Investimentos / Fundos - Poupança: disponível para muitos, recomendada para poucos
Como muitos investidores ainda dão
mais valor para simplicidade e segurança, a caderneta de poupança, apesar da
baixa rentabilidade, ainda é um dos investimentos mais populares do Brasil.
Mesmo tendo perdido espaço para outras aplicações nos últimos anos, o saldo de
contas de poupança era de R$ 168,34 bilhões no final de 2005, superior aos R$
148,41 bilhões aplicados nos fundos DI.
Além de ser uma forma fácil e simples de investir, a poupança é garantida pelo
Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até um valor máximo de R$ 20 mil por CPF.
Assim, você recebe o seu dinheiro, até o valor limite, mesmo que o banco onde
tem o depósito em poupança passe por dificuldades.
Risco baixo, mas retorno também
O grande problema da caderneta de poupança é sua baixa rentabilidade. Sua
remuneração mensal, equivalente à TR +0,50%, fica, na grande maioria das vezes,
abaixo do que pode ser obtido em aplicações alternativas, como fundos DI ou
Tesouro Direto. Mesmo sendo isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas, o
que não acontece com outros investimentos, o retorno líquido é baixo.
Esta diferença de rentabilidade não é justificada pelo menor perfil de risco.
Existem outros investimentos, como os CDBs e RDBs, por exemplo, que também
possuem garantia do FGC até R$ 20 mil. Já o perfil de risco no investimento em
papéis pós-fixados, seja através do Tesouro Direto como via fundos DI, também é
bastante reduzido.
Mesmo para quem tem pouco para investir, as alternativas parecem mais atrativas
que a caderneta de poupança. No Tesouro Direto o investimento mínimo fica na
faixa de R$ 200, enquanto existem fundos DI que aceitam aplicação a partir de R$
100.
Somente pequenas quantias
Aplicar em poupança, atualmente, somente faz sentido se a quantia a ser
investida for menor que R$ 200 e a intenção seja a de manter esse dinheiro na
caderneta por um prazo menor que 60 dias.
Isso porque, em períodos de aplicação superior a esse, a diferença entre os
rendimentos da poupança e o da maioria dos fundos DI, por exemplo, é tão
expressiva que, mesmo descontadas as taxas e impostos incidentes no investimento
nesse tipo de fundo, você ainda sai ganhando mais que na poupança.
Para se ter idéia do significativo contraste de rentabilidade dessas aplicações,
enquanto a poupança rendeu 0,728% em dezembro de 2005, os fundos DI registraram
ganhos médios de 1,50% no período. Mesmo descontando os 22,5% referentes ao
imposto de renda, o rendimento ainda chega a 1,16%, bem acima da poupança.
Assim, ao contrário do que muita gente pensa, o investimento em caderneta de
poupança não é uma boa alternativa de longo prazo, independente do valor da
aplicação. Mesmo quem tem um perfil conservador pode obter alternativas que
ofereçam segurança e liquidez semelhantes, mas com remuneração
significativamente maior.
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