A busca por um profissional para integrar a equipe muitas vezes é cansativa e
trabalhosa. O gestor, em parceria com o departamento de RH (Recursos Humanos) da
empresa, avalia os currículos, realiza entrevistas, analisa os históricos
profissionais e os resultados dos testes psicológicos.
Após todo este processo, um profissional é escolhido e a contratação é feita.
Entretanto, após um período, o gestor chega à conclusão que esta não era a
pessoa ideal.
Para a coordenadora de Recursos Humanos da Quality Training RH, Danielle
Filizola, o líder percebe que fez uma contratação errada no primeiro mês. “Em 30
dias, o gestor percebe que a contratação não foi bem sucedida”, ressalta.
Segundo a especialista, é fundamental que neste período ele dê feedbacks das
atividades desenvolvidas ao recém-chegado e o oriente para que ele desempenhe
seu trabalho da melhor maneira. O líder deve aproveitar o contrato de
experiência para agir. Vale lembrar que o documento vale por 45 dias, podendo
ser renovado por mais 45 dias.
Retorno negativo
Se durante este período o funcionário não apresentou melhora e deixou a
desejar, o líder deve procurar alternativas. De acordo com Danielle, a primeira
é inserir o profissional em um programa de treinamento intensivo. Nesta
situação, a empresa investe no potencial do profissional.
A segunda opção é tentar um remanejamento dentro da própria empresa. Muitas
vezes o profissional pode se adequar melhor em outro departamento e atividade.
Em último caso, o gestor deve optar pela demissão do profissional.
Sobre a demissão, a diretora-executiva da Ricardo Xavier Recursos Humanos,
Izabel de Almeida, explica que a questão é mais delicada especialmente se o
profissional estava trabalhando e foi assediado pela empresa do gestor para
mudar de emprego.
“Não é porque o profissional trabalhou no concorrente ou na empresa líder do
segmento que ele se encaixará na outra empresa. Se a empresa o contratou e não
deu certo, é importante que ela ofereça um serviço de outplacement”. O serviço
de outplacement é uma consultoria de transição, em outras palavras, auxilia o
profissional na recolocação profissional.
Como evitar
A palavra-chave para evitar que contratações erradas aconteçam é
planejamento, ou seja, o processo seletivo deve ser muito bem feito,
considerando especialmente as competências comportamentais do profissional. “As
empresas avaliam o candidato tecnicamente, mas não cruzam estes dados com o
perfil comportamental. O comportamento é decisivo nas demissões”, diz Izabel.
Além disso, o gestor deve analisar o seu próprio perfil, para saber se terá
afinidade com o colaborador. Somado à isso, o líder deve ter clareza do tipo de
profissional que melhor se encaixará na vaga e se a oportunidade oferecida é
compatível à realidade do mercado.
Por fim, Danielle aconselha que o gestor busque o máximo de informações dos
candidatos, especialmente nas empresas em que eles já trabalharam.