Finanças pessoais - Lição de casa: planejando uma reserva de emergência
Muito se fala da importância de poupar e investir, com o objetivo principal de
fazer o dinheiro crescer. No entanto, antes de buscar aplicações financeiras com
essa finalidade, é importante fazer uma análise minuciosa do seu orçamento. Suas
despesas cabem em suas receitas? Existem dívidas? Há alguma folga em seu
orçamento?
Responder a essas questões é importante para avaliar a saúde de suas finanças e
sua capacidade de arcar com despesas inesperadas, caso seja necessário.
Por exemplo: gastar menos do que se ganha é o primeiro passo para organizar as
contas. Além disso, antes de começar a investir, é importante ter todos os seus
débitos zerados, pois de nada adianta ter um dinheiro aplicado, se possui uma
dívida, sobre a qual incidem juros, acabando com o seu planejamento.
E, por fim, com o orçamento em dia e as dívidas já quitadas, antes de sair por
aí buscando uma aplicação rentável, que faça seu dinheiro crescer, é momento de
pensar em sua reserva de emergência, um dinheiro que esteja disponível para
situações inusitadas e imprevistas.
Mas, como planejar essa reserva?
Definindo valores
O primeiro passo é definir o valor da sua reserva de emergência. Consultores e
planejadores financeiros indicam que seja guardada uma quantia equivalente a dez
meses de despesas - uns falam em seis, outros, mais conservadores, em 12 meses.
Assim, analisando sua planilha de orçamento, caso tenha uma despesa média mensal
de R$ 500, será necessário guardar R$ 5 mil (considerando dez meses).
Uma dica importante é considerar o valor destinado à reserva de emergência como
uma despesa mensal, já estimada na planilha de orçamento. A medida evita que o
valor seja gasto de outra forma, o que é bem fácil acontecer.
Quem nunca passou pela seguinte situação: durante 24 meses destinou R$ 300
mensais para o pagamento das aulas de inglês. Com o fim do curso, para onde foi
o dinheiro, que virou um extra em seu orçamento? Não raro as pessoas respondem
que mal veem essa quantia, e isso acontece porque, quando o dinheiro não tem um
destino certo, normalmente ele vai para gastos extras e a gente nem nota.
Por isso, deixar para guardar "o que sobra" no final do mês não dá certo, pois
sempre haverá uma coisinha aqui e outra ali para comprar e, no fim, sobra muito
pouco, ou nada, para a reserva de emergência.
Planejamento
Em quanto tempo é possível conseguir essa quantia?
A resposta para essa pergunta leva a outras duas: quanto você consegue guardar
por mês e como você pretende guardar essa quantia?
A primeira questão depende da sua capacidade de poupança, e a segunda, de uma
boa pesquisa.
Na hora de escolher a aplicação, é importante ficar atento à liquidez da
modalidade, ou seja, numa emergência - que é o seu objetivo - em quanto tempo
você terá o dinheiro em mãos? Esse resgate é fácil? Existem taxas?
Além disso, fique de olho no risco da aplicação. Prefira modalidades mais
conservadoras, mesmo que os ganhos sejam menores. Aplicações mais agressivas -
e, consequentemente, com melhores resultados, principalmente no longo prazo -
devem ser feitas depois que você já tiver sua reserva de emergência.
A tabela abaixo simula a formação de uma reserva de emergência de R$ 5 mil em
diferentes situações:
Poupança Mensal |
Meses necessários |
Reserva |
R$ 50 |
82 |
R$ 5.052,79 |
R$ 100 |
45 |
R$ 5.032,42 |
R$ 150 |
31 |
R$ 5.016,21 |
R$ 200 |
24 |
R$ 5.086,39 |
R$ 250 |
20 |
R$ 5.244,78 |
Nota: para os cálculos, foi considerado
um rendimento mensal de 0,5%
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