O que é câmbio?
Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda
estrangeira ou vice-versa. Por exemplo, quando uma pessoa vai viajar para o
exterior e precisa de dinheiro para sua estada ou para suas compras o banco
vende a essa pessoa moeda estrangeira (recebe moeda nacional e lhe entrega moeda
estrangeira). Quando essa pessoa retorna da viagem ao exterior e ainda possui
algum dinheiro do país que visitou, o banco compra a moeda estrangeira (recebe a
moeda estrangeira e lhe entrega moeda nacional).
O que é mercado de câmbio?
Chama-se mercado de câmbio o ambiente abstrato onde se realizam as operações
de câmbio entre os agentes autorizados pelo Banco Central do Brasil (bancos,
corretoras, distribuidoras, agências de turismo e meios de hospedagem) e entre
estes e seus clientes. No Brasil, o mercado de câmbio é dividido em dois
segmentos, livre e flutuante, que são regulamentados e fiscalizados pelo Banco
Central. O mercado livre é também conhecido como "comercial" e o mercado
flutuante, como "turismo". À margem da lei, funciona um segmento denominado
mercado paralelo, mercado negro, ou câmbio negro. Todos os negócios realizados
no mercado paralelo, bem como a posse de moeda estrangeira, sem origem
justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei.
Qualquer pessoa pode comprar e vender moeda estrangeira?
Qualquer pessoa física ou jurídica pode ir a uma instituição autorizada a
operar em câmbio para comprar ou vender moeda estrangeira. Como regra geral,
para a realização das operações de câmbio, é necessário respaldo documental.
Visto que nas operações de câmbio são negociados direitos sobre a moeda
estrangeira, na grande maioria dos casos os clientes não têm acesso à moeda
estrangeira em espécie. Na importação, por exemplo, uma pessoa entrega reais
(R$) ao banco em troca do direito sobre o equivalente em moeda estrangeira, que
é entregue ao exportador estrangeiro ou a um terceiro interessado (normalmente
um banco) no exterior. Excetuam-se as operações relativas à viagens
internacionais, que podem ter a moeda estrangeira entregue em espécie no País.
Qual é a função do Sisbacen no mercado de câmbio?
O Sisbacen - Sistema de Informações Banco Central é um sistema eletrônico de
coleta, armazenagem e troca de informações que liga o Banco Central aos agentes
do sistema financeiro nacional. Visto ser obrigatório o registro de todas as
operações de câmbio realizadas no País, o Sisbacen é o principal elemento de que
dispõe o Banco Central para monitorar e fiscalizar o mercado.
Quais são as instituições que podem operar no mercado de câmbio?
Podem operar no mercado de câmbio apenas as instituições autorizadas pelo
Banco Central. O segmento livre é restrito aos bancos e ao Banco Central. No
segmento flutuante, além desses dois, podem ter permissão para operar as
agências de turismo, os meios de hospedagem de turismo e as corretoras e
distribuidoras de títulos e valores mobiliários. A Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos - ECT, também é autorizada pelo Banco Central a realizar
operações com vales postais internacionais, limitados a US$ 3.000,00 por
operação.
A transação PCAM 830, do Sisbacen, disponível ao público em geral, lista
todas as instituições autorizadas nos dois segmentos do mercado de câmbio. Em
dúvida, o cliente deve solicitar documentação comprobatória da aprovação do
Banco Central e/ou contatar uma das representações do Departamento de Capitais
Estrangeiros e Câmbio - Decec ou ainda ligar para as Centrais de Atendimento do
Banco Central.
Que tipos de operações podem ser realizadas no mercado de câmbio?
Como regra geral, quaisquer pagamentos ou recebimentos em moeda estrangeira
podem ser realizados no mercado de câmbio. Grande parte dessas operações não
necessita de autorização prévia do Banco Central para sua realização, pois já
está descrita e especificada nos regulamentos e normas vigentes. Basta procurar
uma instituição autorizada a operar em câmbio. As operações não regulamentadas
dependem de manifestação prévia do Banco Central.
Quais são as operações que podem ser realizadas no mercado de câmbio livre ou
"comercial"?
No mercado livre podem ser realizadas as operações:
- decorrentes de comércio exterior, ou seja, de exportação e de
importação;
- relacionadas às atividades dos governos, nas esferas federal, estadual e
municipal;
- relativas aos investimentos estrangeiros no País e aos empréstimos a
residentes sujeitos a registro no Banco Central; e
- referentes aos pagamentos e recebimentos de serviços.
E no mercado flutuante ou "turismo", quais são as operações que podem ser
realizadas?
Inicialmente, esclarecemos que o termo "turismo" é utilizado de forma
inadequada, visto que nesse mercado, além das operações relativas à compra e
venda de moeda estrangeira para o turismo internacional, podem ser realizadas
diversas transferências não relacionadas ao turismo, tais como, contribuições a
entidades associativas, doações, heranças, aposentadorias e pensões, manutenção
de residentes e tratamento de saúde.
