Negócios / Empreendedorismo - Empresas familiares deixam planejamento sucessório para segundo plano
Elas somam 80% das empresas brasileiras, mas pecam pela falta de planejamento
sucessório e profissionalismo. Por isso, muitas não sobrevivem à passagem para a
segunda geração. Estamos falando das empresas familiares, objeto de estudo da
pesquisa "Sucessão e governança corporativa nas empresas familiares no Brasil",
realizada pelo consultores Pedro Podboi Adachi e Eduardo Najjar, junto a cem
organizações familiares brasileiras.
É importante lembrar que uma empresa é considerada familiar quando tem a
concentração do poder de decisão nas mãos dos membros da família proprietária,
independentemente de seu porte.
Planejamento sucessório
A falta de planejamento sucessório é uma característica marcante entre empresas
familiares. Em 38% das organizações nas quais já ocorreu ao menos uma sucessão,
esta se deu pela força, com o falecimento do fundador ou dirigente. Além disso,
cerca de 70% das participantes da pesquisa não definiram ainda quem será o
próximo sucessor.
Por outro lado, verifica-se um aumento no número de empresas familiares que
estão planejando seu futuro, adotando sistemas e instrumentos de planejamento
sucessório e de governança corporativa, tais como acordo societário, conselho de
administração ou family office.
Quanto à questão do profissionalismo, em nada menos que 72% das empresas
pesquisadas a totalidade da diretoria é composta por familiares, exclusivamente,
enquanto somente 3% declararam não ter a participação de nenhum familiar na
gestão dos negócios. Não há problema em ter a diretoria composta apenas por
parentes, mas é necessário, na hora de tomar decisões, não se iludir por conta
da afeição pela empresa. As decisões devem ser racionais.
De qualquer maneira, os dados comprovam a herança paternalista do empresário
brasileiro, o sonho dos fundadores continua sendo deixar a empresa para o filho
e os parentes.
|