Uma arte que vem sendo aperfeiçoada ao longo
de décadas através de milhares de testes e pesquisas em inúmeros países.
Cartas de venda estão gerando milhões de dólares, abrindo portas para a
visita de vendedores e ajudando empresas do mundo todo a aumentar a
lucratividade dos seus negócios. Descubra aqui 22 dicas valiosas para
redigir uma carta campeã de vendas para a sua empresa. |
São 7:00 horas da manhã. Você se levanta e decide que até o final do dia vai
visitar cada um dos seus 10.000 clientes potenciais. Já estava na hora de alguém
assumir esta missão!
Passa no escritório e coloca na sua pasta as informações que já tinha levantado
sobre eles.
9:00 horas. A primeira visita do dia é para o Sr. José Paulo. Como um vendedor
experiente, você sabe como vencer os primeiros bloqueios e consegue que ele abra
a porta e o convide a entrar em sua casa.
No começo ele se mostra resistente, mas você conhece bem o seu produto e os
benefícios que ele traz para os seus clientes. Você passa a mostrar como o Sr.
José Paulo poderia ganhar tempo com um produto assim, como seria agradável
usá-lo e os problemas que ele conseguiria simplesmente eliminar de sua vida.
Agora ele parece estar realmente interessado, mas ainda tem dúvidas. Coloca
algumas objeções e desconfia de suas promessas. Isso é ótimo, porque você já
estava está preparado para enfrentar esta situação e sabe até mesmo as perguntas
que estão passando pela cabeça dele e não estão sendo feitas.
Passo a passo você vai transmitindo segurança, mostrando que sua empresa está há
15 anos no mercado e oferece garantia de 2 anos para este produto, que por sinal
já foi adquirido por mais de 30 mil clientes satisfeitos.
Está na hora de preparar o fechamento da venda. Você tira a tabela de preços da
pasta, negocia bons descontos, facilita o pagamento, mas sente que o Sr. José
Paulo não vai fazer o pedido hoje e sabe que se a decisão ficar para depois há
uma grande chance do negócio nunca se realizar. Mas você também já estava
preparado para esta situação e revela uma oferta muito especial para que ele
faça o pedido neste momento. Yesss! Você conseguiu fechar sua primeira venda do
dia.
São 9 horas e 3 segundos e você parte para as visitas seguintes. Às 13:00 horas
dá uma parada para almoçar e aproveita para fazer um balanço dos 5.000 contatos
realizados no período da manhã .
Alguns dos endereços estão desatualizados, e você anota para tomar providências
amanhã. Em 20% das tentativas os clientes potenciais não o convidaram a entrar,
mas você já está aperfeiçoando sua técnica de abordagem e descobrindo o que
funciona melhor.
No cafezinho, entusiasmado você se lança um desafio: "Se no período da manhã
fechei 150 pedidos, agora que sei quais são os argumentos que dão melhor
resultado, à tarde vou fechar no mínimo mais 200".
Bingo! As 18:00 horas você volta para o escritório, abre sua pasta e conta os
pedidos. Foram mais de 400 vendas fechadas num único dia. Prepara sua agenda
para o dia seguinte, que inclui primeira visita a mais 10.000 clientes
potenciais e segunda visita a 800 clientes da véspera que ficaram interessados
mas ainda não fecharam seus pedidos.
Volta para casa, começa a se despir, olha-se no espelho e assusta-se com a cena.
Por baixo do terno você está usando ... o uniforme do Super-homem! Ainda
atordoado, ouve um barulho estridente ... é o despertador tocando!!!
"Claro, eu estava sonhando. Qual profissional de vendas poderia, num único dia,
fazer 10.000 visitas, fechar mais de 400 pedidos e ter esta atividade como
rotina?"
Durante o banho, relembra passagens do sonho e reflete sobre as dificuldades que
enfrenta no dia-a-dia da sua área de vendas. Como seria bom se fosse possível
visitar cada um dos clientes potenciais, fechar 400 pedidos por dia, conhecer
cada vez melhor as suas necessidades e dar seqüência aos contatos iniciados com
aqueles que estão "quase" fechando o pedido.
