Ao contrário do que muitos possam imaginar, as negociações para contratar
novos talentos nas empresas têm sido mais rápidas e flexíveis, afinal, são
muitos os empregadores que perceberam que a demora neste processo pode causar
prejuízos, especialmente no que diz respeito à aquisição de bons profissionais.
"O ritmo de negócios do País exige processos mais ágeis, porém não menos
qualificados. Seleções muito longas trazem desvantagens às empresas que podem
perder bons profissionais para a concorrência", diz o diretor nacional de
educação da ABRH-Nacional (Associação Brasileira de Recursos Humanos), Luiz
Edmundo Rosa.
Isto ocorre, em parte, por conta da ausência de profissionais qualificados
nos mais diversos setores. Até mesmo quem trabalha no agronegócio, por exemplo,
precisa entender de logística e tecnologia, já que a produção se mostra cada vez
mais mecanizada.
O comércio também não fica atrás, pois com novas tecnologias aumenta-se
também a necessidade de profissionais preparados para a venda de produtos aos
consumidores - estes, cada vez mais exigentes.
Menos experiência
Com a falta de mão-de-obra qualificada, ganha quem for mais rápido e
flexível. Por esta razão, muitas empresas têm adequado suas exigências à
realidade do mercado e, não raro, acabam optando pela contratação de
profissionais menos experientes.
Para Rosa, o empregador precisa entender que estará escolhendo o 'melhor
profissional' entre os regulares e, por isso, aceitar um candidato que não
domina perfeitamente a tecnologia pode ser um bom investimento, desde que o
mesmo se destaque nos processos de avaliação e seleção.
Neste caso, a contratação precisa ser certeira para que o empreendedor tenha
garantias do retorno de tal investimento e não corra o risco de ver o
profissional utilizando-se do conhecimento adquirido como trampolim para migrar
para outra empresa.
Investimento interno
Uma alternativa para quem deseja evitar os transtornos dos processos de
seleção é estar atento aos talentos já existentes no próprio quadro de
funcionários da empresa. Muitas vezes, é lá que se encontram os profissionais
mais aptos para receberem investimentos à longo prazo.
"Quem não aposta no pessoal de dentro da casa, pode ver seus melhores
empregados sendo levados pela concorrência. Uma situação nada agradável neste
período de escassez", explica .
Avaliação criteriosa
Para evitar uma saia justa durante a entrevista, o ideal é que, ao
participar de um processo de seleção, os candidatos saibam o máximo de
informações sobre a empresa em questão: fiquem por dentro dos investimentos,
transações comerciais e tecnologias utilizadas pelo empregador.
"Serão mais bem avaliados os profissionais pró-ativos, bem como aqueles que
mencionarem na entrevista como poderão contribuir para que a empresa realize seu
objetivo estratégico", avalia Rosa.