Perfil arrojado, conservador, moderado. Cada investidor tem as suas
preferências em relação aos tipos de aplicação que pretende utilizar e aceita
determinado tipo de risco para multiplicar seus rendimentos.
Por isso, é importante montar uma carteira de investimento adequada para cada
perfil, que se molde às preferências e às características da pessoa que está
aplicando o dinheiro.
De acordo com o educador financeiro Álvaro Modernell, sócio-fundador da Mais
Ativos, em primeiro lugar, é fundamental ressaltar a importância da
diversificação da carteira. “E para diversificar não é só sair por aí espalhando
o dinheiro em vários investimentos diferentes, como algumas pessoas pensam”,
afirma.
Segundo o profissional, o investidor precisa tomar muito cuidado com essa
diversificação e não pode escolher aleatoriamente qualquer investimento. “Tem
que estudar, ver qual é a melhor aplicação, qual se encaixa melhor naquele
momento, pesquisar tudo isso”, diz o especialista.
O professor de finanças da BBS (Brasilian Business School), Ricardo Torres,
tem a mesma opinião. “É importante estudar cada um dos investimentos e verificar
quais mais se adequam às suas necessidades”, afirma.
Para o professor, quanto mais o investidor estiver familiarizado com
determinado tipo de investimento e mais informações possuir sobre ele, menores
são as chances de perder dinheiro. "Quanto mais você estudar, menor o risco que
vai correr", diz.
Perfil do investidor
Modernell lembra que o investidor pode acessar alguns sites que
disponibilizam programas com questionários para descobrir qual é o seu perfil em
relação aos investimentos. “Você responde a algumas perguntas e eles traçam o
seu perfil”, diz. Mas ele também ressalta que a maioria das pessoas já tem uma
noção de qual é seu perfil e o quanto de risco aceita tomar.
Além disso, ele ressalta que o fato do investidor ter um perfil mais arrojado
não é motivo para que ele aloque todo o investimento em renda variável. “É
preciso ponderar e levar outras coisas em consideração”, diz Modernell.
Já segundo Torres, de certa forma, todos os investidores são conservadores.
“Me aponte uma pessoa que goste de perder dinheiro e correr muitos riscos”,
desafia.
Arrojado
Seguindo seu pensamento, Modernell defende que quem tem o perfil de
investidor agressivo e aceita aplicações de maior risco, como ações e fundos de
ações, pode deixar pelo menos de 10% a 20% em renda fixa, como CDB ou títulos do
Tesouro Direto. “Se tudo der errado e o mercado cair muito, as contas podem ser
pagas”, exemplifica.
Segundo Torres, o importante antes de qualquer tipo de investimento é traçar
um objetivo e verificar qual o tempo que se tem disponível até o resgate da
aplicação. “Uma coisa é você investir em ações com prazo de 1 ano e outra é
investir pensando em vender depois de 15 anos. Quanto menor o tempo, maior o
risco neste tipo de investimento”, aponta.
Conservador
Já para quem é conservador, segundo Modernell, o ideal é colocar a maior
parte do valor, cerca de dois terços do total, em investimentos de renda fixa,
como por exemplo o CDB, Tesouro Direto e até mesmo a poupança.
Segundo o educador, mesmo que esse investidor tenha uma aversão maior ao
risco, ele também pode alocar uma parte do montante, entre 10% a 20%, em renda
variável, para “dar um tempero” na carteira. “Assim, ele vai ter um pouco de
risco, mas nada muito preocupante. E também terá mais oportunidades com seus
investimentos”, diz
Moderado
De acordo com ele, os "moderados" são aqueles que conseguem mesclar o risco
da renda variável com a segurança de investimentos em renda fixa, por exemplo.
"São pessoas que arriscam, mas não tanto a ponto de perderem tudo e ficarem
completamente desamparadas”, afirma.
Para esses casos, ele afirma que o ideal é alocar um terço do montante total
disponível para investimento em renda variável, um terço em renda fixa e o
restante acrescentar em um dos dois. “Aí depende de alguns fatores, como por
exemplo a disponibilidade financeira e o objetivo do investidor naquele
determinado momento”, aponta.
Longo prazo
Para Modernell, é importante que o investidor olhe sempre para o longo
prazo. Assim, o efeito das turbulências de mercado, provocadas por problemas das
mais variadas causas, se tornarão menores.
“Crises sempre vão existir, pelos mais diversos motivos possíveis: políticos,
econômicos, desastres naturais e vários outros fatores. Mas quem define uma
estratégia de médio para longo prazo trabalha sempre com um outro horizonte e
não precisa se preocupar tanto com as oscilações diárias, com as mudanças de
humor do mercado por conta de uma notícia ruim que foi divulgada", ensina.
Como exemplo da importância de pensar no longo prazo, ele lembra que você só
tem lucro ou prejuízo quando vende o ativo. "Mesmo que aquele papel esteja
caindo, até o momento que você venda, ainda não está com prejuízo. Por isso, a
estratégia de longo prazo é importante, pois você pode esperar que aquele ativo
volte a subir para vende-lo quando for melhor", finaliza.