O café está pronto. Você senta-se à mesa e aproveita para abrir as
correspondências da semana. Abre a primeira e ... é isso!!
Uma carta dirigida a você, profissional de comunicação, oferecendo a assinatura
de uma revista técnica na área. Abre o outro envelope, surge uma outra carta,
oferecendo um curso de inglês que resolve seu problema de falta de tempo para
estudar. Um terceiro envelope, mais uma carta, e desta vez o objetivo é fazer
com que você solicite a visita de um representante da empresa de assistência
médica. A carta seguinte traz um cupom oferecendo um desconto incrível para você
comprar, até o final da próxima semana, aquele computador que seu filho está
cobrando faz tempo. Mais uma carta, desta vez do seu banco, oferecendo um seguro
de vida.
A carta é este vendedor super-homem, capaz de visitar cada cliente potencial,
falar das suas necessidades e desejos, mostrar os benefícios que seus produtos e
serviços oferecem, despertar seu interesse e levá-lo a agir: enviando um
questionário para receber uma amostra grátis ou catálogo de produtos, fazendo um
pedido de compra ou solicitando a visita de um representante de vendas sem
compromisso.
Como consumidora, ao longo de muitos anos tenho sido alvo de inúmeras cartas de
vendas enviadas por empresas dos mais diversos ramos de atividade.
Foi através de ofertas recebidas desta forma que fiz as assinaturas de todas
minhas revistas e da minha TV a cabo, entrei para o MusiClub, fiz o meu seguro
de vida e o do meu automóvel, adquiri três cartões de crédito e aproveitei
ofertas incríveis em lojas do meu bairro.
Meu marido recebeu uma destas cartas e lembrou-se do Dia dos Namorados. Foi até
a joalheria e me presenteou com um belo par de brincos de ouro, aproveitando o
desconto que estava sendo oferecido especialmente para aquela data.
Como profissional, estimulada por cartas de venda solicitei a visita de
representantes de gráficas, fiz minha inscrição em conferências no Brasil e no
exterior e solicitei assinatura de publicações técnicas muito úteis à minha
atividade.
Você, como eu, também já deve ter recebido pilhas de cartas de venda que foram
para a lata de lixo em menos de três segundos. Cartas oferecendo produtos e
serviços que absolutamente não tinham nada a ver com você. Cartas com promessas
exageradas, cartas enfadonhas ou muito mal redigidas.
Convido você agora a ler o meu artigo apresentado a seguir. Você vai descobrir
dicas valiosas para que a sua carta de venda consiga vencer os três segundos
iniciais e conduza seu leitor à resposta que você espera dele.
As informações reunidas neste artigo resumem os resultados de milhares de
experiências de empresas brasileiras e internacionais, após inúmeras pesquisas e
muitos milhões de dólares em vendas.
A primeira destas dicas quebra um tabu: o de que cartas longas não são lidas.
Bem, se você ainda está lendo minha carta, já percebeu que ela deve ter o
tamanho que for necessário para atingir seu objetivo, utilizando técnicas para
prender a atenção do leitor e levá-lo à ação.
Boa leitura e sinta-se à vontade para me encaminhar seus comentários ou trocar
idéias comigo sobre este assunto através do e-mail
s.camelier@speciallists.com.br.
