Investimentos / Fundos - Qual o melhor investimento para o curto, médio e longo prazos?
Uma pessoa que precisa de dinheiro para fazer uma viagem ao final do ano não
deve aplicá-lo da mesma forma que uma outra que necessita da quantia para arcar
com a faculdade do filho. A questão parece bastante óbvia, afinal, a primeira
conta com menos tempo do que a segunda. Mas a situação se complica quando
questionado: qual investimento cada uma dessas pessoas deve fazer?
No curto prazo, a professora da FGV (Fundação Getulio Vargas), Myrian Lund,
afirma que é preciso deixar o dinheiro em uma alternativa com liquidez, ou em
uma aplicação que permita saque rápido. "Considero o curto prazo aquele
investimento em que a pessoa vai precisar do dinheiro no prazo de um ano",
afirmou. "A melhor aplicação que tem hoje é o CDB DI".
O CDB é um certificado de depósito bancário, em que a pessoa empresta para o
banco, com a garantia de uma aplicação como a da poupança. A liquidez, por sua
vez, é diária. Myrian orientou o investidor a fazer um CDB atrelado a uma
proporção do DI, que é a taxa de juro praticada no Brasil (de 10,25% ao ano).
"Pegue sempre algo acima de 85% do DI. Abaixo disso, é melhor ir para a
poupança. Como é um produto que pode-se negociar, verifique quanto o banco está
pagando. Senão, não é vantajoso", completou.
A poupança
Ainda para quem quer aplicar no curto prazo, ou no tempo máximo de um ano, a
planejadora financeira Rosario Pujado indica a poupança, "pelo menos enquanto as
regras de cálculo permanecerem do jeito que estão, já que o governo cogita mudar
a forma de cálculo, mas terá dificuldades para aprovar a mudança".
A possibilidade de mudança do cálculo da poupança está ligada ao fato de que a
queda da taxa de juro Selic está levando muitos investidores de fundos de
investimento de renda fixa para as cadernetas, que rendem 6% ao ano mais TR
(taxa referencial).
Médio prazo
Em relação ao médio prazo, que Rosario considera ser um investimento de um a
três anos, ela indica o CDB prefixado, de mais de 720 dias, para que o
investidor possa pagar a alíquota mínima de IR (Imposto de Renda); ou letras
hipotecárias, isentas de IR para o investidor pessoa física.
Já Myrian considera uma aplicação de médio prazo aquela até cinco anos. "O que
acontece é que a pessoa, quando tem uma data mais confortável para atingir seu
objetivo, fica buscando sair da renda fixa. Sempre que tem prazo, não
recomendamos renda variável, mas renda fixa. Nesse caso, eu também recomendo um
fundo DI".
De acordo com ela, também pode ser considerado um fundo de investimento, desde
que a taxa de administração não seja de 2% ou mais. Neste caso, o CDB DI é
melhor.
Longo prazo
A professora da FGV considera de longo prazo um investimento com tempo acima de
cinco anos. Neste caso, ela indica a renda variável, de 10% a 30% do dinheiro
que a pessoa dispõe para investir. "A Bolsa de Valores já retomou tendência de
alta. Apesar de um ano ruim, a Bolsa trabalha com expectativas e, para 2010,
elas são positivas".
A planejadora financeira, por sua vez, afirmou que a aplicação no longo prazo
vai depender também da tolerância ao risco do investidor. "Podemos sugerir um
mix de títulos públicos comprados via Tesouro Direto", explicou.
"Os fundos multimercados são uma boa alternativa de diversificação, entretanto o
investidor deve ficar de olho nas taxas de administração cobradas pela
instituição financeira", finalizou Rosario, para quem o investimento de longo
prazo já é aquele com mais de três anos.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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