Carreira / Emprego - Uso de oferta para "cavar" aumento na firma é malvisto
Ponderar, pedir um tempo para conversar com a família e até recusar uma
oferta na última entrevista são atitudes aceitáveis por "headhunters" quando
convidam um profissional a mudar de empresa.
O que não é aceitável, no entanto, é usar a oferta somente para tentar "cavar"
uma contraproposta no emprego atual. Consultores e "headhunters" ouvidos pela
Folha são unânimes em condenar essa atitude, também chamada de "leilão".
"Usar a proposta para conseguir promoção ou aumento é muito ruim para o
executivo, que será riscado da lista do "headhunter'", avisa Fernanda Campos, da
Mariaca.
Mesmo no caso de organizações que costumam só oferecer aumento ou crescimento a
quem recebe convite para sair, não se recomenda usar a convocação como moeda de
troca. "A empresa até cobre a oferta, mas pode ter tomado uma decisão
precipitada e acabar cortando esse empregado na primeira oportunidade", alerta
Gisleine Camargo, gerente de "executive search" da KPMG.
Jogo limpo
Cabe ao profissional, no entanto, avaliar com cuidado se vale a pena comentar a
oferta com a chefia atual.
Para a técnica em edificações e estudante de relações públicas Karla Baraldi,
22, abrir o jogo com o chefe foi a oportunidade de melhorar as relações de
trabalho.
Coordenadora em uma empresa de construção civil, Baraldi foi convidada a
participar da seleção para o cargo de gerente trainee em uma instituição
financeira. Passou em todas as etapas. Em um almoço, acabou contando para o
chefe.
"Foi um "tapa na cara" para ele, pois ia justamente me propor uma melhora na
empresa", conta Baraldi.
Além da pressão do chefe para ficar, pesou na decisão sua vida de estudante.
"Aqui ainda é tranqüilo o suficiente para eu agüentar a carga da faculdade",
diz. Com a decisão de ficar, funcionária e gestor aproveitaram a oportunidade
para conversar sobre suas expectativas.
Referência:
Folha de S.Paulo
|
|
|