Muito obrigada pela sua atenção,
P.S. - Justamente por fazer o papel do
vendedor, a carta é o elemento mais importante de uma mala direta, sendo
decisiva para o fechamento de mais da metade dos pedidos. Cabe a ela
criar o clima de comunicação pessoal, apresentar todos os benefícios,
superar as objeções e levar o leitor à ação. Por isso, se não puder
preparar uma mala direta completa, não permita que a carta seja o
elemento a ser sacrificado. |
1. Faça a carta do tamanho que for necessário
Não dê ouvidos a quem diz que cartas longas nunca são lidas. Testes
realizados com cartas curtas e longas mostram que na grande maioria dos casos as
taxas de retorno são maiores para as cartas longas. O newsletter Direct Response
Marketing to Schools realizou uma pesquisa e concluiu que uma carta de duas
páginas costuma atrair 80% mais do que a de uma página, e que uma carta de
quatro páginas atrai 50% mais do que a de duas páginas. Isso acontece porque na
mala direta a carta deve desempenhar o papel do vendedor. Ela deve apresentar
todos os benefícios do produto ou serviço, despertar seu interesse, responder as
dúvidas que possam passar pela sua mente, contornar as objeções, chamar a
atenção para outras peças que seguem no envelope, fazer uma oferta e conseguir
que ele responda favoravelmente à sua proposta. Raramente é possível fazer tudo
isso em uma única página. Torne a sua mensagem interessante, utilize técnicas
para prender a atenção do leitor e faça a sua carta do tamanho que for
necessário para atingir estes objetivos. O motivo que faz com que uma pessoa
abandone a leitura de uma carta não é o seu tamanho. Ela pode ter 3 ou 8
páginas, não importa. Se o produto ou serviço for do interesse do leitor, se o
texto for envolvente, claro e o leitor sentir que as promessas são honestas, ele
prosseguirá até o final. O objetivo de uma carta pode não ser a venda direta,
mas o agendamento de uma visita do representante de vendas, pois inúmeros
produtos e serviços requerem a presença de um vendedor para o fechamento do
negócio. Geralmente as cartas para geração de leads (pistas, contatos
qualificados) são mais curtas, porque não se deseja e não se deve avançar nos
detalhes que serão apresentados durante a visita. O objetivo deste tipo de carta
é despertar o interesse e fazer com que o leitor solicite a visita. Caberá ao
vendedor a concretização do negócio.
2. Não subestime a tarefa
Redigir uma boa carta de venda implica em muitas horas e até dias de
trabalho árduo, sendo com freqüência uma tarefa mais complexa do que redigir um
folheto de várias páginas. Não exija que a sua agência crie uma carta de um dia
para o outro, nem entregue esta missão nas mãos de quem não domine as técnicas
de criação de resposta direta. Uma carta bonita, com redação impecável, pode bem
se transformar em um fracasso de vendas. Sua carta não está inscrita em nenhum
concurso de beleza. Seu objetivo é conseguir pedidos. Muitos.
3. Conheça os benefícios percebidos pelo cliente
As pessoas não compram um produto. Compram aquilo que o produto pode fazer
por elas. Não há nada mais enfadonho do que uma carta que se limita a discorrer
sobre as características do produto e a estabelecer comparações com seus
concorrentes. O bom vendedor se coloca no lugar do cliente, conhece seus desejos
e necessidades, sabe quais são os benefícios de seu produto que são percebidos
pelo cliente e tem a habilidade de explorá-los ao longo de todo o processo da
venda. Antes de começar a redigir uma carta de venda, coloque-se no lugar do
cliente, estude o produto sob a ótica dele, use-o por um tempo e descubra todas
as vantagens de tê-lo. Se for um brinquedo, entregue para seu filho usar e
observe o que acontece. Descubra também seus problemas e anote as razões que o
levariam a não adquirir este produto. Se você está vendendo um equipamento
técnico, com certeza não vai poder experimentar pessoalmente o produto, mas você
precisa entender os motivos que levariam seu público-alvo a adquiri-lo. Converse
com seus clientes e recorra a pesquisas. E o mais importante de tudo: converse
com seus vendedores. Pergunte a eles os argumentos que funcionam melhor, as
principais objeções levantadas pelos clientes, os benefícios mais valorizados,
as formas como eles usam o produto. Eles têm o ponto de vista de primeira mão do
cliente e são os seus conselheiros mais valiosos. As informações que você vai
levantar neste processo vão ajudá-lo a redigir uma carta irresistível e poderão
representar uma diferença de milhares de reais em vendas.
4. Conheça o seu leitor
Você já tentou escrever para uma pessoa a respeito da qual não sabe nada? Se
você tentar escrever uma carta sem conhecer as informações básicas sobre o
perfil do seu público-alvo, estará incorrendo em dois pecados mortais que vão
afetar diretamente a sua taxa de retorno: deixará de explorar os benefícios que
realmente interessam ao leitor ou tentará falar tudo para todos. O conselho pode
parecer óbvio, mas antes de começar a redigir uma carta levante o maior número
possível de informações sobre as pessoas que estão na sua lista, ou em cada uma
das suas listas de destinatários. Você provavelmente vai concluir que vale a
pena redigir uma carta diferente para cada grupo de destinatários que tenham uma
característica em comum, o que vai permitir que explore os benefícios
específicos para cada um deles. Por exemplo, se você está oferecendo um curso de
inglês, os argumentos que vai utilizar para jovens em idade pré-vestibular serão
diferentes daqueles que utilizaria para profissionais de nível gerencial ou para
mulheres que não exercem atividade profissional mas são casadas com executivos
de alto nível.
