No mundo corporativo falam-se muito de pró-atividade, dinamismo, eficácia,
empreendedorismo, reengenharia, desenvolvimento pessoal, e muitas outras
palavras que podem descrever o profissional do futuro. Mas qual detalhe faz
realmente a diferença?
A resposta é simples... É a sua qualidade pessoal, você faz a diferença.
Este detalhe que faz a diferença pode estar sendo reprimido por um esforço seu
em ser uma palavra “da moda”, que na realidade não faz nenhum sentido em ser ou
buscar ser o que não somos.
Acredito que “foco” é necessário, porém desfocar em um momento de criação pode
ser de grande valor. Pró-atividade é excelente no mundo dos negócios, mas vamos
cuidar, porque não podemos cultivar nossa ansiedade. Empreendedorismo está
absolutamente na “moda”, mas esta característica deverá ser intrínseca da
pessoa, pois então seus empreendimentos em curto prazo poderão ser amadores.
No mundo da busca por sucesso, tentar ser o que não somos despende de tempo, e
“tempo é dinheiro”, errar neste momento pode significar perder uma oportunidade
única de ação.
Mas como não errar? Como saber da nossa real motivação, descobrindo nossas
falhas e principalmente nossas qualidades?
Vou dividir com vocês leitores uma técnica de grande valor para compreendermos
nossas ações e também as dos outros. Trata-se do ENEAGRAMA.
Eneagrama é uma palavra derivada do grego que quer dizer: Estrela de Nove
Pontas. Cada ponta da estrela é regida por um “tipo” de personalidade que se
baseia em 7 pecados capitais e 2 venais.
Todas as pessoas estão sob interferência de um específico tipo de tendência
emocional inconsciente.
Irei descrever todos os “tipos” do Eneagrama brevemente para que vocês tenham
uma introdução da aplicabilidade desta ferramenta. Ao final indicarei alguns
livros e web sites.
Atenção: A seguinte descrição dos Tipos de padrão de comportamento
objetiva uma visão geral, sendo insuficiente para uma auto-identificação.
É importante lembrar que não somos um Tipo de padrão de comportamento, mas sim,
adotamos um como mecanismo de defesa ou de organização funcional na família e na
sociedade.
Tipo 1: Raiva - O Perfeccionista.
As pessoas que adotaram o Tipo 1 são centradas na ação, têm um senso prático
exigente, que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. O vício emocional é a
Raiva, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude esforçada e
auto-imagem virtuosa – Eu estou fazendo a minha parte.
O nome Perfeccionista vem do alto nível de exigência, que as faz serem
conhecidas como "cri-cris". Se isso tem que ser feito, não interessa se você
gosta ou não, tem que ser feito...
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas duras e intransigentes, apegadas à dicotomia do certo-errado,
justo-injusto, adequado-inadequado, acreditando que o esforço as faz
merecedoras. Se todos fossem como eu, não teríamos de passar por isso...
Nas empresas, encontramos o Tipo 1 normalmente ligado a uma área em que seu
esforço possa ser mensurado. Contabilidade, financeiro, organização e métodos
são algumas das áreas comuns. Seu senso prático é muito útil nas situações em
que os temas principais são a organização e a realização. Mas em sua compulsão,
serão poucos aqueles que se adaptarão ao seu alto nível de exigência. Os
detalhes tornam-se desproporcionais. É obvio que isto não está bom; se você se
esforçasse mais, entenderia que bom é inimigo de ótimo.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 1 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Raiva) e o contato consigo mesmos por meio da
virtude da Serenidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a
partir de si mesmos, não mais por meio do certo-errado, permitindo uma
integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 1: Lilian Witte Fibe, Luiz Carlos Prates.
Tipo 2: Orgulho - O Prestativo.
As pessoas que adotaram o Tipo 2 são centradas na emoção, têm uma percepção
aguda dos outros, tornando-se conquistadoras, que sabem como conseguir o que
querem das pessoas. O vício emocional é o Orgulho, que, por ser inconsciente, é
justificado com a atitude solícita e a auto-imagem bem-intencionada. Esta emoção
sustenta um comportamento baseado na sensação de auto-suficiência e capacidade.
Eu posso...
O nome Prestativo se adapta mais ao subtipo preservação; já o Sexual poderia ser
chamado de Sedutor, e o Social, de Independente. De qualquer forma, a atitude
comum é a de Eu posso, eu sei, eu faço. Hábeis nas relações, costumam ser
conhecidos como pessoas queridas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas centradas nos outros, que se tornam agressivas quando não atendidas.
Desenvolvem uma baixa tolerância a qualquer coisa que se traduza em cuidar de si
mesmos. Sofrem quando têm de pedir algo ou quando não conseguem estar à altura
da imagem idealizada.
