Existem erros que podem ser fatais, ainda mais se cometidos no âmbito
profissional e se colocarem em xeque a imagem da empresa.
É o caso do incidente envolvendo uma peça publicitária do Grupo Pão de
Açúcar, veiculada por um jornal de grande circulação, que trazia uma mensagem
que eliminava o Brasil da Copa do Mundo na África do Sul após o jogo contra o
Chile. Como contornar com sutileza uma situação dessas, sem afetar o conjunto de
funcionários e o rendimento da companhia?
"O gestor dessa equipe deve tomar algumas medidas para que o problema não
aconteça mais, já que isso impacta de forma negativa a empresa", afirma
a consultora de Recrutamento e Seleção da Ricardo Xavier Recursos Humanos,
Gisele Andriotti.
Para a profissional, ações de maior controle que visem ressaltar a
importância da revisão após o término das tarefas, assim como melhorar o
controle dessas operações, figuram como os primeiros passos a serem tomados.
Medo de errar
Gisele ressalta a necessidade de o gestor se reunir com a equipe. "Os
funcionários ficarão tensos com o ocorrido, por isso, o líder deve ser muito
transparente e sentar com todos para direcioná-los para novas tarefas de
sucesso".
Nessas horas, o gestor deverá compartilhar a mesma responsabilidade com o
restante do grupo, de forma a reforçar o espírito em equipe desempenhado.
"Desse modo, os profissionais entenderão que um pouco mais de atenção e
concentração não farão mal a ninguém. Erros não podem desmotivar a equipe", diz
Gisele.
O funcionário
Tão logo, o profissional que cometeu o erro será chamado para
esclarecimentos. Uma conversa individual com o gestor ditará os novos caminhos a
serem seguidos por esse funcionário em questão.
Na avaliação da consultora, antes de qualquer decisão, esse profissional
deverá ser analisado, e deve ser levado em conta o vínculo dele com a empresa.
Qualquer decisão emitida em relação ao profissional deve ser informada ao
restante da equipe pelo gestor, defende a consultora da Ricardo Xavier.
Consequências
O empregador tem o poder de demitir um profissional, independentemente
de justificar ou não. Houve um erro, mas a situação foi tão grave assim a ponto
de se aplicar uma justa causa?
“O fato tem de ser suficientemente grave para uma justa causa. Quantos vezes
esse funcionário já errou? Como é sua rotina de trabalho? Houve prejuízo para a
empresa?”, afirma a advogada trabalhista da Duarte Garcia, Caselli Guimarães e
Terra Advogados, Eliane Ribeiro.
De acordo com Eliane, a empresa deverá realizar uma análise profunda sobre o
ocorrido, observar o histórico do funcionário, o seu comportamento durante os
últimos meses e o impacto dessa repercussão para a companhia.
No caso da empresa demitir o funcionário, explica a advogada, ela terá de
arcar com a multa rescisória. Uma advertência também não é descartada em
situações como esta.
“A companhia deve agir com muita cautela, nunca esquecendo dos impactos
econômicos negativos para o profissional”, diz Eliane. No entanto, ressalta a
advogada, o funcionário poderá entrar na justiça se sentir que foi lesado pela
empresa.