5. Defina quem vai assinar
A crença de muitas empresas é que uma carta, para ter credibilidade, deve
ser assinada sempre pelo presidente. Na grande maioria dos casos a conseqüência
disso é que a carta transmite um sentimento de desconfiança ao leitor. O
presidente deve assinar as cartas sobre assuntos que só caberiam a ele expor. A
regra geral é que a carta deve ser assinada pelo profissional da empresa mais
diretamente relacionado com o produto ou serviço que está sendo oferecido. Se o
objetivo da carta é vender assinaturas de uma revista, o Gerente de Assinaturas
é a pessoa mais indicada. Se você está comunicando que a empresa acaba de
implantar uma Central de Atendimento ao Consumidor, deixe que o gerente da área
assine. Quando eu trabalhava na divisão de marketing direto de uma grande
editora, lançamos uma mala direta para a venda de um livro sobre tricô, crochê e
bordado. O gerente do produto era homem e ficaria estranho ele assinar uma carta
que falava sobre os elogios que a cliente iria receber da família ao produzir
lindas roupas e toalhinhas. Ficou decidido que a assinatura seria a minha. A
identificação com a leitora foi tão forte que meses após a campanha eu ainda
recebia cartas de agradecimento de compradoras falando sobre as peças
maravilhosas que já haviam criado. Não use assinaturas ilegíveis - a letra deve
permitir que o nome seja lido. Aplique a assinatura em azul para que se pareça
ao máximo com uma carta assinada uma a uma. Quando a quantidade de cartas a ser
expedida não passar de algumas centenas, assine uma a uma. Os clientes vão
perceber e dar mais atenção à sua mensagem. Lembre-se que a carta é uma
comunicação um-a-um, devendo ser assinada por uma única pessoa.
6. Seduza o leitor para que ele comece a leitura
Várias pesquisas indicam que o leitor toma a decisão de ler ou não uma carta
nos três segundos seguintes à abertura do envelope. Este é o tempo que você tem
para chamar a sua atenção e fazer com que ele comece a leitura. Para vencer este
primeiro desafio, a grande maioria das empresas lançam mão do "Johnson Box",
notas manuscritas ou aplicação de "post it". O Johnson Box é uma caixa de texto
posicionada no alto da carta que serve para dar destaque a um benefício,
apresentar uma oferta ou fazer um teaser que desperte o interesse ou a
curiosidade do leitor. Veja um bom exemplo de teaser em Johnson box utilizado no
final de 98 por uma editora brasileira para a venda de uma série de vídeos sobre
civilizações antigas: No Peru, o soberano Inca utiliza o crânio de seu irmão
como se fosse um copo ... Na China, os reis da dinastia Chang enterram os vivos
com seus mortos ... Em Roma, a esposa do imperador sai sorrateiramente do
palácio para juntar-se às damas da noite... Outro excelente exemplo de Johnson
Box utilizado em uma carta de uma agência de marketing direto brasileira
oferecendo seus serviços: Nestes primeiros cinco anos fizemos de tudo para
sobreviver: vendemos escritórios, aviões, carros, caminhões, leite, tíquetes,
absorventes, lençóis, roupas, conta corrente, investimentos, seguros,
computadores e até frango. E a gente não desiste. O "post it" manuscrito procura
dar a impressão de que após escrever a carta você se lembrou de algo muito
importante e resolveu incluir um bilhetinho a mais. As notas manuscritas
colocadas nas margens da carta ou inclinadas no alto da página também são um
truque que funciona para chamar a atenção do leitor e atrair seus olhos para
este ponto antes do início da leitura. Use uma cor diferente para escrever as
notas e bilhetinhos manuscritos e tome o cuidado de não "entregar o ouro" antes
da hora.
