Muitos profissionais acreditam que o caminho para superar a crise é passar
horas no escritório, levar trabalho para a casa e mostrar cada vez mais empenho.
Por conta disso, essas pessoas acabam deixando de lado a própria saúde, pois não
sabem que abandonar os cuidados com o corpo implica menor capacidade de solução
de problemas.
"Cair em estado de trabalho contínuo, esquecendo que o corpo precisa de
recuperação, é um erro", afirmou o médico psiquiatra e consultor da DBM,
Frederico Porto. "Executivos que praticam exercícios e não perdem o foco na
saúde contam com vantagem competitiva importante em relação aos demais, que pode
ser traduzida em menor ansiedade e estresse".
E as empresas já notaram isso. Tanto que, mesmo diante da crise, elas não
diminuíram os investimentos em benefícios relacionados à saúde dos funcionários.
Bom para a carreira
De acordo com Porto, toda pessoa precisa praticar atividades que promovam o
relaxamento, como hobbies e esportes.
"Diante da crise, o corpo não identifica se o estresse é psicológico ou físico.
Por isso, tentar resolver apenas mentalmente o problema não é a solução. O
estresse se mantém, quando poderia ter sido amenizado pelo efeito de uma sessão
de ginástica ou de corrida, antes de uma reunião estressante", explica.
"O ser humanos possui controles puramente técnicos para liberar o estresse. É
este o caso de determinados exercícios respiratórios. Inspirar e expirar por um
período maior, por exemplo, alivia a tensão e eleva o rendimento do executivo no
trabalho. O esporte funciona da mesma maneira", completou.
Além disso, ele indica uma dieta equilibrada, o que ajuda a transcender o
estresse, bem como uma melhor gestão do próprio tempo. "Quebre em pedaços as
tarefas difíceis. Use sua habilidade para resolver cada pedaço de uma vez.
Assim, terminada a tarefa, você terá a sensação de finalização e ânimo para ir
além".
Outra dica de Porto é que o profissional relaxe ao final do expediente, em um
happy hour, por exemplo. "A dica é relaxar com os amigos ao final do expediente.
A equipe, os executivos e profissionais, que passaram a semana inteira tensos,
discutindo, criando e correndo atrás de soluções para os novos contextos do
mercado com a crise, merecem momentos de alegria".
Empresas notam benefícios
Ao investir na saúde dos profissionais, as empresas têm como vantagem o aumento
da identificação do colaborador com a instituição, o maior comprometimento e
rendimento e, consequentemente, o fortalecimento da própria imagem. Muitas das
empresas já têm percebido tudo isso, tanto que, em meio à crise, não deixaram de
oferecer o benefício.
O gestor de planos de saúde Clube Aliança, por exemplo, atestou que de 1º de
janeiro a 10 de fevereiro, dobrou a contratação de planos de saúde empresariais
ante o mesmo período de 2008.