Responda com franqueza: você está alcançando as metas propostas no seu
trabalho? Além disso, você está satisfeito com o tempo dedicado ao trabalho?
Pois bem, se uma destas respostas foi não, este artigo apareceu na hora certa.
Todos nós sabemos que os negócios impactam nos clientes, nos acionistas, nos
colaboradores e na comunidade. Entretanto, os modelos tradicionais de gestão
ainda preconizam a satisfação de algum público específico, geralmente os donos
do negócio. Precisamos evoluir a gestão atual deste modelo funcional para um
modelo sistêmico que equilibre resultados e pessoas, incluindo você.
Muito romântico? Não para os acionistas das empresas: está comprovado que
investir neste equilíbrio gera retorno no longo prazo. Pesquisas mostram que
investir em modelos de gestão com equilíbrio, como o preconizado pela Fundação
Prêmio Nacional da Qualidade, impactam diretamente no faturamento das empresas.
Outros fatores da contemporaneidade também revelam a importância e a urgência do
tema: as pessoas, especialmente os novos talentos da tão incensada Geração Y
(nascidos após 1980), não veem o equilíbrio como um luxo, mas como requisito
para o ambiente de trabalho. A escassez de talentos também faz com que estes
sejam tratados como joias, sendo o equilíbrio um fator fundamental,
especialmente em trabalhos tipicamente intelectuais.
O crescimento da população de idosos e a questão do fator previdenciário
farão com que as pessoas queiram e precisem se aposentar mais tarde, o que
também demandará uma racionalização do trabalho entre jovens enérgicos e maduros
experientes. Com a relevância do setor de serviços na nossa economia, anomalias
como funcionários desequilibrados que afetam a experiência de compra do cliente
não podem ser admitidas. Finalmente, destacam-se as novas configurações de
família, como as de mães solteiras, casais de homossexuais e solteiros
convictos, que demandarão novas regras de administração de pessoal.
Mas e você, por onde começar esse tal de equilíbrio na gestão? Primeiramente
devemos entender que gestão é alcançar resultados. Para que haja equilíbrio,
devem ser acordados resultados que satisfaçam às necessidades dos clientes, dos
acionistas, dos colaboradores e da comunidade em geral. Percebem alguma
semelhança com o antigo conceito de Qualidade Total? Como podemos perceber,
desde os anos 1980 já se falava do equilíbrio na gestão, mas até hoje vemos
funcionários insatisfeitos. O próprio Brasil, conhecido como o país da alegria,
samba e futebol, está em segundo lugar no ranking de países com mais casos de
burnout, o estresse em estado extremo e prejudicial à saúde.
Buscar o equilíbrio é conviver com os desequilíbrios que caracterizam a vida,
e é preciso definir um foco, um vetor que direcione sua vida e seu negócio.
Equilibrar-se não é se tornar um pato que anda, corre, nada e voe. Ou seja,
parece equilibrado, mas, sendo mediano, torna-se medíocre, sem fazer nada com
excelência. O equilíbrio começa em encontrar seu talento, investir no mesmo e
lapidar as fraquezas que estejam anulando as qualidades.
Empresas e pessoas que se destacaram fizeram bem mais que a média, definiram
um posicionamento claro e, a partir do mesmo, priorizaram seus resultados.
Resultados estes que são alcançados através de competências, o conjunto de
conhecimentos, atitudes e habilidades para realizar uma tarefa. E aí reside a
principal causa do desequilíbrio: a falta de alinhamento entre os desafios
propostos e as competências para alcançá-los.
Tão importante quanto alcançar o equilíbrio no seu sistema, seja pessoal ou
empresarial, é harmonizar-se com o ambiente em que você está inserido. Sendo
assim, analise qual é o vetor deste ambiente, ou seja, seus objetivos, seus
valores, suas metas e seus processos. Depois, perceba o quanto você está
alinhado com este ambiente e se o mesmo estimula o uso, o desenvolvimento e a
recompensa dos seus talentos. Se você se sentir desperdiçado, das duas uma: ou
você não conhece o seu talento ou este ambiente não é para você.
E agora, o que você vai fazer pelo seu equilíbrio?