Carreira / Emprego - Chefes também devem ser um pouco maus, revela pesquisa
Ter um chefe arrogante, dramático, inflexível e narcisista pode ser
considerado um pesadelo para a maioria dos profissionais. Entretanto, um estudo
realizado pela Universidade de Nebraska e publicado pelo periódico The
Leadership Quartely revela que estas características não são tão negativas
quanto parecem.
“Mae West disse que quando ela é boa, ela é boa. Mas quando ela é má, ela é
ainda melhor. Optamos por investigar características do chamado 'lado escuro'.
Seria possível que eles podem ser benéficos em alguns contextos? Para alguns
deles, verifica-se que a resposta foi afirmativa”, explica o professor ajunto de
Administração da Universidade e autor do estudo, Peter Harms.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores avaliaram durante três anos o
desenvolvimento de 900 cadetes da Academia Militar dos EUA.
Resultados
O estudo indicou que ser cético em excesso pode ser ruim para o
profissional, mas ser cauteloso ou hesitante foi associado ao maior desempenho e
desenvolvimento de habilidades de liderança ao longo dos anos. Os dados indicam
também que ser narcisista e dramático também pode ter reflexo positivo no
desenvolvimento da liderança.
“Por si só, esses traços têm efeitos relativamente pequenos, mas quando
agregados, eles desempenham um papel importante na determinação de quais cadetes
desenvolveram habilidades de liderança”, disse Harms.
Sem exageros
Apesar de ajudar no desenvolvimento da liderança, o pesquisador ressalta que
estas características em excesso não tornam a pessoa um grande líder.
Como exemplo, a pesquisa cita o narcisismo que ocorre durante uma entrevista de
emprego. Neste momento, o chefe narcisista demonstra segurança e autoconfiança.
Mas, em exagero, esta característica de se colocar à frente dos outros pode
levar ao atrito com os outros colegas.
O estudo afirma ainda que as descobertas realizadas podem ser usadas para
adaptar os programas de treinamento de executivos e programas de liderança. “As
organizações devem tomar essas características em conta na tomada de decisões
relativas à formação e promoção”, finaliza Harms.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Karla Santana Mamona
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