A dinâmica do mercado exige mudanças. É preciso se adaptar às novas
tecnologias, aos gostos dos clientes, às exigências dos consumidores, enfim, às
tendências que ora apontam para um lado, ora para outro. Nesse ambiente, onde
estabilidade não é a palavra-chave, os profissionais vão observando as empresas
onde trabalham adquirirem outras, venderem parte de seus negócios, alterarem sua
diretoria, agregarem novos funcionários à equipe, mudarem sua cultura e assim
por diante.
Tudo que acontece na empresa, porém, pode refletir no funcionário, gerando
impactos positivos ou negativos. A grande questão é: quando uma fusão, uma
aquisição ou a mudança de uma diretoria pode representar um risco ao emprego dos
funcionários?
A master coach Adriana Marques avalia que qualquer mudança, seja ela
cultural, de liderança, de chefia ou de negócio, pode, sim, representar um
perigo e gerar instabilidade. Esse perigo vai aumentar principalmente para
aqueles funcionários que não estiverem abertos e preparados para elas. Lembrando
que estar preparado é ser um profissional que sabe se adaptar às transformações.
O risco de perder o emprego existe por uma série de motivos, guiados pelos
objetivos das empresas controladoras, que vão observar, sobretudo, os resultados
dos profissionais. Na prática, quando uma empresa adquire outra, ela faz isso
porque quer resultados, quer melhorar a sua área de atuação, quer aumentar seu
lucro. Com isso em mente, vai acontecer, inevitavelmente, uma análise de
performance dos profissionais, ou seja, vão analisar quem entrega resultados e
quem não entrega.
Como a empresa quer melhorar seu negócio, ela vai tentar otimizar seus
recursos, e, no caso dos trabalhadores, serão selecionados os melhores. O
diretor da Bazz Estratégia e Operação de RH, Celso Bazzola, observa os
principais elementos que ajudam a reconhecer um profissional de destaque, ou
seja, aquele que conhece o trabalho que faz, conhece o bussiness da empresa, que
tem uma formação adequada e apresenta habilidades comportamentais desenvolvidas.
Como enfrentar essa mudança?
Adriana explica que, para passar essa fase de transição sem grandes
problemas, os profissionais precisam, antes de mais nada, considerar a mudança
como um desafio e não como algo negativo. A postura que o profissional tem
frente aos novos acontecimentos será determinante para sua carreira.
A estratégia para não deixar que uma alteração na companhia onde atua afete
seu cargo ou mesmo seu emprego é prestar atenção a três pontos: relacionamento,
conhecimento e resultado esperado. No caso do relacionamento, a orientação é
descobrir com quais pessoas você precisa ter contato. Ou seja, quais são os
profissionais da nova empresa que podem ajudar na sua integração.
Falando de conhecimento, lembre-se de que, com a chegada de uma nova empresa,
os profissionais podem passar a ser cobrados de outra forma. A sugestão aqui é
tentar responder à seguinte pergunta: o que eles querem de mim? A partir da
resposta que você obtiver, é preciso correr atrás do desenvolvimento das novas
habilidades.
Adriana lembra que “não basta você ser bom, você tem que propor resultados. O
profissional tem que mostrar que ele vale aquilo que estão pagando para ele”.
Para propor resultados, você precisa saber o que a empresa quer e como você pode
contribuir da melhor forma.
Por fim, entenda qual o novo perfil da empresa e busque se adaptar a ele.
Adriana finaliza dizendo que qualquer processo de mudança deve provocar uma
reação em cada um dos funcionários, nem que seja para decidir que os valores da
nova empresa não batem com os dele, optando, portanto, por deixar a empresa.