Nas empresas, encontramos o Tipo 2 normalmente ligado a uma área em que haja
relacionamentos com pessoas. Vendas, RH, secretariado e áreas assistenciais são
comuns. Seu alto nível de empolgação e envolvimento com pessoas cria movimento
onde havia marasmo, desperta nas pessoas a vontade de se envolver. Mas em sua
compulsão, tornam-se manipuladores agressivos, que cobram cada movimento que
tenham feito em direção ao outro, podendo mover as pessoas umas contra as
outras.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 2 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Orgulho) e o contato consigo mesmos por meio
da virtude da Humildade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a
partir de si mesmos, não mais por meio da atenção do outro ou do valor que lhes
dão, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 2: Ana Maria Braga, Xuxa, Tarcísio Meira.
Tipo 3: Vaidade – O bem sucedido.
As pessoas que adotaram o Tipo 3 são centradas na ação ou no planejamento,
visando reconhecimento.Têm uma visão mercantilista, que os guia na sua
perseguição pelo sucesso. O vício emocional é a Vaidade, que, por ser
inconsciente, é justificada com a atitude progressista e auto-imagem eficiente.
O nome Bem-Sucedido vem do seu apego à imagem e ao valor que ela traduz; o
sucesso é um meio de conquistar valor próprio.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas frias, que disfarçam sua frieza com uma imagem humanista. São
aficionadas pelo resultado, estressando todos ao seu redor em nome de uma
excelência. Os fins justificam os meios...se os ventos mudaram, ajuste as velas.
Andam com um taxímetro nas costas, comprometendo-se com as pessoas na justa
medida em que elas se tornam úteis para alcançar as metas.
Nas empresas, encontramos o Tipo 3 normalmente ligado a áreas em que haja
possibilidades de crescimento. Vendas, advocacia, administração, autônomos,
consultoria e assessorias são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de
sintetizar idéias e comunicar-se gera orientação em função das metas. Mas em sua
compulsão, tornam-se impessoais, exigindo das pessoas mais do que elas poderiam
dar; e descomprometidos, podendo abandonar o barco diante de uma proposta mais
atraente.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 3 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Vaidade) e o contato consigo mesmos por meio
da virtude da Sinceridade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem
a partir de si mesmos, não mais por meio do sucesso, admiração e reconhecimento,
permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 3: Ana Paula Padrão, Silvio Santos, Fernando Henrique Cardoso.
Tipo 4: Inveja – O Romântico.
As pessoas que adotaram o Tipo 4 são pessoas centradas na emoção, são sensíveis
ao ambiente e emocionalmente instáveis. A sensível percepção emocional faz delas
pessoas que vêem o que a maioria não vê. O vício emocional é a Inveja, que, por
ser inconsciente, é justificada com a atitude insatisfeita e auto-imagem de
singularidade. Das 9 emoções descritas no eneagrama, a inveja é a mais
incompreendida, agravando a dificuldade dos Românticos em se identificarem no
eneagrama. O que facilmente reconhecem é a insatisfação.
O nome Romântico vem da comparação de sua vida com uma outra idealizada, em que
Aí, sim, as coisas poderiam ser melhores. A crítica e a exigência de
originalidade faz delas pessoas conhecidas como autênticas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas centradas no que falta, indo atrás, no caso do subtipo Preservação;
sendo mordazes, no Sexual; ou, ainda, queixosos, no Social. Mas a característica
comum é a insatisfação. ...Se pelo menos fosse assim...
Como o foco é para o que falta e a comparação é constante, tornam-se pessoas
críticas e muitas vezes irônicas. Há uma sensação básica de que foram
“sacaneadas” pelo mundo ou por outras pessoas.
Vale ressaltar que os subtipos do 4 são os que mais apresentam diferenças
características, parecendo Tipos diferentes entre si.
Nas empresas, encontramos o Tipo 4 normalmente ligado a uma área em que a
criatividade e a originalidade possam ser expressadas. Estilismo, decoração,
psicologia e jornalismo são algumas das áreas comuns. Seu senso crítico apurado
e o gosto pelo diferente criam um ambiente humano, onde se deseja estar. Quando
sentem liberdade para se expressar, inundam o ambiente com cores. Mas em sua
compulsão, tornam-se melancólicos, carregando o ambiente com sua sensação de
insatisfação. Bom dia! - Diz João - Só se for para você! - Responde Vera.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 4 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Inveja) e o contato consigo mesmos por meio da
virtude da Equanimidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a
partir de si mesmos, não mais por meio da obtenção do que falta ou no que está
fora, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 4: Paulo Coelho, Caetano Veloso, Miguel Falabella, Arnaldo
Jabor.
Tipo 5: Avareza – O Observador.
