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Carreira / Emprego - Ecologia humana 

Data: 15/12/2008

 
 

Sabemos que o lixo deve ser jogado no lixo. E que, quando acumulado, pode causar danos à nossa saúde física. Mas, na vida psicológica, nos nossos relacionamentos, não fomos ensinados a jogar fora o lixo psicológico. Acumulamos a “sujeira emocional” e por causa disso, a convivência vai ficando difícil ou até mesmo, insuportável. Aquilo que nos incomoda não é dito, não é admitido, não é confessado. Procuramos fingir que esquecemos ou que está “tudo bem”, quando não está.

O acúmulo de lixo emocional pode provocar competições, invejas, coalizões, mágoas, ofensas, distorções maldosas, implicância ou rótulos infelizes.

Segundo Fábio Damasceno, do mesmo modo que a natureza física necessita de interação e renovação para manter o equilíbrio do sistema e a qualidade de vida, a nossa vida psicológica também precisa dessa dinâmica para viver bem, para alcançar a maturidade e realizar-se expressando seu potencial.

Para tanto, a usina de reciclagem do lixo psicológico, a parte fundamental neste ecossistema é o perdão. Neste caso, entenda-se o perdão como agente de cura interior, como um ato de livre arbítrio, como escolha e como opção. Escolher perdoar poderá desencadear crescimento e desenvolvimento espiritual, bem como amadurecimento psicológico. Se a pessoa escolhe não perdoar, ninguém poderá convencê-la do contrário e isso trará sérias conseqüências na vida desta pessoa e na estrutura da sua alma, onde estão suas vivências, cicatrizes, problemas, traumas, enfim, toda sua história.

Damasceno diz que o perdão é a cirurgia plástica que fazemos em nossa alma para remover as marcas do passado. Colocando o perdão como ato de escolha, o importante é querer perdoar, independente do sentimento, do intelecto e da vontade. Quando decidimos querer perdoar, já iniciamos o processo de cura interior. Resistir a liberar o perdão é algo que causa danos às vezes irreversíveis à saúde. Esta resistência, às vezes se fundamenta na gravidade dos acontecimentos. Para isso, o processo de cura interior baseia-se no fato de que não importa o que fizeram a você, mas o que você fez com relação ao que fizeram a você.

Para que possamos perdoar, de fato, é necessário deixar vir à tona o que os outros fizeram contra você e então, decidir o que fazer com aqueles lixos e aqueles subprodutos de raiva e de dor. O autor ensina como atingir a cura: consiste em decidir liberar o perdão, cujo ponto inicial é a dor e a mágoa. É preciso falar, chorar e lembrar quantas vezes for necessário, das dores e das humilhações que deixaram tatuagens profundas e expressar os sentimentos, rasgar o coração. É natural nesta etapa, sentir raiva, tristeza, indignação e amor próprio ferido. Depois, cada vez que isso voltar à sua mente e você persistir, liberando o perdão, você estará num nível diferente de aceitação e compreensão, como se estivesse subindo uma espiral, até chegar ao ponto final: a ferida cicatrizada. Os sentimentos se esgotam dentro do processo curativo. Você se lembra de tudo, mas não dói mais.

O que considero muito importante neste processo é que a liberação do perdão faz diferença não para o perdoado, mas para aquele que perdoou. Assim, você pode perdoar uma pessoa que nem mesmo se arrependeu do que fez. Considero este processo fundamental para a prevenção de doenças psicossomáticas e para a qualidade nas relações interpessoais. Na família e no trabalho, muitas pessoas se evitam ou quando se encontram, sentem aquele friozinho na barriga, um mal-estar visceral qualquer, devido a ressentimentos ou à experiências dolorosas do passado. Tudo isso pode ser curado dentro de cada um de nós, sendo benéfico para a saúde física, emocional e espiritual. Vale a pena!



 
Referência: curriculum.com.br
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