Carreira / Emprego - Experiência, para que te quero: na crise, os riscos de ter uma equipe jovem
Muito se fala da energia dos jovens profissionais, da criatividade, da
ousadia deles. Essas características, somadas ao salário mais baixo que
recém-formados costumam receber, acabam por atrair as empresas.
"Quando jovem, o profissional ainda precisa conquistar seu espaço no mercado.
Então, ele assume mais riscos no dia-a-dia", explica o administrador e
palestrante Jerônimo Mendes, autor do livro "Oh, Mundo Cãoporativo!", sobre a
vontade de realizar daquelas pessoas com pouco tempo de experiência.
Mas será que uma empresa sobrevive só de energia? Certamente não. Na realidade,
os riscos de ter uma equipe jovem demais são vários. Falta experiência,
maturidade, visão de longo prazo, equilíbrio, conhecimento. Enfim, falta
bagagem, de acordo com Mendes. Os mais novos são ousados e assumem riscos. A
empresa assume riscos junto com eles.
E em tempos de crise...
O fato é que, em tempos de crise, tudo se complica. Muitos dos executivos mais
novos ainda não passaram por nenhuma crise. Estão ansiosos, sem saber o que
fazer. No vaivém do mercado, que, recentemente, se intensificou, líderes
inexperientes estão perdendo talentos em posições críticas. Outros novatos estão
cometendo erros de consequências desastrosas.
Onde está a experiência? "Nos países orientais, ninguém consegue chegar a uma
posição de liderança antes dos 40 anos", diz Mendes. "Lembrando que ser chefe é
uma coisa. Ser líder é outra bem diferente".
Não por acaso, grandes empresas já vêm há alguns anos trazendo de volta
executivos aposentados. E esse movimento deve se intensificar na crise. É
preciso a experiência, a tranquilidade e a visão de longo prazo daqueles que já
passaram por outras crises no passado, garante o especialista.
O fato é que experiência profissional tem muito a ver também com experiência de
vida e maturidade. Ninguém sai da faculdade preparado para o mercado de
trabalho. Ou para a vida. Além disso, percebeu-se que profissionais mais velhos
não são conservadores. Pelo contrário, são arrojados. Às vezes, não assumem
riscos desnecessários, porque conseguem prever a conseqüência deles, algo que
falta aos mais jovens.
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