Hoje em dia, a sustentabilidade se tornou uma das grandes buscas das
empresas. Isso porque ela agrega um valor muito grande à marca, ajudando a
conquistar mais consumidores e clientes. Mas, dentro desse tema grandioso, você
sabe o que é o Green Economy?
"Eu acho que a grande notícia, aqui no Brasil e no mundo todo, é a emergência do
tema da economia verde", alerta Aron Belinky, colaborador do Instituto Vitae
Civilis, em projetos como as atividades da Green Economy Coalition no Brasil.
"Com toda a crise econômica mundial e todas as preocupações que estão aparecendo
sobre o aquecimento global, está claro que nós estamos redesenhando um sistema
econômico".
O problema é que a economia não muda como um "farol de trânsito", que de repente
vai do vermelho para o verde, compara o também coordenador-geral do seminário
Diálogos Nacionais – Rumo à Rio+20. Essa mudança faz parte de um processo que
leva tempo.
Porém, apesar do longo prazo, já há o que comemorar, pois estão envolvidas
pessoas dos mais variados setores da sociedade, como governos, empresariado,
países desenvolvidos e em desenvolvimento, sindicatos, entre outros. "Todos
estão olhando e procurando soluções sustentáveis que sejam aplicadas no aqui e
agora", diz Aron.
Crescimento sim, mas com sustentabilidade
O termo Green Economy não deve ser traduzido simplesmente como economia
verde, mas Aron prefere tratar de uma economia verde e inclusiva. "Ela traz a
ideia de que, quando falamos em verde, não estamos tratando apenas da questão
ambiental, mas falamos de uma economia que também é frutífera para as pessoas e
para o bem-estar da sociedade como um todo".
Mas o que muitas empresas não entendem é que é possível conciliar
sustentabilidade com crescimento econômico, tão característico da sociedade
capitalista. "Certamente, a economia como um todo vai precisar crescer, porque
cada vez mais pessoas precisam ter acesso a bens e serviços que hoje elas não
têm", avalia Aron.
De acordo com o presidente do Instituto Amanhã, Jorge Polydoro, "é necessário
mudar os produtos, pois as pessoas vão continuar querendo geladeira, por
exemplo, e se ela tiver menos consumo de energia e um preço competitivo, ela vai
ser mais comprada".
A diferença de quem pensa em uma economia verde e inclusiva é entender que esse
acesso a bens e serviços precisa ser feito com consciência e não ser tão
perdulário. "Isso vale tanto para ricos como para pobres, tanto para quem já
está estabelecido quanto para quem é emergente. Se a gente achar que dá para
viver como os americanos, os brasileiros mais ricos ou europeus, naquilo que se
refere à desperdício, o mundo não vai dar conta e não será bom para ninguém",
destaca Aron.