Você se acha carismático? Quando começa a falar, percebe que as pessoas lhe dão
grande atenção e interesse? Ou, pelo contrário, sente vergonha de falar em
público? Pois saiba que quase metade das pessoas pesquisadas, com estas simples
perguntas, responderam que fazem de tudo para não falar. Uma parte até se expõe,
mas sentindo desconforto; e poucos, menos de dois por cento, sentem-se realmente
confortável durante uma exposição de idéias para uma platéia.
Certamente é esta situação que nos leva a participar de treinamentos em
técnicas de apresentações, mas é importante saber que cada treinador oferece
orientações bem diferentes, às vezes causando frustrações evitáveis, se
consideramos um ponto de partida bem reconhecido: Que os melhores comunicadores
são pessoas que trabalham ou trabalharam em áreas comerciais. Isto porque
verbalizar bem é inerente ao trabalho delas.
São selecionadas pela sua inteligência verbal e o treinamento que recebem
leva em conta o que dizer, como dizer, como convencer, além
de como ser sintético, objetivo e claro. Portanto, usar uma abordagem de venda
de idéias é que faz um ótimo resultado em comunicação, lembrando que existe até
uma faculdade de comunicação onde se formam os publicitários, e eles é que são
os maiores vendedores!
Veja então como funciona:
Deve-se saber que a atenção é a coisa mais desejada do planeta. Sem ela,
claro que não se comunica nada, mas acontece que é disputadíssima e muito
difícil de se obter. Nosso cérebro é desenvolvido para aceitar todos os
estímulos, inclusive os internos, dele mesmo, dispersando-se em pensamentos
paralelos a cada período de aproximadamente dez segundos. Pior, praticamente
tudo rouba a nossa atenção e, sendo assim, claro que precisamos mesmo usar de
velocidade e objetividade.
Estar previamente preparado, como fazem os vendedores, sempre funciona
melhor, porém lembre-se de desmembrar o assunto até descobrir como desenvolver a
melhor síntese, misturando a informação com motivação e convencimento.
Comunicação verbal implica em controlar a mente dos outros, mas não é hipnose, é
apenas a técnica de colocar “âncoras” no seu texto para manter aceso o
interesse. É isso que faz o sucesso dos pastores (veja como crescem), políticos
carismáticos e apresentadores de programas de TV. Tudo se resume a técnicas
fáceis de se aprender e de energia para praticar a “cara de pau”.
Agora vem o Como se fala. Algumas pessoas se tornam monótonas, ainda
que sejam inteligentes e capazes, apenas porque mantém um mesmo padrão de voz,
coisa que dá sono e dispersa ainda mais a atenção. Neste caso, observe e imite
os atores de filmes e da TV, trabalhando as modulações, para que as palavras
carreguem também os sentimentos e as emoções. Dá mais trabalho e cansa mais,
realmente, mas estamos tratando de coisas que poucos conseguem fazer bem até
treinarem corretamente. Agora vem o Comportamento, que implica
naturalidade do gesto e, sobretudo, na autoconfiança demonstrada, no sorriso e
na expressão corporal correspondente ao que se fala.
Estas coisas básicas, além de outras bem interessantes sobre como as pessoas
gostam de receber comunicação, precisam ser ensinadas e praticadas nos
treinamentos, tanto apoiando cada treinando na construção de conteúdos, quanto
trabalhando fortemente sobre a forma e comportamento que demonstram, avaliando
então com técnica de especialista que sabe fazer muito bem o que ensina. Quem
tem segurança de seus conteúdos e bom ensaio, ganha uma confiança
extraordinária.
O reverso da medalha são palestrantes bisonhos e, pior, líderes que, do modo
mais presunçoso, com platéias cativas, “alugam os ouvidos” dos colaboradores
para discursos vazios e inúteis, levando à imensa desmotivação. Existe até uma
expressão popularizada para pessoas assim, que “adoram falar para si mesmas”
diante de platéias totalmente desinteressadas.
Observação: querendo evitar “ruídos” na nossa comunicação, esclareço que Loja
é meu sobrenome de família. Realmente.