Um gerente de marketing desempregado promoveu recentemente suas realizações
para a agência de recolocação de executivos Canny, Bowen, de Nova York. Ele
enviou a mesma carta explicativa para mais de 150 outras agências, e identificou
cada destinatário da sua lista de distribuição de e-mails. A abordagem forçada
contribuiu para diminuir as chances de Canny, Bowen oferecer-lhe uma vaga.
"Recebemos meia dúzia de correspondências como essa por semana", disse Gregory
Gabel, um diretor gerente da agência. "Há dois anos isso não existia."
Em desespero, muitos desempregados americanos recorrem a métodos errados para
atrair a atenção de agências de recrutamento. Eles acabam prolongando seu
desemprego. O setor de sondagem de executivos, que tem uma grande influência no
preenchimento de vagas na área administrativa, geralmente ignora essas táticas.
"Você fica com a impressão de que eles não fizeram a lição de casa", diz Gabel.Aqui,
outras abordagens tolas, selecionadas de instrutores de carreira e agências de
recrutamento:
Demasiado pessoal: "Eu me casei recentemente e nossa lua-de-mel foi
arruinada por um tufão (perdoe-me se já contei isso para você)" Uma carta
explicativa com tantas minúcias pessoais, se lia como um cartão postal. Uma
vice-presidente de marketing desempregada enviou esse email para Fred Whelan, um
diretor da Whelan Stone, agência de recrutamento de executivos de São Francisco.
Ele nunca a encontrou e ignorou a missiva - e a idêntica que chegou um mês
depois. Whelan recomenda aos candidatos omitir informações pessoais irrelevantes
de cartas explicativas, e se limitarem a um tom profissional.
Persistentes mas não qualificados: Com algumas semanas de intervalo, uma
ex-vice-presidente sênior de relações com o investidor costumava alertar os
recrutadores da Repovich-Reynolds que ela era a melhor escolha para uma tarefa
anunciada no seu web site. Ela perturbou a companhia de Pasadena, Califórnia,
por três de seus quatro anos de desempregada. Importunou dois terços dos sites
de busca que a recrutadora administra, e não se qualificou para nenhuma delas,
diz Smooch Reynolds, presidente e principal executiva. Ela deveria ter sido
realista sobre suas habilidades, e exibir energia em vez de desespero.
Convidado indesejado: Os gerentes desempregados, já desestimulados pela
agência de recrutamento Korn/Ferry International, "aparecem na recepção,
perguntando por mim sem ter marcado hora", diz Peter Crist, vice-chairman. A
recepcionista da Korn/Ferry, situada na Sears Tower, em Chicago, diz sempre a
esses suplicantes que Crist não está. "É incorreto aparecer sem ser convidado",
explica o recrutador.
O atalho: Os competidores frustrados, ignorados por uma consultora de
busca, às vezes entram em contato direto com o gerente de contratação. Um
gerente de vendas demitido no ano passado, disputou uma entrevista de emprego
dessa forma em julho. Ele então percebeu que o "headhunter" começou a ser
evasivo porque não tinha o encargo pretendido. Contudo, o astucioso recrutador
"me censurou. Ele disse, 'Você destruiu minha credibilidade'", recorda o caçador
de emprego da Carolina do Norte.
Criticar o chefe: O demitido diretor financeiro de uma desenvolvedora de
software esperava ser entrevistado para o mesmo posto em outra companhia do
setor na Costa Oeste. Enviou email para Whelan, colocando a culpa por sua
demissão à má conduta e inexperiência de seu ex-líder da companhia. A
recrutadora informou o cliente que o depreciado executivo integrava o conselho
do potencial empregador. "Ele se deu um tiro no pé", lembra Whelan. Foi uma
iniciativa tola, mesmo se o principal executivo não fosse membro do conselho.
Ninguém quer ouvir um pretendente criticando um ex-chefe. Isso sugere que a
mesma deslealdade ocorrerá com o próximo empregador.