É importante ressaltar que, como regra geral, não há limite de valor para as
operações previstas no regulamento do mercado flutuante (capítulo 2 da CNC),
tais como compras a título de turismo, transferências unilaterais e pagamentos
de serviços.
A unificação cambial feita pelo Banco Central em janeiro de 1999 significou a
junção do segmento livre com o segmento flutuante?
Não. Houve somente a unificação das posições de câmbio que eram calculadas
separadamente em cada segmento, prevalecendo os demais procedimentos
operacionais relativos a cada um dos mercados. Embora a taxa média divulgada
pelo Banco Central seja uma só, as operações de câmbio de cada segmento devem
continuar a ser efetuadas em cada mercado. Por exemplo, se alguém for comprar
dólares para viajar, a operação deve ser efetuada pelo mercado flutuante, mas se
uma empresa for exportar automóveis, a operação de câmbio deve ser efetuada pelo
mercado livre.
O que é mercado primário e mercado secundário?
A operação de mercado primário implica a entrada ou a saída efetiva de moeda
estrangeira do País. Esse é o caso das operações com exportadores, importadores,
viajantes etc. Já no mercado secundário, a moeda estrangeira simplesmente migra
do ativo de um banco para o de outro e são denominadas operações interbancárias.
O que é contrato de câmbio? Para que serve?
O contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação de câmbio. Nele,
constam informações relativas à moeda estrangeira que uma pessoa está comprando
ou vendendo, à taxa contratada, ao valor correspondente em moeda nacional e aos
nomes do comprador e do vendedor.
O que é política cambial?
Chama-se política cambial o conjunto de ações do Governo que influem no
comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio.
Qual é o papel do Banco Central no mercado de câmbio?
O Banco Central executa a política cambial definida pelo Conselho Monetário
Nacional. Para tanto, regulamenta o mercado de câmbio e autoriza as instituições
que nele operam. Também compete ao Banco Central fiscalizar o referido mercado,
podendo punir dirigentes e instituições, mediante multas, suspensões e outras
sanções previstas em lei. Além disso, o Banco Central pode atuar diretamente no
mercado, comprando e vendendo moeda estrangeira de forma ocasional e limitada,
com o objetivo de conter movimentos desordenados da taxa de câmbio.
O Real (R$) é comprado e vendido lá fora?
A conversibilidade de qualquer moeda depende da confiança dos agentes na
economia do país emitente, aceitando-a como meio de pagamento, reserva de valor
e unidade de referência. Não há, do ponto de vista legal e regulamentar,
qualquer impedimento a que o Real seja negociado no exterior.
O que é taxa de câmbio?
Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou
frações (centavos) da moeda nacional. A moeda estrangeira mais negociada é o
dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação mais comumente utilizada
seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de
câmbio brasileira é 2,40 significa que um dólar dos Estados Unidos custa R$
2,40.
A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação a outra,
dividindo-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de
vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo BC), a taxa de venda é
o preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por
exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar
pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo).
O que é "Spread"?
A diferença entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior)
representa o ganho do banco com a negociação da moeda e é conhecido como
"spread".
Como ter acesso às taxas de câmbio praticadas?
As taxas de câmbio praticadas no mercado brasileiro são livremente fixadas
pelos agentes e são publicadas nas páginas econômicas dos principais jornais do
País, tendo por fonte a transação PTAX800, do Sisbacen. Essas informações,
juntamente com outras de interesse público, também estão disponíveis na
página do Banco
Central, na Internet.
Existe alguma taxa de câmbio fixada pelo Banco Central?
Não. As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes
contratantes, ou seja, entre essa pessoa e a instituição autorizada ou entre os
agentes autorizados. O Banco Central apenas divulga a taxa média praticada no
mercado de câmbio, tomando por base as operações realizadas no mercado
interbancário.
Existe alguma taxa de câmbio especial para comprar dólares para viagem ao
exterior com finalidade de estudo?
Conforme mencionado anteriormente, as taxas de câmbio são livremente
pactuadas entre o cliente e a instituição de sua preferência, não existindo,
portanto, regras do Banco Central para que alguns tipos de operação tenham
obrigatoriamente taxas de câmbio maiores ou menores.
O banco é obrigado a vender moeda em espécie?
Não. A grande maioria das operações de câmbio são liquidadas por meio de
emissão de ordem de pagamento. Apenas as operações relativas às viagens
internacionais ou às operações destinadas a compra de moeda para aquisição de
medicamentos podem ser liquidadas em espécie. Porém, a forma de entrega da moeda
estrangeira depende da conveniência operacional do banco. Normalmente, os
bancos, por questões estratégicas de segurança (roubo e falsificação, por
exemplo) e administração de caixa, procuram operar com o mínimo possível de
moeda em espécie, preferindo negociar com cheques de viagem, que, inclusive,
oferecem maior segurança para o cliente, pois, em caso de roubo ou extravio, são
ressarcidos pelo banco.