7. Personalize a saudação
Quanto mais o leitor sentir que você enviou aquela carta só para ele, maior
atenção dará ao seu conteúdo. Se você puder contar com os recursos da
personalização no computador, não deixe de utilizá-lo. A fórmula clássica de
saudação continua sendo "Caro ... (Luís)". Para fazer isso, lembre-se que seu
banco de dados deverá ter também a informação sobre o sexo do destinatário. Não
podendo utilizar este recurso, procure identificar uma característica ou um
interesse comum ao grupo de destinatários e abra como uma saudação do tipo "Caro
leitor de Meio & Mensagem", "Caro amante do jazz". Não incorra no erro de
iniciar sua carta com o chavão Prezado(a) Senhor(a). Não há nada mais batido e
menos adequado. Seja criativo, mas não deixe de ser sincero. Evite começar sua
carta com "Querido amigo". Esta saudação além de parecer falsa (você não é amigo
do leitor, e ele sabe disso), está muito batida. Herschell Gordon Lewis, um dos
maiores redatores de marketing direto revelou que na década de 80, 90% das
cartas de venda começavam desta forma. Siga o conselho de Herschell: "Se você
não souber quem eu sou e não puder mencionar o meu interesse, simplesmente
comece a carta sem nada disso!". Inicie com um simples "Bom dia!".
8. Inclua um P.S.
As pesquisas provam que a grande maioria das pessoas lêem o P.S. antes de
começar a leitura da carta propriamente dita. Isso acontece porque elas procuram
no final da carta o nome de quem está escrevendo a elas. Assim, não deixe de
incluir um P.S. na sua carta de venda, destacando a sua oferta, dando o tom de
urgência na decisão de compra ou incluindo uma informação nova de grande
interesse para o leitor. Isso ajudará a despertar seu interesse e curiosidade em
saber o que há de interessante para ele na sua carta. Alguns exemplos recentes
de P.S. eficientes: P.S.: Ligue agora mesmo para 0800 XXX XXX e faça sua
cotação, sem compromisso. Você poderá descobrir que o seu perfil se encaixa
perfeitamente com o seguro que apresenta os menores preços do mercado. P.S. Não
perca 65% de desconto para o 1º envio e 10 dias para exame gratuito!
9. Use a linguagem adequada a cada público
Como você escreveria para a sua mãe, para o seu chefe ou para a sua
namorada? O estilo, a escolha das palavras e o tom geral da comunicação
certamente seriam muito diferentes. Uma carta de venda deve, antes de mais nada,
criar o clima da comunicação pessoal e para isso precisa utilizar uma linguagem
adequada àquela usada pela pessoa a quem está se dirigindo. Não tente mostrar
que você é mais culto que o seu leitor usando linguagem rebuscada demais,
recheando sua carta com palavras que ele não domina ou não utiliza no seu
dia-a-dia. Nunca fale a ele com superioridade.
10. Escreva para pessoas, não para cargos ou empresas
Quando você está escrevendo uma carta para venda de produtos ou serviços que
serão adquiridos por empresas, lembre-se que a sua carta será lida por uma
pessoa, não por um cargo ou uma empresa. Esta pessoa é quem enfrenta no
dia-a-dia os problemas do escritório e quem vai tomar a decisão de comprar ou
não o que você está oferecendo. Escreva de forma pessoal. O seu desafio será
encontrar uma forma adequada de "parecer profissional" e ao mesmo tempo redigir
uma carta "calorosa e pessoal".
11. Seja pessoal
Qual é a palavra que o bom vendedor fala com maior freqüência quando está
conversando com um cliente? Você. O "you approach" é uma das regras mais
consolidadas no setor de marketing direto. Ela visa fazer com que o leitor se
identifique com a empresa, se aproxime de você, com que a carta tenha o clima
pessoal. Não tenha medo de escrever "você" muitas vezes durante a carta. Ao
terminar a sua carta, revise cada frase e substitua frases do tipo "estamos
enviando em anexo" por "você vai encontrar em anexo". Ao longo da sua carta fale
das necessidades do leitor, dos seus interesses, dos benefícios que o seu
produto trará para a vida dele ou do relacionamento que ele já mantém com a sua
empresa. Muitos redatores costumam escrever cartas com uma foto do seu leitor
típico na frente. Olhe nos seus olhos com admiração. Sinta-se como se você fosse
ele. Se você puder contar com o recurso da personalização por computador ,
mencione seu nome algumas vezes, como você faria se estivesse conversando
pessoalmente com ele. Mas cuidado: só faça isso se você realmente conhecer seus
interesses. Não há nada mais falso do que uma carta que abusa do recurso da
personalização por computador mas deixa claro que a empresa não faz a mínima
idéia dos seus interesses e necessidades.
