Ao passo que empresas e profissionais se deparam com novas demandas do
mercado a serem solucionadas, o conceito de educação executiva entra em pauta.
Em 80% dos casos, os executivos tomam decisões em situações totalmente novas
e precisam estar sempre conectados com as novas informações de suas respectivas
áreas.
Dar subsídio ao executivo para que ele responda com eficácia a uma eventual
demanda, além de treiná-lo para que boas ideias corporativas figurem no contexto
de decisões, faz parte de uma aplicação de recursos financeiros e tempo que a
empresa deverá despender. Mas até que ponto investir em educação executiva pode
ser vantajoso?
Uma mão lava a outra
Para o professor da Escola de Marketing Industrial (EMI), Paulo Grise, esse
questionamento é sustentado por três pilares distintos. De acordo com ele, para
se ter qualidade e eficácia no projeto educativo, a empresa, o individuo e a
escola devem estar comprometidos com o aprendizado, a disseminação e a
implementação dos novos conhecimentos.
Em relação à companhia, explica o professor, é dever construir ao longo dos
anos um processo consistente de gestão de conhecimento e definir competências
que serão utilizadas no futuro. Tudo isso se soma ao ambiente saudável no âmbito
profissional criado pela empresa.
No que diz respeito ao funcionário, ele deve ter iniciativa própria na busca
do aprendizado e objetivos pessoais e profissionais, além de compromisso com o
plano de desenvolvimento da empresa para transformar conhecimento em
competência. Ambos os jogadores envolvidos devem ter uma relação de
comprometimento.
Base relevante
Após analisarem quais metas deverão ser atingidas durante o processo
educacional, a empresa e o funcionário devem atestar, no seguinte momento, quais
as melhores escolhas para o nivelamento profissional do executivo.
Tão logo evidencia-se o terceiro pilar citado por Grise, a instituição de
ensino que, por sua vez, deve adotar uma metodologia atualizada e inovadora,
antenada com a realidade cotidiana das empresas, e conhecer de maneira
aprofundada os diferentes mercados de atuação e suas perspectivas futuras.
Se houver discrepância entre algum desses fatores, o resultado final para a
empresa será dinheiro investido de maneira errônea, além da perda de tempo pelo
executivo.
Geradora de conhecimento
“ A companhia tem de saber se quer só aprimorar processos ou se visa grandes
transformações na cultura, nos processos ou na gestão, de acordo com a área
contemplada nos programas e cursos”, enfatiza Grise.
Um outro ponto do qual gera discórdia nas empresas é: quando é melhor
investir em centros próprios ou procurar instituições externas?
Na avaliação do professor, investir na ampliação do conhecimento sempre vale
a pena, desde que a empresa estabeleça objetivos claros e ofereça condições para
que o aprendizado seja implementado de maneira correta.