Carreira / Emprego - O perfil pessimista: como lidar com ele no trabalho?
Ele sempre coloca um empecilho no meio do caminho. Não vislumbra um futuro
bom. Tem medo exacerbado. Encara tudo pelo lado negativo e é incapaz de enxergar
algo de bom nas situações. Se você não convive de maneira direta, certamente já
ouviu falar no perfil pessimista, que habita alguns ambientes de trabalho.
Se é fácil encontrá-lo, difícil é saber lidar com ele. Mas, antes de falar sobre
relacionamentos, é preciso entender um pouco mais do comportamento. Você sabe
como ele se origina?
De acordo com a psicoterapeuta Clarice Barbosa, o pessimista pode surgir de uma
situação que a empresa está vivendo. "Pode ser em uma transição/mudança, em que
os funcionários não sabem o que vai acontecer e isso faz com que fiquem
inseguros". O resultado é o pessimismo em relação a qualquer atitude a ser
tomada.
O pessimismo ainda pode acompanhar a filosofia da empresa, que simplesmente não
incentiva os profissionais, não pede para que criem, e isso acaba gerando
insegurança quanto ao futuro, que novamente leva ao pessimismo.
Nos casos acima, o pessimismo pode ser passageiro, uma vez que decorre de uma
situação momentânea que o profissional está vivendo. Mas existe um tipo de
pessimismo que acompanha o profissional.
O pessimista
Além dos aspectos externos, que levam ao pessimismo, existem os internos.
Normalmente, existem pessoas no ambiente de trabalho que levam consigo a
característica e, por pior que pareça, essa pessoa pode ser o líder. "A
tendência do ser humano é focar no que não deu certo. Oitenta por cento das
pessoas têm foco maior no que é negativo", explicou Clarice.
A pessoa pessimista normalmente agem dessa maneira devido à sua história de
vida. Elas carregam crenças limitantes, como o complexo de inferioridade e o
julgamento de que são incapazes de fazer algo diferente e positivo. E ela
encontrará diversas desculpas, sem perceber, para justificar a visão negativa.
Como lidar?
A principal orientação de Clarice quando se deparar com algum pessimista na vida
profissional é não alimentar a percepção. Simplesmente mude de assunto e siga em
frente com seus projetos, sem se deixar abater.
Agora, se for um líder, a situação fica mais complicada. Em primeiro lugar, o
membro da equipe deve focar em suas qualidades, não se deixando contaminar pelo
pessimista, que certamente poderá colocá-lo para baixo. Em segundo, sempre
trabalhe muito suas idéias, para citar soluções criativas. Certamente o líder
tenderá a colocar empecilhos no caminho.
Se o grupo abaixo do líder é forte, Clarice afirmou que pode acontecer de ele
começar a ignorar a chefia. A liderança não se sustentará por muito tempo,
primeiro porque a rotatividade na equipe será alta, segundo porque passará a não
entregar resultados.
Falar ou não falar?
Normalmente, o pessimista precisa de um toque, pois é difícil que saiba que está
tomando essa atitude. Agora, quando é um grupo que está sendo contaminado, fica
ainda mais difícil de identificar o problema, pois todos estão "entrando na
onda". Aí, será preciso alguém de fora para perceber.
Porém, se for uma pessoa isolada, ela tende a ficar isolada e deprimida. Afinal,
ninguém quer conviver com alguém que fala o tempo todo que o futuro não é
positivo e que os projetos não darão certo. Além de prejudicar seus
relacionamentos, a pessoa afeta diretamente a vida profissional, ao tomar a
atitude.
"O pessimista não tem uma projeção de futuro e um hábito de encontrar saídas
para os problemas. Ele vai patinar na carreira, e não dar um salto. Fica na zona
de conforto, onde não tem desafios", afirmou.
O outro lado
Da mesma maneira que ser pessimista demais pode atrapalhar o trabalho, ser
otimista ao extremo também pode ser prejudicial. A pessoa só vê o lado bom das
situações e, desta forma, acaba por fugir da realidade, de acordo com Clarice.
"O bom é buscar o equilíbrio", finalizou.
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