Carreira / Emprego - Com equipes jovens, líder tem trabalho redobrado, diz especialista
Você já ouviu falar da Geração Y? Ela é formada pelas pessoas que nasceram
após 1978. "São profissionais rápidos, capazes de se entregar a várias
atividades simultaneamente, mas que não se prendem a cargos e empresas", explica
a sócia-diretora da consultoria Mariaca, Renata Filippi.
"A gente percebe que as empresas estão se preparando para trabalhar com essa
geração. Estão realizando fóruns e eventos sobre o tema", acrescenta. "Eles
pensam diferente. Por exemplo, profissionais de outras gerações ficavam
satisfeitos quando a empresa oferecia um plano de previdência privada. Mas esta
nova geração não liga para isso", exemplifica.
Em primeiro lugar, segundo Renata, o líder precisa ser claro, objetivo e
transparente quanto às metas e às expectativas. "Antes, os líderes não faziam
isso, mas ser próximo da equipe é importante. Hoje, transparência é
importantíssimo, principalmente ao lidar com jovens".
Outro ponto crucial diz respeito à conquista da equipe, por meio do conhecimento
e da relação de troca, e nunca se utilizando do autoritarismo. "É importante
ouvir as pessoas, saber o que elas estão pensando, deixar que a equipe o
critique, se necessário, pedir e ouvir feedback", analisa.
O terceiro ponto crucial está ligado à capacitação da equipe. "Esses jovens têm
necessidade de sentir que estão sempre aprendendo coisas novas". Ela ainda
enfatiza a importância de dar autonomia a eles. "O jovem talento precisa se
sentir responsável pelo trabalho que executa", garante.
A sócia-diretora da Marica elaborou dicas sobre como lidar com cada uma das
características desses jovens profissionais. Confira:
Insegurança: com pouca experiência profissional, é comum que muitos
jovens talentos se sintam inseguros, por isso a especialista recomenda que o
líder deixe claro aonde quer que o funcionário chegue, ou seja, o que espera
dele, e acompanhar o trabalho no dia-a-dia, mas sem ficar pressionando. "Delegar
e cobrar na medida certa é importante. O grande segredo está no equilíbrio";
Imaturidade: é preciso estar ciente, antes mesmo da contratação, da
imaturidade dos jovens. Na hora de selecionar novos funcionários, o líder deve
fazer um balanço e procurar mesclar a maturidade com a imaturidade. Por exemplo,
se tiver muitos funcionários que se mostram imaturos no dia-a-dia, ele deve
tentar contratar jovens mais responsáveis e centrados, para equilibrar a equipe;
Criatividade: como não temem as perdas inerentes ao risco, os jovens
arriscam e revelam uma enorme criatividade, que passou a ser um diferencial
competitivo para muitas empresas. Mas lidar com a criatividade deles não é
fácil. "Tem que acompanhar de perto o trabalho dos jovens, como se fosse um
coaching. Se o líder deixa tudo muito aberto, e não acompanha o dia-a-dia do
jovem talento, as chances de a criatividade ser usada de maneira equivocada é
grande. Os jovens têm menos senso crítico".
Ansiedade: os especialistas em Recursos Humanos já notaram o alto grau de
ansiedade dos jovens, que têm muita vontade de crescer e aprender e pouca
paciência para ficar muito tempo desempenhando a mesma função e desenvolvendo as
mesmas atividades. Daí a necessidade de entender o que o jovem talento quer de
sua carreira, conversando abertamente, sendo direto e deixando claras as
expectativas da empresa.
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