As pessoas que adotaram o Tipo 5 são centradas na mente, têm uma curiosidade
pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. O vício
emocional é a Avareza, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude
pouco expressiva e auto-imagem lógica e prudente.
O nome Observador vem da atitude de não-envolvimento, como se preferisse estar
em segundo plano, de onde pode ver melhor sem perder seu senso crítico.
Dos Tipos do Eneagrama são os “mais na deles”; preferem estar consigo mesmos,
envolvidos em atividades que só dizem respeito a si próprios.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas frias e calculistas, que crêem na mente como meio de conseguir as
coisas, substituindo emoções por pensamentos. Deus colocou a cabeça mais alto
que o coração para que a razão pudesse dominar o sentimento.
Preferem o racionalismo ao empirismo, não se permitindo sequer desejar algo que
não seja "lógico", ou expressar sentimentos, que, por sua vez, são vistos como
inadequados.
Nas empresas, encontramos o Tipo 5 normalmente ligado a uma área do
planejamento. Engenharias, pesquisa e informática são algumas das áreas comuns.
Sua capacidade de análise faz deles verdadeiros jogadores de xadrez, trazendo ao
grupo o valor das metas de longo prazo e do planejamento estratégico. Mas em sua
compulsão, tornam-se distantes e inacessíveis; com respostas curtas e diretas
afastam as pessoas, mostrando pouco ou nenhum apreço pela presença delas.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 5 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Avareza) e o contato consigo mesmos por meio
da virtude do Desapego da mente. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que
querem a partir de si mesmos, não mais por meio da racionalização. Aceitam e
expressam mais seus sentimentos, permitindo uma integração maior de seus
sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 5: Jorge Bornhausen, Delfin Neto, Antônio Ermínio de Moraes,
Lázaro Brandão.
Tipo 6: Medo – O questionador.
As pessoas que adotaram o Tipo 6 são centradas na ação ou na emoção, visando ao
controle. São atentas e desconfiadas, embora não necessariamente expressem isso.
Preferem se preparar a atirar-se de improviso. O vício emocional é o Medo, que,
por ser inconsciente, é justificado com a auto-imagem de precavido e realista.
O nome Questionador vem da atitude desconfiada e alerta, do tipo Enquanto você
está indo, eu já fui e estou voltando... No subtipo sexual encontramos a forma
contrafóbica do medo, que é reconhecida com atitudes opostas ao medo, do tipo O
que você está olhando ai? Vai encarar?
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas ansiosas, que sempre têm um pé atrás, que preferem o conhecido e querem
se preparar para o desconhecido. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
Ou, ainda, Melhor prevenir do que remediar.
No caso dos contrafóbicos, a expressão é sempre oposta, de não se submeter ao
mando de outro ou pelo menos questionar agressivamente as intenções do outro. A
melhor defesa é o ataque. Enquanto você está indo, eu já estou voltando. Esta é
uma atitude que encobre uma desconfiança sobre as reais intenções dos outros e
uma pré-disposição a interpretar os outros como ameaça.
Nas empresas, encontramos o Tipo 6 normalmente ligado às gerências de pessoas e
procedimentos. Produção, financeiro e RH são algumas das áreas comuns. Sua
capacidade de perceber riscos faz deles hábeis críticos de processos, trazendo
um leque de possibilidades de falhas. Além disso, são gerentes gregários, que
facilmente conseguem trazer o espírito de equipe, no qual vale o Um por todos e
todos por um. A lealdade é uma marca registrada deste padrão de comportamento.
Mas na compulsão, tornam-se rígidos cobradores de normas e procedimentos, como
maneira de garantir o controle.
Os contrafóbicos são encontrados em lideranças, assumindo riscos como
colaboradores ou empresários.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 6 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Medo) e o contato consigo mesmos por meio da
virtude da Coragem e da confiança em si mesmos. Esta ferramenta os auxilia a
reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da regra ou do
que é mais lógico ou seguro. Aceitam e expressam mais suas emoções, permitindo
uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 6: Lula, Luiz Felipe Scolari.
Tipo 7: Gula – O Sonhador.
As pessoas que adotaram o Tipo 7 são centradas na mente; têm uma agilidade
mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, dando prioridade ao prazer.
O vício emocional é a Gula, que, por ser inconsciente, é justificada com a
atitude entusiasta e auto-imagem de hábil improvisador. Faço do limão uma
limonada.
O nome Sonhador vem da grande quantidade de idéias e planos, beirando o
impossível.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas superficiais, que se sobrecarregam com atividades como meio de fugir das
dificuldades emocionais. O positivismo exagerado também revela pessoas que
evitam o desprazer, olhando para o mundo com óculos cor-de-rosa.
