Muito se fala de profissionais que “dão um tempo” na carreira em busca de
aperfeiçoamento. Contudo, se a ideia de fazer, por exemplo, um curso de imersão
no exterior ou uma pós-graduação que exija dedicação integral parece perfeita
para quem acabou de terminar a faculdade, o efeito pode não ser tão positivo
para quem já tem algum tempo no mercado de trabalho.
De acordo com o professor de Estratégia de Carreira do Insper Instituto de
Ensino e Pesquisa, Aloísio Buor, se a pessoa foi efetivada no trabalho, assim
que terminou a graduação, ou tem até quatro anos de mercado, o ideal é que ela
escolha cursos curtos, que possam ser feitos durante as férias, no caso de quem
deseja estudar em outro país; ou que possam ser conciliados com o trabalho.
Além disso, explica o professor, este profissional deve investir em
aprendizados que aprofundem os seus conhecimentos atuais.
“Para quem acabou de se formar ou tem pouco tempo no mercado, dar uma parada
é uma escolha muito difícil. Se a pessoa já tem um emprego e pretende fazer um
curso de três, quatro meses, por exemplo, não é o ideal. Na minha opinião, só
vale pensar no assunto se a pessoa vai fazer um curso por um período maior, em
torno de um ano, que permita ganhos melhores no futuro. Ainda assim, vale
pensar, pois este é um momento promissor na carreira, no qual é melhor ficar na
empresa e se desenvolver nela”, diz
De cinco a 14 anos de experiência
Os cursos de curta duração em períodos de férias ou maiores, mas que sejam
possíveis conciliar com o trabalho, também devem ser a opção de quem tem entre
cinco e 14 anos no mercado de trabalho.
A escolha, explica o professor, favorece as duas principais situações que
enfrentam os profissionais com esse tempo de experiência: os que estão perto de
uma promoção ou os que sentem que estagnaram na carreira.
Acima de 15 anos de experiência
Já para os que possuem 15 anos de experiência ou mais, ao contrário do que se
pode imaginar, um período de afastamento pode ser positivo para a carreira,
sendo que as chances de ser recontratado pela empresa posteriormente são
grandes, avalia Buor.
Neste caso, contudo, completa ele, os cursos devem ser focados na ampliação
de competências e não no aprofundamento das práticas atuais.
“Os profissionais com este tempo de carreira podem pensar em um tempo de seis
meses a dois anos de afastamento. As empresas costumam entender e recontratar,
pois, muitas vezes, eles já estão saturados do que fazem. Assim, os estudos
devem ocorrer no sentido de ampliar competências e não de melhorar o que se
faz”.