12. Use as palavras mágicas
Anote e use as palavras mágicas mais eficazes em resposta direta: Grátis /
Novo / Você / Agora / Vencer / Fácil / Lançamento / Hoje / Economize / Garantia
/ Sim / Revolucionário / Avanço. Experimente também outras palavras e frases
curtas que David Ogilvy testou e comprovou: Como ... / De repente / Anunciando /
Aqui está / Acabou de chegar / Rápido / Espantoso / Sensacional / Notável /
Aperfeiçoado / Milagre / Mágico / Última chance / Corra / Pechincha / Conselhos
a ... / A verdade sobre ....
13. Escreva como você fala e facilite a leitura
Use palavras simples e frases curtas. É isso que você faz quando fala e o
que caracteriza o clima de conversa. Use alguns recursos que vão ajudá-lo a
redigir um texto mais leve e prender sua atenção até o final: - Divida o texto
em parágrafos curtos - Use entrelinhamento simples, parágrafos recuados e
margens grandes para facilitar a leitura. - Use subtítulos para destacar seus
benefícios. Faça com que eles se sobressaiam e sejam lidos mesmo antes do leitor
tomar a decisão de ler a carta toda. - Sublinhe ou destaque com negrito a
essência da sua oferta e os pontos que devem despertar o interesse do leitor.
Mas não exagere. Se você der destaque a tudo acabará não dando ênfase a nada. -
Se a sua carta tiver várias páginas, termine a página quebrando o pensamento no
meio de uma frase ou de uma palavra, forçando o leitor a buscar a conclusão do
seu pensamento na página seguinte. Escreva no canto direito do rodapé "vire",
"continua" ou coloque uma seta manuscrita apontando para a direita. - Use
tipologia com serifa. Serifas são aquelas perninhas da letra que ajudam a grudar
uma letra na outra, que reduz o esforço de leitura. Exemplo: Times Roman. -
Nunca utilize corpo menor do que 10 pontos - Use frases diretas e ágeis, dando
preferência à voz ativa. Ao invés de dizer "O seu desempenho nos esportes será
melhorado com o uso da vitamina X", diga "A vitamina X vai melhorar o seu
desempenho nos esportes". - Não seja um escravo da gramática. Seu objetivo ao
redigir uma carta é ser claro e aceite quebrar algumas regras gramaticais se
elas estiverem atrapalhando o ritmo e o tom da comunicação. Use linguagem
coloquial mas não deixe de fazer uma cuidadosa revisão ortográfica.
14. Envolva o leitor
As melhores cartas que recebemos são de amigos ou parentes contando uma
história, uma fofoca ou o que está acontecendo em suas vidas. Para manter o
leitor lendo, a carta de venda deve fazer a mesma coisa, criando o envolvimento
e fazendo com que o leitor se identifique com alguma situação. Comece sua carta
fazendo uma pergunta, contando uma história, mencionando seu relacionamento
anterior com o leitor, mostrando que você tem os mesmos sentimentos e desejos
que ele ou projetando seu leitor para uma situação agradável. Recentemente
recebi uma carta de uma seguradora que começava da seguinte forma: "Imagine
obter descontos de acordo com a sua idade, bairro onde você mora e até pela
forma como você utiliza o seu veículo. O seguro de automóvel da XXXX é assim. O
único do mercado que transforma as suas características em descontos tão
incríveis que poderão alcançar a faixa dos 30% se a sua idade for superior a 35
anos". Observe que o benefício foi explorado logo no início. Aqui vale a pena
destacar que a seguradora realmente sabe com quem está falando. Além da saudação
ser "Prezada Sra. Sandra", eu tenho um automóvel e mais do que 35 anos. Uma
outra carta recente para venda de assinatura de uma revista semanal de
informação abria com a seguinte mensagem: "Imagine que você está numa cidade
estranha. Perdido, sozinho, sem um mapa. Uma cidade cheia de pessoas correndo de
um lado para o outro. Você precisa de um refúgio para planejar seus próximos
passos. Pense que a cidade é uma imagem para o mundo - o mundo da informação.
