Carreira / Emprego - Ecologia humana
Sabemos que o lixo deve ser jogado no lixo. E que, quando acumulado, pode
causar danos à nossa saúde física. Mas, na vida psicológica, nos nossos
relacionamentos, não fomos ensinados a jogar fora o lixo psicológico. Acumulamos
a “sujeira emocional” e por causa disso, a convivência vai ficando difícil ou
até mesmo, insuportável. Aquilo que nos incomoda não é dito, não é admitido, não
é confessado. Procuramos fingir que esquecemos ou que está “tudo bem”, quando
não está.
O acúmulo de lixo emocional pode provocar competições, invejas, coalizões,
mágoas, ofensas, distorções maldosas, implicância ou rótulos infelizes.
Segundo Fábio Damasceno, do mesmo modo que a natureza física necessita de
interação e renovação para manter o equilíbrio do sistema e a qualidade de vida,
a nossa vida psicológica também precisa dessa dinâmica para viver bem, para
alcançar a maturidade e realizar-se expressando seu potencial.
Para tanto, a usina de reciclagem do lixo psicológico, a parte fundamental neste
ecossistema é o perdão. Neste caso, entenda-se o perdão como agente de cura
interior, como um ato de livre arbítrio, como escolha e como opção. Escolher
perdoar poderá desencadear crescimento e desenvolvimento espiritual, bem como
amadurecimento psicológico. Se a pessoa escolhe não perdoar, ninguém poderá
convencê-la do contrário e isso trará sérias conseqüências na vida desta pessoa
e na estrutura da sua alma, onde estão suas vivências, cicatrizes, problemas,
traumas, enfim, toda sua história.
Damasceno diz que o perdão é a cirurgia plástica que fazemos em nossa alma para
remover as marcas do passado. Colocando o perdão como ato de escolha, o
importante é querer perdoar, independente do sentimento, do intelecto e da
vontade. Quando decidimos querer perdoar, já iniciamos o processo de cura
interior. Resistir a liberar o perdão é algo que causa danos às vezes
irreversíveis à saúde. Esta resistência, às vezes se fundamenta na gravidade dos
acontecimentos. Para isso, o processo de cura interior baseia-se no fato de que
não importa o que fizeram a você, mas o que você fez com relação ao que fizeram
a você.
Para que possamos perdoar, de fato, é necessário deixar vir à tona o que os
outros fizeram contra você e então, decidir o que fazer com aqueles lixos e
aqueles subprodutos de raiva e de dor. O autor ensina como atingir a cura:
consiste em decidir liberar o perdão, cujo ponto inicial é a dor e a mágoa. É
preciso falar, chorar e lembrar quantas vezes for necessário, das dores e das
humilhações que deixaram tatuagens profundas e expressar os sentimentos, rasgar
o coração. É natural nesta etapa, sentir raiva, tristeza, indignação e amor
próprio ferido. Depois, cada vez que isso voltar à sua mente e você persistir,
liberando o perdão, você estará num nível diferente de aceitação e compreensão,
como se estivesse subindo uma espiral, até chegar ao ponto final: a ferida
cicatrizada. Os sentimentos se esgotam dentro do processo curativo. Você se
lembra de tudo, mas não dói mais.
O que considero muito importante neste processo é que a liberação do perdão faz
diferença não para o perdoado, mas para aquele que perdoou. Assim, você pode
perdoar uma pessoa que nem mesmo se arrependeu do que fez. Considero este
processo fundamental para a prevenção de doenças psicossomáticas e para a
qualidade nas relações interpessoais. Na família e no trabalho, muitas pessoas
se evitam ou quando se encontram, sentem aquele friozinho na barriga, um
mal-estar visceral qualquer, devido a ressentimentos ou à experiências dolorosas
do passado. Tudo isso pode ser curado dentro de cada um de nós, sendo benéfico
para a saúde física, emocional e espiritual. Vale a pena!
Referência:
curriculum.com.br
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