Alguns já nasceram com essa competência. Sem empreender muita energia e
esforço, conseguem tudo o que desejam. É de se esperar que suas vidas sejam mais
fáceis também. O poder da persuasão, que tem muito a ver com a neurolinguística,
é tema dos livros mais vendidos no País na atualidade. As pessoas querem que
suas opiniões sejam levadas a sério, de forma a aliviar suas frustrações
diárias.
"Não é apenas no mundo corporativo que saber persuadir é fundamental. A
persuasão traz resultados também na vida pessoal. Quem possui o poder da
persuasão se relaciona melhor com as pessoas e isso ocasiona bem-estar", afirma
o presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, Sulivan França.
Segundo ele, a capacidade de persuasão é essencial para publicitários, médicos,
profissionais de Recursos Humanos, vendedores, advogados, coachs, consultores,
entre outras atividades.
Dá para desenvolver?
Perante a dificuldade de fazer valer suas ideias sem causar questionamentos e
aversões na equipe, a maioria dos profissionais que se sentem frustrados se
pergunta: dá para desenvolver o poder da persuasão? Eu posso mudar meu jeito de
me relacionar com colegas de trabalho e superiores? Como isso é possível?
França diz que as pessoas não só podem desenvolver a persuasão como devem.
"Aqueles com capacidade de persuadir conseguem criar um ambiente harmonioso em
torno de si", garante.
"Por outro lado, quem não tem essa competência costuma ser visto como
antipático. Determinadas pessoas simplesmente não são agradáveis. Mas não se
trata de antipatia, elas apenas não conseguem persuadir os demais. Este é um
traço comum entre profissionais que trabalham mais com a lógica do que com a
inteligência emocional. Há ainda aqueles que são inflexíveis e intolerantes".
A persuasão e o carisma
Para quem está decidido a se aprimorar, saiba que a persuasão está atrelada à
capacidade de compreender o próximo. "É preciso entender as demandas alheias e
se permitir a ajudar. Trata-se de uma capacidade relacionada ao carisma e à
compreensão do mapa mental das pessoas com quem se convive".
Como saber se alguém tem o poder da persuasão? É simples. Geralmente, quem tem
esse poder interage com os demais de forma diferenciada, sendo influente e
carismático, na maioria das vezes sem precisar se esforçar para tal.
Carisma, para quem não sabe, é justamente aquele dom que tem tudo a ver com
flexibilidade e capacidade de escutar. Não de ouvir, mas de escutar. "Pessoas
com poder de persuasão gostam de escutar, ou seja, elas não apenas ouvem o que
os demais têm a dizer como também permanecem o tempo todo atentas aos sinais que
a face, a expressão corporal e a forma de se comunicar transmitem", afirma.
Quando chegamos a este tópico, muitos se perguntam: dá para persuadir o
interlocutor se a conversa ocorrer por telefone e não for presencial? "Sim",
responde o coach. "Por meio do ritmo de voz, da forma como se comunica, do
tópico da conversa que é enfatizado sutilmente...", explica.
Persuasão em apresentações
Outra dúvida que pode surgir é: "Se tenho de escutar as pessoas mais do que
falar, como devo agir durante uma apresentação?".
Durante apresentações de produtos ou projetos, França recomenda a brevidade.
"Seja sucinto, faça uma apresentação de três minutos e depois deixe as pessoas
fazerem perguntas. Dentro desta tática, é importante terminar raciocínios com
frases abertas, como "Do que você mais gostou a respeito deste projeto?", que
dão abertura para a conversa continuar".
O que impede a persuasão?
O que pode impedir a persuasão logo de cara é a abordagem de uma crença, por
exemplo. Ser flexível e tolerante sempre é a regra número um. "Se um cliente
fala de um valor cuja importância para ele é perceptível, é possível mostrar
outro ponto de vista, mas de forma sutil e sempre respeitando diferentes
opiniões".
Outra dica na hora de persuadir diz respeito à expressão corporal. No momento da
conversa, analise o interlocutor e procure ficar em posições parecidas com a
dele. Logo, se as pernas estão cruzadas, cruze as pernas também.
França finaliza lembrando que, em um mundo profissional competitivo, existem
pessoas boas, ótimas e excelentes. As boas têm pouco conteúdo, mas sabem
persuadir. As ótimas têm conteúdo, mas não sabem persuadir. Já os profissionais
em estado de excelência têm tudo ao seu alcance: conteúdo e poder de persuasão.