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Seguros - Seguro de carro mais barato para mulheres é justo, dizem especialistas 

Data: 02/03/2011

 
 
Uma decisão da corte de Justiça europeia, anunciada nesta semana, determinou que as empresas seguradoras devem cobrar taxas iguais de homens e mulheres, o que coloca um fim à cobrança de valores mais baixos para motoristas do sexo feminino.

A decisão foi tomada com base na alegação de um grupo belga de defesa do consumidor de que a cobrança de um valor maior para os homens fere o princípio de igualdade de gênero.

No Brasil, profissionais de seguros não acreditam que esta lei poderia ser implementada. Para o presidente do Clube dos Corretores de Seguros do Grande ABC, Marcelino Odlevati, o setor de seguros brasileiro é "bastante maduro” e essa diferença de preços entre motoristas do sexo masculino e feminino é uma maneira justa de tarifar o serviço, de acordo com o perfil de risco de cada motorista.

“Não faz muito tempo, o valor do seguro era de 10% o valor do carro, independente do condutor ser homem, mulher ou qual idade tivesse. Com o perfil, a seguradora passou a determinar quem é o condutor e a cobrança ficou mais justa”, afirma.

Excessos
Para Odlevati, o maior problema da criação dos “perfis” do motorista para o estabelecimento do preço do seguro é a seguradora cometer algum excesso.

“Existem seguradoras que fazem 18, 19 perguntas para a avaliação de risco do condutor. Algumas vezes, depois que você responde o questionário, algumas daquelas informações podem mudar e você pode esquecer de comunicar essa alteração e a seguradora coloca isso como uma justificativa para negar o pagamento do seguro. Neste caso, eu não concordo”, ressalta.

Para a coordenadora da ProTeste - Associações de Consumidores, Maria Inês Dolci, as seguradoras podem até fazer uma diferenciação com base no perfil de risco, mas devem deixar bem claro para os clientes quais são os critérios analisados. “O maior problema é que, no Brasil, os critérios analisados não são nada claros”, diz Maria Inês.

Segundo ela, as seguradoras devem sempre informar para o cliente pelo que ele está pagando e o motivo do valor ser mais alto, no caso dos homens e jovens, por exemplo. “A diferença de preço também não pode ser muito grande”, afirma.

Score bancário
Segundo Odlevati, no Brasil, existe uma tendência de que a classificação do condutor com base no seu perfil de sexo e idade seja substituída gradualmente pelo “score bancário”. Ou seja, a seguradora deverá analisar o CPF e os dados de crédito dos motoristas para estabelecer o valor do seguro.

“As estatísticas mostram que aqueles que possuem maior endividamento são responsáveis pelo maior número de sinistros”, aponta.

De acordo com o profissional, isso acontece, em primeiro lugar, por má-fé de alguns. “Tem aquelas pessoas que dão um 'jeitinho' de fazer um sinistro no carro para receber o valor do seguro”, diz.

Em segundo lugar, as pessoas com mais dívidas e que passam por mais dificuldade financeira costumam investir menos na manutenção do veículo. “Muitos acidentes acontecem porque o motorista não fez as revisões ou os reparos necessários”, conclui.


 
Referência: InfoMoney
Autor: Equipe InfoMoney
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