Dívidas / Endividado ? - Saia já do vermelho!
Quase 80 milhões de brasileiros estão endividados. Mas, para deixar a
“pindaíba”, é preciso admitir o descontrole – e então partir para uma dedicada
mudança de hábitos
Você está endividado? Quase metade da população brasileira responderia “sim”
para uma pergunta como esta. Segundo dados divulgados recentemente pelo Banco
Central, o número de endividados no país beira os 80 milhões. As contas
pendentes acima de R$ 5 mil, em especial, tiram o sono de mais de 15,5 milhões
de pessoas. Só em bancos, os débitos somam uma pequena fortuna: R$ 442 bilhões.
Mas se você é uma das pessoas que respondeu “sim” à pergunta acima, saiba que
possivelmente deu o primeiro passo para mudar. “Reconhecer o problema é uma
parte importante. Muitas vezes a pessoa nega. E como resolver algo que nem
existe?”, questiona a psicóloga Márcia Tolotti, autora do livro As Armadilhas do
Consumo (Editora Campus-Elsevier, Coleção Expo Money). “A pessoa tem que se
deparar com a situação e, a partir daí, resolvê-la.” Márcia diz que a questão do
endividamento precisa ser trabalhada com dois focos: o financeiro efetivamente e
o psicológico. “Esta situação crônica de endividamento da população tem,
principalmente, duas grandes causas: a falta de educação financeira e a questão
emocional.”
Saiba mais
Veja 10 dicas para equilibrar as contasIdentificar o tamanho do problema é,
portanto, fundamental. “Quem está no buraco e quer sair, precisa parar de
cavar”, compara o consultor de finanças pessoais Mauro Halfeld. Quem está nesta
situação, diz o consultor, precisa reconhecer se está gastando mais do que ganha
ou se, por uma questão pontual, passou a pagar os altos juros brasileiros e
entrou em um ciclo de dívidas. “A partir daí, só há dois caminhos: aumentar a
renda ou diminuir os gastos.” Na opinião de Halfeld, o caminho a seguir depende
do perfil de cada um: “Tem gente que está disposto a trabalhar mais, sacrificar
horas de lazer para ganhar mais”.
Se a opção é por diminuir os gastos, a orientação de Halfeld e do consultor
Gustavo Cerbasi é a mesma: listar todas as despesas e identificar quais podem
ser cortadas. “É preciso investir tempo de verdade nisso”, diz Halfeld.
Outra dica comum dos analistas é trocar dívida cara por outra mais barata.
“Cheque especial e parcelamento do cartão de crédito foram feitos para não serem
usados. Os juros são os mais altos do mercado”, alerta o diretor de economia da
Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Andrew Storfer. A
melhor saída para quem já usa esse tipo de crédito é negociar com o banco uma
opção mais barata, como os empréstimos consignados, por exemplo. “Mas não
adianta fazer isso sem um planejamento financeiro. Se não você faz um novo
empréstimo e não paga nem uma conta, nem outra.”
Serviço:
Uma saída para quem tem dificuldades em renegociar dívidas com algum credor pode
ser procurar o Procon. O órgão pode convocar uma audiência entre as partes e
mediar a negociação.
Referência:
jbonline.com.br
|
|
|