Quando o assunto é investimento, pesquisar, comparar e escolher as melhores
opções disponíveis do mercado são as principais recomendações dos especialistas.
E se você decidir investir por meio de uma gestora de recursos (asset
management)? Já parou para pensar se é melhor optar por alguma que esteja ligada
a um banco ou por uma independente, sem vínculo com nenhuma instituição
financeira?
Segundo especialistas, não há uma diferença significativa entre os produtos
disponibilizados em uma e outra. “A rigor, os fundos têm as mesmas
características. Não é o fato da asset ser independente ou de banco que
diferencia um fundo de outro”, afirma o professor do LabFin (Laboratório de
Finanças), Keyler Carvalho Rocha.
O especialista da MoneyFit, André Massaro, concorda. Segundo ele, o mais
importante é que a asset seja autorizada a operar pela CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e cumpra com os requisitos técnicos exigidos pelo órgão regulador.
“Se a gestora for autorizada e estiver dentro dos pré-requisitos exigidos, você
pode analisar os fundos e investir ”, afirma.
Dados do fundo
Para Rocha, independente da asset ser administrada por um banco ou não, o
mais importante é observar as características dos fundos e os dados como
histórico de rentabilidade, para que o investidor consiga ter um parâmetro
melhor na hora de escolher por determinado produto.
“Apesar de rentabilidade passada não ser garantia de boa performance no
futuro, olhar para o histórico do fundo é importante para que o investidor
consiga comparar o desempenho de diversos fundos antes de tomar a sua decisão”,
afirma Rocha.
A opinião é compartilhada por André Massaro. “É importante olhar a
performance do gestor, a consistência daquele fundo ao longo dos anos antes de
decidir onde investir”, aconselha.
Taxas de administração
O professor do LabFin ressalta que outro ponto fundamental a que o
investidor deve se atentar é a taxa de administração. Ele lembra que, no longo
prazo e dependendo do montante aplicado, pequenas diferenças na taxa de
administração podem resultar em um rendimento líquido bastante inferior (ou
superior). “Uma diferença de 0,5% pode afetar bastante a rentabilidade”, diz.
Rocha também aponta que, em muitas gestoras, quanto maior o valor investido
menor a taxa de administração. “Se você tem R$ 200 mil para investir, geralmente
consegue taxas menores do que aqueles que têm R$ 2 mil”, diz .
Segundo ele, algumas gestoras independentes podem oferecer taxas menores do
que as dos bancos, para trazer mais atratividade aos seus clientes. “Aplicar por
meio do banco onde se é correntista é mais cômodo para o investidor. Então, em
algumas assets independentes, as taxas de administração são menores justamente
para que o investidor tenha um estímulo maior para investir por meio delas”,
afirma Rocha.
Mais estrutura
De acordo com Massaro, os bancos podem ter uma pequena vantagem em relação
às gestoras menores quando o quesito é infraestrutura. “Geralmente, assets de
bancos possuem uma equipe maior, tem mais gente no time de análise e mais
recursos”, afirma.
Ao mesmo tempo, ele ressalta que as assets independentes costumam
disponibilizar produtos mais customizados e adaptados às necessidades dos
clientes. "Com menos dinheiro, as assets menores têm produtos mais específicos,
que podem ser interessantes para alguns investidores", diz.
Segurança
Em relação à segurança, os especialistas afirmam que não existem diferenças
entre optar por uma asset independente e uma gestora de banco. Isto porque, em
caso de quebra da instituição, o fundo não é afetado, já que o dinheiro está
investido em outros ativos, como ações, ou títulos públicos, por exemplo.
“O seu dinheiro está garantido pelas clearings (câmaras ou prestadoras de
serviços de compensação e liquidação de ativos), como a CBLC (Câmara Brasileira
de Liquidação e Custódia), que custodia as ações, e a clearing de Ativos, que
compensa as operações com títulos de renda fixa”, afirma Massaro.