As taxas podem ser diferentes para moeda em espécie e em cheque de viagem?
As taxas de câmbio são livremente pactuadas entre as partes, cabendo lembrar
que a disponibilidade da moeda em espécie implica maiores custos e risco para o
banco vendedor. É por essa razão que os cheques de viagem podem, geralmente, ser
adquiridos a taxas menores.
O que deve ser apresentado para comprar moeda estrangeira para atender gastos
com viagem ao exterior?
Apenas documentos de identificação da pessoa. Deve-se ressaltar que essa
compra pode ser efetuada por qualquer pessoa ou por representante legal. Para
operações acima de US$ 3.000,00, o valor correspondente em moeda nacional deve
ser pago por cheque ou por débito em conta corrente da própria pessoa.
Quanto um viajante pode comprar em moeda estrangeira para turismo no
exterior?
As normas cambiais não impõem limite para essa finalidade, cabendo à
instituição financeira zelar pela licitude da operação, particularmente no que
se refere à origem da moeda nacional utilizada no pagamento e à identificação do
cliente.
Quem compra moeda estrangeira fica obrigado a viajar ao exterior?
Não há menção específica da regulamentação a esse assunto. No entanto, o
pressuposto da norma é que a compra tenha por fim custear viagem de turismo ao
exterior, sendo ainda vedada a guarda de moeda estrangeira como forma de
poupança.
Existe a obrigatoriedade de vender a um banco brasileiro a moeda estrangeira
restante?
A regulamentação em vigor não impõe tal condição, cabendo ressaltar que é
vedada a utilização de moeda estrangeira como meio de pagamento ou reserva de
valor no País, devendo ser a mesma sempre negociada em instituição autorizada.
Cabe observar também que a legislação fiscal aplicável exige a declaração de
eventuais valores da espécie.
O que é operação "CC5"?
"CC5" é a abreviatura do documento normativo Carta-Circular 5, editada pelo
Banco Central em 1969, regulamentando a abertura de contas em moeda nacional
tituladas por não residentes (ou não sediados) no País e a movimentação de
recursos em moeda nacional em nome de não residentes (ou não sediados) no País.
Com a implementação do segmento de taxas flutuantes, em 1988, foi permitido
que as instituições financeiras não sediadas no País pudessem comprar livremente
moeda estrangeira no mercado de câmbio brasileiro com os recursos em moeda
nacional depositados em suas contas. Essas operações passaram a ser denominadas
"operações CC5", o que permanece até hoje, apesar de a referida Carta-Circular
ter sido revogada em 1996, pela Circular 2.677, que atualmente regula esse tipo
de operação.
Em síntese, as chamadas operações "CC5" podem ser descritas como sendo
pagamentos/recebimentos em moeda nacional entre residentes no País e residentes
no exterior mediante débitos/créditos em conta em moeda nacional mantida no país
pelo não residente.
Os recursos mantidos nessas contas, quando tituladas por instituições
financeiras não sediadas no País, podem ser automaticamente convertidos em moeda
estrangeira para remessa ao exterior. Os recursos em reais disponíveis em contas
tituladas por outras pessoas jurídicas não sediadas no País ou por pessoas
físicas não residentes no País não têm a faculdade de conversão automática, mas
podem ser transferidos para crédito na conta de uma instituição financeira não
sediada no País, a partir da qual tornam-se também conversíveis.
É possível ter conta em dólares no exterior?
A regulamentação brasileira não alcança o exterior, não sendo possível, por
conseqüência, a existência de norma editada no País regulando tal evento. No
entanto, com base no disposto no Decreto-lei 1.060, de 1969, e na Medida
Provisória 2.224, de 2001, as pessoas físicas e jurídicas residentes,
domiciliadas ou com sede no País, assim conceituadas na legislação tributária,
estão obrigadas a informar ao Banco Central do Brasil, anualmente, os ativos
mantidos no exterior. Finalmente, deve ser ressaltado que a regulamentação
cambial não prevê a remessa de moeda estrangeira para alimentação de contas da
espécie.
O que é ACC e ACE?
ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio é uma antecipação em moeda
nacional a que o exportador tem acesso no ato da contratação do câmbio, sempre
que esse contrato precede o embarque. O que diferencia o ACC do ACE -
Adiantamento sobre Cambiais Entregues é que no primeiro o exportador recebe a
moeda nacional antes de embarcar a mercadoria, servindo esta como apoio
financeiro à produção da mercadoria, e, no segundo, a moeda nacional é entregue
após o embarque da mercadoria, representando, na prática, a antecipação do
pagamento da exportação.
O que significa PTAX ?
P significa Programa, TAX significa Taxa.
PTAX800 opção 1 é a cotação para compra e venda
PTAX800 opção 5 é a cotação para contabilidade