No ambiente de trabalho, pedir ajuda - e ajudar um colega - é comum. Porém,
quando o pedido de auxílio é feito em demasia, pode prejudicar o desenvolvimento
do trabalho e até mesmo o alcance de metas.
Para o sócio e headhunter da Steer Consultoria em Recursos Humanos, Ivan Witt,
pedir ajuda uma vez ou outra faz parte da rotina corporativa e, normalmente, as
pessoas não se indispõe a auxiliar. "Mas muitos colocam a responsabilidade de
suas tarefas sobre outros colegas. Isso é manipulação, o que deixa os outros com
um ´pé atrás`", diz.
Witt lembra que a pessoa deve respeitar a hierarquia e o trabalho do colega,
principalmente se ele estiver ocupado.
"O mais comum é aquele colega que entra na sua rotina sem ser convidado. Ele
pergunta se você tem um minutinho, mas não dá nem tempo de você responder, já
vai perguntando", explica. Mas qual a melhor forma de agir, antes que chegue o
extremo de você não conseguir realizar o próprio trabalho?
Conversando é que se entende
Para o headhunter, a melhor solução para esse problema ainda é a conversa. "Tem
de falar com a pessoa, mas com conduta de cavalheiro. Tem de usar o feedback",
diz. Ele considera que, ao conversar com o colega sobre os inúmeros pedidos de
ajuda, é importante falar os motivos por não poder ajudar.
"Tem de ser específico, falar que está ocupado. Se a pessoa pediu ajuda duas
vezes sobre o mesmo assunto, tudo bem, mas na oitava vez, isso não é possível,
tem de falar para ela resolver o problema com o supervisor e não com você. A
gente costuma ter muito preconceito com o não, mas é preciso falar não para essa
pessoa", explica.
Witt também ressalta que, caso o feedback não apresente resultados, a melhor
solução é procurar o chefe da pessoa, e explicar o que está acontecendo. A
atitude pode parecer de um "dedo-duro", mas também pode ser importante para que
você não tenha o seu desempenho prejudicado.
"Esse comportamento de um colega prejudica o trabalho e também tira a
concentração. É como se, em uma cirurgia, o instrumentador ficasse perguntando o
tempo todo: 'É isso mesmo doutor? Você tem certeza?', isso desconcentra a
pessoa", explica.