. Esse
hábito dos nossos avós, que devemos resgatar, não só ajuda a preservar o
orçamento, como também o meio ambiente, já que contribui para diminuir, por
exemplo, a quantidade de lixo que se produz quando se jogam fora produtos que
ainda têm condições de serem utilizados.
Para conseguir economizar, é preciso saber comprar mais: como exemplo,
o autor chama a atenção para o fato de as pessoas geralmente deixarem para
renovar o guarda-roupa bem no meio da estação, quando podem fazer isso com
antecedência e comprando em grandes quantidades, no atacado. Assim, diz
Silvestre, se você encontrar preços que realmente compensem, vale a pena comprar
um pouco mais.
Se quer economizar, procure comprar do mais caro: conforme lembra o
educador, o que vai determinar se um produto é mais caro ou mais barato, se vai
pesar mais no orçamento, não é apenas o valor de aquisição, mas principalmente
quantas vezes você vai querer e poder usar aquilo que comprou. “A conta certa é
dividir o valor do bem comprado pelo número de vezes que ele será utilizado,
proporcionando benefício a você”. Seguindo esse raciocínio, uma blusinha de R$
30, considerada uma pechincha, mas que tem pouca qualidade e, por isso, só pode
usada seis vezes, tem um custo de R$ 5 por ocasião que é utilizada, enquanto uma
blusa de R$ 95, de melhor qualidade, que pode ser usada umas 24 vezes, tem custo
de R$ 4 por uso, ou seja, 20% de diferença.
O autor também alerta para os chamados gastos supérfluos e para a dificuldade
em defini-los, já que não é possível padronizá-los. Cada um de nós deve saber
estabelecê-los. Por isso, ele recomenda que se faça as seguintes perguntas antes
de sair por aí gastando:
- Se eu não fizer esse gasto agora, isso vai me fazer muita falta nos
próximos seis meses?
- Tenho o suficiente para pagar à vista, sem fazer mais uma dívida?
- Eu creio realmente que este é o melhor jeito de gastar esse determinado
valor, em comparação a outras formas de desembolsá-lo?