Nos contatos que tive com grandes empreendedores, que se tornaram empresários
bem-sucedidos, pude reparar que todos tinham em comum o domínio da arte da
comunicação. É bom ficar claro desde o início que essa qualidade não é destacada
pela capacidade de eloqüência ou retórica, mas pela habilidade de saber
relacionar-se e transmitir suas idéias com clareza, objetividade e simplicidade.
Todo bom empreendedor chama a atenção pela sua aptidão em saber entusiasmar
as pessoas pelas suas idéias e projetos. De um modo geral, os empreendedores são
persuasivos e convincentes, pelo carisma de abertura para o diálogo e pela
atitude de comunicação
O empreendedor comunicativo é capaz de estabelecer ampla rede de
relacionamentos profissionais e de articulação de novos negócios. Sua
competência em saber dialogar, expressar opiniões e idéias, e estabelecer
relacionamentos favorece a superação de conflitos, a busca de entendimentos em
processos de negociação e a capacidade de integrar pessoas e equipes em torno de
metas e objetivos comuns. Podemos enumerar algumas das competências, ligadas à
comunicação, dos empreendedores de sucesso:
- Sabem analisar os principais conceitos e definições do processo de
comunicação humana e empresarial.
- Desenvolvem estilo próprio e assertivo de convencimento dos seus
interlocutores.
- Dominam os princípios e técnicas da comunicação como instrumento estratégico
para iniciativas inovadoras.
- Buscam conhecer os conceitos da Comunicação Corporativa para consolidar a
prosperidade dos seus negócios.
- Aplicam a comunicação como um mecanismo, em permanente desenvolvimento,
através do qual existem e se desenvolvem as relações humanas e profissionais.
- Buscam corrigir as falhas habituais na comunicação, que acarretam
improdutividade e erros no trabalho.
- Desenvolvem o hábito do diálogo e a da abertura para a comunicação, como fonte
de resolução de conflitos e problemas nas esferas empresarial, profissional e
pessoal.
- Buscam planejar e executar projetos de comunicação voltados para os públicos
interno e externo (stakeholders).
- Desenvolvem iniciativa empreendedora para o planejamento e desenvolvimento de
projetos de comunicação empresarial.
Não basta saber. É preciso saber fazer e querer fazer acontecer de verdade.
Na comunicação empreendedora, o emissor assume o papel de protagonista e agente
de transformação. Ele sabe falar e calar, sabe ouvir os outros e a si mesmo, e,
o mais importante, sabe dar e receber retorno na comunicação.
Acabamos de descrever a competência comportamental do líder
comunicador-empreendedor. Vejamos agora como viabilizar esse perfil por todos os
níveis de uma organização.
Estratégia da comunicação empreendedora - Comunicação e motivação
consubstanciam uma relação de causa e efeito. Num ambiente em que haja
comunicação e diálogo, existe motivação para superar crises e desafios. Quando
existe uma relação de confiança e de entendimento entre dirigentes e
funcionários, uma crise pode servir para unir e entusiasmar profissionais a
buscarem inovações capazes de favorecer a conquista das metas mais ousadas.
A maioria das empresas prefere resolver as crises de portas e bocas fechadas.
A direção resolve e ninguém fica sabendo. Algumas vezes dá certo, mas, quase
sempre, o resultado é medíocre e o problema retorna pior do que antes. Se uma
mudança estratégica ou uma crise interferem diretamente na atuação do
funcionário, a transparência, a honestidade e a ética são fundamentais, pois,
sem elas, dificilmente a empresa conseguirá o engajamento dos seus colaboradores
na busca de soluções.
Um ambiente favorável à comunicação interna, com lideranças engajadas em
promover e consolidar a Cultura do Diálogo é capaz de encorajar a manifestação
de idéias e sugestões que podem originar inovações e identificar soluções
altamente rentáveis para a empresa como um todo. A transparência das ações, a
honestidade de propósitos e a ética corporativa trafegam necessariamente pelo
caminho da abertura para a comunicação. Em um quadro de crise empresarial,
independente de ser patrão ou empregado, a Cultura do Diálogo cria vínculos que
se traduzem em comportamentos positivos e pró-ativos, ou seja, o gestor presta,
de fato, atenção ao que o colaborador tem a falar e vice-versa.
Na verdade, o gerente não está na posição que ocupa para dar ordens
inquestionáveis, mas para prestar atenção ao que o funcionário diz e procurar
gerar um clima de envolvimento e motivação pelo trabalho. Afinal, todos estão
ali para que se cumpram a missão, os objetivos e as metas da empresa, que,
supõe-se, sejam de conhecimento amplo e orgânico de todos que para ela
trabalham.
A improdutividade, a perda de clientes, o defeito de máquinas e equipamentos,
os acidentes de trabalho e o não cumprimento de prazos e metas são algumas das
conseqüências geradas pela falta de diálogo e comunicação nos empreendimentos. É
comum em um ambiente fechado à conversação, a distorção das informações
administrativas e gerenciais, o que ocasiona grandes índices de desperdício e
altos custos oriundos do trabalho que precisa ser refeito.
Conflitos, brigas e disputas internas - entre diretores, gerentes e
funcionários - são conseqüências muito comuns e constantes nas organizações que
desconsideram a importância do diálogo.
Na atualidade, o maior desafio do mundo empresarial é incentivar o saudável
exercício do diálogo aberto e franco, sem rodeios ou intolerâncias, favorecendo
assim a convivência das diferenças. A diversidade de pensamento contribui para o
enriquecimento da criatividade da empresa na busca de soluções e inovações. Isso
depende apenas de uma estratégia de diálogo, que envolva a participação de todos
no processo de planejamento para o sucesso.
Uma coisa é certa: o sucesso do empreendedor e dos empreendimentos dependem,
necessariamente, da compreensão e aplicação da Cultura do Diálogo, tendo como
base fundamental o relacionamento humano. Esse é o principal segredo para o
sucesso na prospecção de novos negócios e para a prosperidade das iniciativas
empreendedoras.