A dualidade razão e emoção está presente no dia-a-dia de qualquer pessoa,
porém, no cotidiano daquelas que exercem papéis de liderança, ela é mais forte.
Assim, alerta a gerente-geral da Right Management, Elaine Saad, estes
profissionais devem ficar sempre alertas para que a emoção não ultrapasse a
razão na hora de tomar decisões.
“Com o passar dos tempos, nos apegamos àqueles que trabalham conosco,
passamos a gostar dessas pessoas, do que elas são em sua essência. Porém, muitas
vezes, isso nos cega para enxergar o que eles são verdadeiramente como
profissionais”, diz.
De acordo com Elaine, o líder que toma decisões considerando mais o
relacionamento que tem com os funcionários do que a capacidade profissional dos
mesmos corre o risco de prejudicar a empresa e a própria carreira.
Isso porque tal atitude acaba por gerar em alguns funcionários o sentimento
de injustiça, o que acaba desmotivando a equipe e, consequentemente, impactando
a performance da organização, o que, por sua vez, pode fazer com que o líder
perca posições ou seja preterido em promoções dentro da empresa.
Autoconhecimento
Dessa forma, quem exerce o papel de líder deve procurar separar a amizade do
ambiente profissional, levando sempre em consideração o que é correto para a
empresa. Para se ter mais claro este conceito, a especialista cita o técnico da
seleção brasileira masculina de futebol, Dunga, no momento da convocação dos
jogadores que disputarão a próxima Copa do Mundo.
“Uma frase sua que me chamou muito a atenção foi particularmente a que ele
menciona que, muitas vezes, ao analisar a lista, seu coração o chamava para
alguns nomes, porém sua razão o fez optar por outros”.
Para que os profissionais não caiam na armadilha de sempre priorizar a
amizade em vez da empresa, Elaine dá a seguinte dica: “A pessoa precisa se
autoconhecer e, caso perceba que é mais emocional, deve pensar em como toma
decisões. Para isso, um exercício é escrever os fatores que o norteia nas
tomadas de decisões e partilhar com a chefia e colegas para ver se está
utilizando mais a razão do que a emoção”.