Nesse lugar há cada vez mais informação circulando, velozmente, muitas vezes sem
sentido. Você quer saber quais são as informações com um sentido de verdade;
quer saber o que está por trás delas, para poder direcionar seu cotidiano, seu
futuro e o da sua família..." Outra carta enviada por uma empresa administradora
de cartão de crédito envolve o leitor abrindo com uma série de perguntas: "Você
já sonhou em possuir um clássico? Um automóvel antigo, um quadro famoso, a
edição original de uma grande obra literária? Já pensou na satisfação que isso
poderia significar? Hoje queremos convidar você a possuir um clássico: o XXXX.
Um clássico por sua aceitação mundial. Por sua incomparável qualidade de serviço
..." Estudos mostram que as primeiras 50 palavras em um texto de venda, seja uma
carta, um anúncio ou um folheto, são as mais críticas. Se você conseguir que
seus prospects leiam as 50 primeiras, a grande maioria vai ler as outras 1.000.
15. Seja honesto e sincero
Sua carta deve transmitir credibilidade para que o leitor sinta-se confiante
em fazer negócios com a sua empresa. Se a sua empresa não for muito conhecida,
inclua informações sobre sua solidez e histórico. Fale da garantia e do serviço
de atendimento ao consumidor. Não exagere ao descrever os benefícios do seu
produto. Isso poderá fazê-lo perder a venda ou ter uma avalanche de reclamações
de clientes insatisfeitos que vão fazer a propaganda negativa da sua empresa no
mercado. Não tente ser mais esperto que seu leitor e nunca, NUNCA, minta. Isso
não significa que você deva falar dos problemas do seu produto, mas limite-se à
verdade. Construa imagens com as palavras mas não exagere. Ao invés de dizer
"você vai parecer ter 20 anos de idade", diga "você vai se sentir 10 anos mais
jovem".
16. Utilize testemunhais de clientes satisfeitos
A fórmula é antiga mas sempre funciona. As pessoas sabem que o seu papel é
enaltecer as qualidades e benefícios do seu produto. Mas qual é a opinião de
quem realmente interessa, ou seja, dos seus clientes? Testemunhais ou
depoimentos são endossos importantes e funcionam bem quando o seu leitor tem a
certeza de que ele é espontâneo e sincero. Peça autorização para alguns de seus
clientes para usar seus nomes e opiniões. Peça que eles escrevam com suas
próprias palavras sobre os benefícios que o produto trouxe para a suas vidas e
para suas famílias e inclua estes depoimentos em sua carta, citando seus nomes e
cidades.
17. Seja coerente
Você já conversou com alguém cujas palavras não combinavam com os gestos que
estava fazendo? Isso acaba prejudicando a comunicação e você não sabe em qual
das duas linguagens confiar. Tome cuidado para que a mesma situação não ocorra
com a mensagem da sua carta. Certifique-se que o pensamento foi desenvolvido de
uma forma lógica e que não há declarações contraditórias no texto. A parte
gráfica e o texto também devem estar em perfeita sintonia. Se você está vendendo
qualidade e sofisticação, as ilustrações, cores e papel deverão transmitir esta
imagem. Se você está fazendo uma liquidação, falando que a sua loja é a mais
barata ou solicitando fundos para uma entidade filantrópica, um acabamento
gráfico requintado poderá ser prejudicial.
