Para reconhecer uma pessoa dramática, não é necessário fazer uma análise
muito profunda. Basta analisar suas reações diante de uma dificuldade,
imprevisto ou até em situações rotineiras. Geralmente, os dramáticos são
conhecidos por “fazer uma tempestade em copo d'água”.
A psicóloga e psicoterapeuta Clarice Barbosa afirma que a principal
característica de uma pessoa dramática é o exagero nas emoções. “Estas pessoas
perdem o controle emocional, muitas vezes são inseguras. Elas utilizam o drama
de maneira inconsciente para se beneficiarem”, diz.
A especialista acrescenta também que estes profissionais tendem a culpar sempre
os outros caso algo ocorra de maneira inesperada. “A convivência com pessoas
assim é difícil porque elas sempre estão se defendendo”, explica.
Chefes dramáticos
No caso do líder dramático, a situação pode piorar, já que este profissional
causa instabilidade e insegurança na equipe que coordena. Clarice afirma que os
subordinados ficam inseguros porque não sabem como o chefe irá reagir.
Além disso, este chefe considera somente o seu ponto de vista. “Estas pessoas
não têm habilidade em lidar com as pessoas”, alerta Clarice.
Todas estas características atrapalham o andamento do trabalho, já que as
equipes de chefes dramáticos têm alta rotatividade de profissionais. Os
dramáticos também prejudicam a sua carreira porque perdem credibilidade e
tornam-se motivo de chacota da empresa.
Como lidar
No caso de profissionais que trabalham com um chefe dramático, é indicado
que a pessoa não discuta com o líder no momento em que ele estiver com as
emoções exaltadas. “Não bata de frente com ele na hora que ele estiver nervoso.
Procure conversar depois que ele estiver mais calmo”, aconselha a psicóloga.
Clarice orienta ainda que, caso o feedback do profissional não tenha surtido
efeito, uma dica é conversar com o chefe da pessoa dramática. “Estas pessoas
precisam trabalhar seus limites. Neste situação, o superior imediato pode
ajudar”, diz.
Feedback indireto
Já o diretor de Projetos da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Vladimir
Araújo, explica que uma das maneiras de apontar que o chefe está exagerando é
dar o feedback por meio do próprio trabalho.
“O melhor feedback é o próprio trabalho. Se o profissional mostrar bons
resultados dentro do que foi proposto, mostrará que o drama não era necessário”,
declara.
Drama positivo
Araújo diz ainda que o drama da maneira certa pode ajudar uma equipe, já que
o chefe dramático pode evitar erros e atrasos.
“O excesso de otimismo também é prejudicial porque a equipe pode pensar que tudo
vai dar certo. Neste caso, um pouco de drama pode ajudar. Nada pode ser
exagerado. É necessário manter o equilíbrio”, finaliza.