Imagine a seguinte situação: Alberto é dono de uma padaria bem localizada
numa grande cidade. Seus produtos são de ótima qualidade, o ambiente é limpo e
organizado, seus preços não são muito altos e os clientes estão sempre
satisfeitos. Alberto, por ser o único dono do negócio, nunca se preocupou em
separar muito bem suas contas pessoais das da empresa.
Frequentemente, Alberto paga fornecedores com seu próprio dinheiro ou retira
capital do caixa para pagar uma conta pessoal. Seu padrão de vida é bom e ele
sempre consegue manter uma reserva de capital de giro na "conta" da empresa. Seu
negócio mantém o mesmo faturamento há 12 meses e ele não vê muitos motivos para
mudar seus hábitos.
No caso relatado, mesmo parecendo estar tudo bem com Alberto e seu negócio,
basta um concorrente à altura abrir as portas na mesma região, os preços dos
insumos aumentarem ou a família de Alberto assumir uma nova dívida que ambos
serão afetados, Alberto e seu negócio.
Um dos maiores motivos que levam pequenas empresas à falência é a má
administração do fluxo de caixa da empresa. E um empresário que não consegue
controlar com eficiência o seu próprio fluxo de caixa, certamente também não o
fará na sua empresa. Os erros mais comuns e mais graves ao administrar o fluxo
de caixa de uma empresa são:
Erro 1: Misturar contas pessoais com as da empresa.
Os sócios devem definir um valor mensal para retirar da empresa. E para saber
quanto realmente precisam para manter seus padrões de vida, precisam ter suas
próprias finanças sob controle. Além disso, precisam ter disciplina, para não
reajustar seus salários cada vez que o negócio dá um salto no faturamento. O
reajuste deve ser planejado anualmente e deve levar em conta os objetivos da
empresa.
Erro 2: Gastos desnecessários.
Ao iniciar um negócio, são listados todos os investimentos necessários para
estabelecer a empresa e é estimado o tempo de retorno deste investimento.
Infelizmente, quando a empresa já está funcionando, novos investimentos
normalmente não seguem o mesmo cuidado. O ideal é que cada aquisição da empresa
venha a diminuir as despesas ou aumentar as receitas; e o novo retorno do
investimento deve ser calculado.
Erro 3: Pouco controle do fluxo de caixa.
Todas as contas devem ser registradas em algum lugar, seja uma simples planilha
eletrônica ou um poderoso software de gestão. Tanto as contas à pagar
quanto as à receber. O mesmo vale para o patrimônio e os investimentos da
empresa, quando existentes. E este fluxo de caixa, considerando receitas e
despesas, deve ser analisado mensalmente, de preferência em contraste com as
metas do período.
Erro 4: Muito foco nas despesas.
Quando você foca seus esforços em reduzir as despesas, você tem um limite: pode
reduzi-las a zero (ou o mais próximo possível disso). Já quando você foca seus
esforços em aumentar suas receitas, você não tem limite algum. Esse é pensamento
que o empreendedor tem que ter em mente ao controlar o fluxo de caixa da
empresa. Controlar fluxo de caixa não é cortar despesas, mas sim conhecê-las bem
para pode estabelecer boas metas para as receitas.
Mesmo contratando um profissional para cuidar das contas da empresa, é
fundamental para a saúde do negócio o sócio ter boa educação financeira. Sócios
sem educação financeira adequada e que não conseguem controlar seu próprio fluxo
de caixa familiar um dia acabam precisando retirar da empresa mais dinheiro do
que o previsto.
Quanto menos o empreendedor retirar da empresa, mais ele poderá reinvestir no
negócio, fazendo-o crescer ainda mais. E isso é ainda mais importante durante o
primeiro ano da empresa. Além disso, quanto mais tranquilo e organizado for o
fluxo de caixa do próprio empreendedor, mais ele poderá focar no negócio, com
menos preocupações e administrando uma empresa financeiramente saudável.
Conclui-se que educação financeira é fundamental para empreendedores de sucesso.