Na atual conjuntura do universo corporativo cada vez falamos mais em
profissionais acima da média, de excelente performance e, o que mais interessa
para discussão, muitos jovens. Na busca por essa juventude, cresce o interesse
que esse novo perfil de profissional venha pronto direto da teoria (faculdade)
para a prática (mercado de trabalho). E em contrapartida a essas expectativas
das empresas, vemos o que realmente o mercado oferece.
Os jovens de hoje vivenciam um novo ambiente mercadológico extremamente
difícil, não pela crise ou pelo atual nível de globalização, mas por viverem em
um cenário oposto ao de seus pais e em total mutação, o que traz a existência de
uma nova característica que até pouco tempo não se comentava: a flexibilidade
profissional.
Nesse novo cenário também é possível destacar direitos e obrigações que se
contrapõem, no que diz respeito ao universo do mercado de trabalho atual. Nessas
circunstâncias surge uma nova geração dividida entre responsabilidade e
crescimento. O que interessa agora não é mais sua formação, sua experiência, não
que isso seja pouco, mas na verdade o interesse está no profissional de alto
desempenho, líder de líderes por natureza, e jovem o suficiente para construir
uma carreira, e não mais uma simples profissão.
Hoje muita coisa mudou. Cada vez mais vemos uma nova geração cobrada, mais
tecnologicamente avançada, tomando decisões que lhes influenciarão para o resto
da vida, e a grande preocupação é a falta de preparação para esse cenário.
Entretanto, fazendo um comparativo com épocas anteriores, é possível dizer que
essa geração "virtualizada" vem quebrando um tabu muito forte com relação à
instrução, pois o que antes era raro, como o curso superior, hoje já se tornou
banal, já que uma parte dessa geração já entendeu que esse novo perfil
profissional, ou melhor, esse novo modelo de profissional, é o "Sr. Atualização
Contínua".
Com isso interessa-nos entender que tal mudança significa evolução: passamos da
geração mão-de-obra para viver a era do capital intelectual, o qual não deixa
espaço nem tempo para um crescimento vivencial, mas cobra a bagagem intelectual
que se pode carregar. Embora isso pareça um preço muito caro a ser pago, vemos o
retorno dessa ascendência evolutiva refletido no campo prático, nos altos
salários, em uma autovalorização e no reconhecimento do mercado, o qual dispõe
de incessante busca por essa categoria, agora tão apreciada e não mais
dependente de uma única oportunidade.
Em síntese, o que cresce hoje, na verdade, é uma sociedade comodista. E isso não
acontece porque o jovem é preguiçoso ou porque é desinteressado, mas ocorre em
razão de um fator chamado "estilo de vida", já que seu conhecimento não é mais
pautado nas experiências vivenciais e sim nos veículos de informação, o que gera
um novo modelo de ser humano, o pensador.