18. Diga ao leitor o que ele deve fazer
Não perca de vista o objetivo da sua carta. Muitas cartas de venda conseguem
despertar o desejo do leitor mas pecam no ponto mais crítico: deixar claro
exatamente o que se espera que ele faça. Diga e repita o que o leitor deve fazer
e dê a ele instruções específicas. Telefonar e fazer o pedido, preencher e
enviar o cupom anexo para receber um folheto grátis, ligar para marcar uma
visita - seja o que for, faça com que ele aja. Agora. Transmita um tom de
urgência definindo um prazo de validade para a oferta, prometendo um brinde aos
X primeiros pedidos que chegarem ou informando sobre a pequena quantidade
disponível em estoque. Chame a atenção do leitor para informações que ele poderá
encontrar em outros elementos da peça que você está enviando: folheto, catálogo,
questionário ou cupom de pedido.
19. Faça o fechamento da venda
O final de uma carta é o grande momento do fechamento da venda. A sua última
oportunidade de convencê-lo a fazer o que você deseja. Resuma os benefícios,
reforce a oferta e diga o que ele deve fazer. Seja positivo e não deixe margem
para dúvidas na mente do seu leitor. Não diga coisas do tipo "se você aceitar a
nossa oferta", diga "assim que recebermos o seu pedido".
20. Transmita energia na despedida
Se o clima da sua carta foi pessoal, evite maneiras formais de se despedir
como "Atenciosamente" ou "Cordialmente". Dê preferência a expressões mais
calorosas como "Com um grande (ou forte) abraço" ou "Muito obrigado pela sua
atenção". Você também poderá se despedir com uma referência ao tema central da
carta, como "Boa sorte" (concurso), "Boas férias" (serviços de turismo) ou "Até
lá" (convite para evento).
21. Entregue seu texto para outras pessoas lerem
Não dê ao seu leitor um trabalho de interpretação de texto. Desenvolva o
pensamento de forma clara e objetiva para que a única interpretação possível
seja aquela que você quer. Entregue sua carta para várias pessoas que não
conhecem seu produto lerem. Pergunte o que cada uma compreendeu. Elas perceberam
a ênfase que você queria dar a certas palavras e benefícios? Precisaram ler mais
de uma vez algum trecho? Todas interpretaram sua mensagem da mesma forma? Revise
seu texto, teste novamente com um outro grupo de pessoas e continue revisando
até que todas tenham compreendido perfeitamente o que você quer dizer. Leia a
sua carta em voz alta e ouça como ela lhe parece. Peça para alguém ler a carta
em voz alta para você. Este exercício vai fazer com que você volte para o
teclado e faça muitas alterações, melhore a clareza e a respiração do seu texto.
Teste novamente até que fique convencido que você está ouvindo alguém
conversando com você.
22. Faça dos testes uma rotina
Você pretende explorar as cartas de venda como uma estratégia permanente
para a venda continuada dos seus produtos e serviços? Está disposto a lançar a
você mesmo o desafio de conquistar taxas crescentes de retorno a cada campanha?
Parabéns! Seja bem-vindo ao fascinante e lucrativo mundo dos testes de marketing
direto. Todas as regras que você leu neste artigo resumem as principais
constatações de milhares de testes de campanhas realizados por empresas do mundo
todo ao longo de décadas. A melhor parte da atividade de marketing direto é
justamente esta possibilidade de testar tudo o tempo todo. De descobrir o
formato, as chamadas, os benefícios, a linguagem, o estilo ... que provocam o
maior índice de resposta. Você pode e deve testar cada elemento da sua carta e
tirar as suas próprias conclusões do que funciona melhor para a sua empresa, seu
produto e seu público-alvo. Testar significa lançar campanhas diferentes entre
si em algum elemento, certificando-se que os demais elementos estejam sob
controle. Por exemplo, você pode testar "abrir sua carta com uma série de
perguntas X abrir contando uma história interessante", ou "dar desconto x
brinde" na sua oferta. Os demais elementos da carta deverão ser iguais nas duas
versões e elas deverão ser enviadas a pessoas de uma mesma lista, igualmente
distribuídas por região geográfica. As peças de cada célula de teste deverão ter
um código que permita a você analisar o retorno obtido em cada versão. Cada
remessa é uma nova oportunidade para você realizar testes e descobrir como
elaborar cartas campeãs de vendas para o seu negócio. ã Sandra Camelier -
Direitos autorais reservados. Vedada a reprodução integral ou parcial sem a
autorização expressa da autora.