Consumidor - Preços diferentes para cartão e dinheiro prejudicam o consumidor, dizem entidades
Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) avaliou como prejudicial
para o consumidor o PLS 213/07, que permite a prática de preços diferenciados
para pagamentos à vista, em dinheiro, e com cartão de crédito.
Para a entidade, o consumidor não deve arcar com um gasto que não é seu. "O
projeto é prejudicial para o consumidor, porque passa para ele um problema que é
do comerciante e das administradoras de cartões", afirma a advogada do
Instituto, Daniela Trettel.
Além disso, a advogada não acredita que quem pagar em dinheiro terá realmente
preços mais baratos. "Não há garantia nenhuma que haverá descontos para quem
pagar em dinheiro. O mais provável é que o comércio eleve os custos para quem
pagar no crédito, ou seja, um produto que hoje custa R$ 10, continuará custando
R$ 10 para quem pagar com dinheiro e passará a valer R$ 12 para quem comprar com
cartão", diz.
Mais gastos
A coordenadora institucional da Pro Teste - Associação de Consumidores, Maria
Inês Dolci, concorda. "Esse repasse é lesivo, prejudica o consumidor e chega a
ser abusivo, uma vez que contraria o próprio Código de Defesa do Consumidor,
alterando o artigo 39. O preço do bem que ele está comprando vai ter alta",
avalia, segundo publicado na Agência Brasil.
Segundo Dolci, comerciantes e administradoras devem negociar para que não haja
repasses para o consumidor. Atualmente, o percentual retido pelos lojistas por
meio de vendas com cartão fica em torno de 4% a 6%. A coordenadora argumentou
ainda que, caso o projeto entre em vigor, o consumidor terá mais gastos, na
medida que já paga a anuidade do cartão.
"O consumidor, quando tem o cartão de crédito, já paga a sua anuidade. E ainda
quem pagar com o cartão vai pagar mais, porque o custo da venda com o cartão de
crédito está sendo repassado ao consumidor, o que não deveria acontecer."
O projeto
O projeto, de autoria do senador Adelmir Santana (DEM-DF), foi aprovado em
caráter terminativo, na última terça-feira (14), pela CMA (Comissão do Meio
Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle) do Senado, e agora
deve seguir para votação na Câmara dos Deputados.
De acordo com o senador e relator do projeto, Renato Casagrande (PSB-ES), a
proposta favorece os pequenos comerciantes e também o consumidor, pois, segundo
ele, dessa forma, o lojista conseguirá diminuir os custos quando a venda envolve
dinheiro, repassando o recuou para o cliente.
Outra mudança
A CMA também aprovou outra mudança no Código de Defesa do Consumidor, conforme
pedido pelo PLS 338/05, de autoria do senador Pedro Simon (PMDB-RS). Neste caso,
a Comissão considerou prática abusiva o oferecimento, sem solicitação, de
produto, serviço ou disponibilidade de crédito.
Para o relator da proposta, Adelmir Santana, esse projeto tem o objetivo de
reprimir práticas como as das empresas de cartões de crédito de enviar produtos
sem o consentimento do consumidor, conforme publicado pela Agência Senado.
Referência:
Uol
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Autor:
Infomoney
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