Nas empresas, encontramos o Tipo 7 normalmente ligado a uma área em que não haja
rotina e a criatividade seja necessária. Marketing, vendas, planejamento e
negociação são algumas das áreas comuns. Seu positivismo e criatividade são
muito úteis nas situações em que o tema principal é a busca de novas soluções.
Mas em sua compulsão, são indisciplinados e irresponsáveis, fugindo da rotina
por meio de argumentos manipuladores. Chocam-se com aqueles que são mais rígidos
e querem seguir os passos previstos.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 7 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Gula) e o contato consigo mesmos por meio da
virtude da Sobriedade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a
partir de si mesmos, não mais por meio do prazer imediato, permitindo uma
integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 7: Jô Soares, Tom Cavalcante, Didi, Regina Casé.
Tipo 8: Luxúria – O Confrontador.
As pessoas que adotaram o Tipo 8 são centradas na ação, têm uma facilidade em
mandar e liderar, dando prioridade à realização. O vício emocional é a Luxúria,
que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude dominadora e auto-imagem
realizadora. Tudo ao seu redor tem de ser intenso e desafiador, numa atitude de
Dar um boi para não entrar e uma boiada para não sair.
O nome Confrontador vem da facilidade com que se posicionam a respeito do que
querem, expressando-se de forma direta e objetiva, intimidando com sua aparente
segurança.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas insensíveis, apegadas à força e ao poder. Dominadores agressivos,
tornam-se conhecidos como verdadeiros rolos-compressores. Facilmente tendem ao
exagero, desconsiderando o que os outros pensam e sentem.
Nas empresas, encontramos o Tipo 8 normalmente ligado a liderança. Este é o
perfil típico do empresário megalômano, que cresce rapidamente. Seu feeling para
os negócios e sua autoconfiança fazem deles pessoas que inspiram crescimento e
superação. Por meio de atitudes diretas e eficazes, transformam as organizações
rapidamente. Mas em sua compulsão, assumem a centralização do poder. Manda quem
pode, obedece quem tem juízo. Ou, ainda, Será do meu jeito ou de jeito nenhum.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 8 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Luxúria) e o contato consigo mesmos por meio
da virtude da Inocência. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a
partir de si mesmos, não mais por meio do poder e da dominância, permitindo uma
integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 8: Antônio Carlos Magalhães, Eurico Miranda, Fidel Castro.
Tipo 9: Preguiça – O Preservacionista.
As pessoas que adotaram o Tipo 9 são centradas na emoção ou na mente, têm uma
atitude mediadora, dando prioridade ao bem comum. O vício emocional é a
Indolência, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude tranqüila e
auto-imagem conciliadora, Se cada um ceder um pouco, todos ficarão bem.
O nome Preservacionista vem da busca de preservar o status quo, evitando
conflito em prol da paz e da tranqüilidade.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na
dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela
pessoas apáticas, que desenvolveram um estado de anestesia para não sofrerem
atritos com a realidade. Uma atitude de hiper-flexibilidade os deixa amorfos,
adequando-os facilmente ao ambiente.
São pessoas que expressam serenidade e calma, mesmo não sendo estes seus
sentimentos reais. A apatia emocional os deixa indecisos, a ponto de serem
conhecidos como “tanto faz”.
Nas empresas, encontramos o Tipo 9 nas mais variadas áreas. Sua facilidade em se
adaptar permite manterem-se em atividade por longos prazos, resistindo
inicialmente a mudanças, mas adaptando-se no decorrer do tempo. Administrativo,
secretariado, atendimento ao público e auxiliares são algumas das áreas comuns.
Sua habilidade mediadora é muito útil nas situações em que é necessário
desenvolver tarefas de longo prazo. Mas em sua compulsão, acabam cedendo para
evitar o conflito. Tornam-se indecisos e procrastinadores, preferindo a
realização de tarefas ao envolvimento ativo na busca de soluções – Vou me fingir
de morto para sobreviver.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 9 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira
de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a
neutralização do vício emocional (Indolência) e o contato consigo mesmos por
meio da virtude da Ação Correta. Esta ferramenta os auxiliam a reconhecer o que
querem a partir de si mesmos, não mais na atitude adaptativa ao meio em que
estão inseridos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos,
pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 9: Dorival Caymmi, Tom Jobim, Martinho da Vila.
Nota: As considerações à respeito dos Tipos, foram extraídas do website
do Instituto do Eneagrama.
O Eneagrama estuda as tendências emocionais das pessoas. Faz-se muito
interessante trabalhar no mundo dos negócios aliando sua experiência a esta
ferramenta. Ela facilita nossos relacionamentos, pois aprendemos a nos
compreender e principalmente compreender os outros.
Estar atento as nossas características, respeitando nosso movimento normal e com
consciência é o “grande detalhe” que faz a diferença.