Carreira / Emprego - Dúvida cruel: como escolher o orientador para o trabalho final?
A escolha do orientador é um passo crucial para quem está na graduação ou na
pós-graduação e começará o trabalho final. Dela depende o sucesso de sua
monografia ou trabalho de conclusão de curso.
"O orientador é o treinador", diz o doutor em comunicação, professor de
Comunicação Social do Centro Universitário Belas Artes e professor de Oficinas
de Comunicação na área de Multimeios da PUC-SP, Múcio Whitaker.
A primeira dúvida que vem à mente do estudante é: devo escolher um professor com
o qual eu tenha afinidade, o mais exigente ou aquele que tenha a mesma linha de
pesquisa que a minha?
Empatia é essencial
Geralmente, as pessoas são guiadas pela primeira opção, dando preferência
aos professores tidos como mais legais pela turma. Mas Whitaker propõe o
seguinte questionamento: "você quer um orientador legal ou um professor que irá
exigir de você, e cobrar um trabalho excelente?".
"Minha dica é que o aluno dê preferência àqueles professores com maior rigor
acadêmico, que possam imprimir ao trabalho o mais alto grau de qualidade. Mas
ele deve saber o que busca. Caso queira somente tirar nota para passar, talvez a
escolha do orientador não seja tão importante. Caso busque a excelência, procure
um professor comprometido com isso", aconselha.
"Quando ingressei no primeiro programa de mestrado, perguntei quem era o
professor mais rigoroso. Todo mundo apontou um nome. Tirei dez", lembra o
professor, que admite, porém, a importância da empatia entre orientador e
orientado. "Sem empatia, podem surgir conflitos e diferenças".
A presidente da Comissão de Pesquisa da PUC-SP, Jeni Turazza, lembra que a
realização de uma monografia ou trabalho de conclusão de curso é um processo
democrático e o aluno pode trocar de orientador quando necessário. "Se, ainda
durante o desenvolvimento do trabalho, surgir algum problema referente à falta
de compatibilidade entre orientador e orientando, é possível mudar de
orientador".
Linha de pesquisa
De acordo com Jeni, conhecer a linha de pesquisa dos professores, na hora de
escolher o orientador, é essencial. "Nos cursos de pós-graduação lato sensu, o
aluno indica três professores de sua preferência para orientar seu trabalho. A
universidade observa os indicados e escolhe o orientador cuja linha de pesquisa
tenha mais a ver com a tese a ser desenvolvida pelo aluno", conta ela sobre sua
experiência na PUC-SP.
Isso enriquece o trabalho. Mas, mesmo assim, Whitaker diz que muitos professores
aceitam orientar trabalhos cujo foco não esteja ligado à sua linha de pesquisa.
"Pode ser um desafio", diz ele. Jeni lembra que, "às vezes, o próprio professor
convidado pelo aluno a ser seu orientador indica um colega da universidade que
poderia ter mais facilidade para orientar o trabalho".
O professor do Centro Universitário Belas Artes lembra ainda que existem casos
em que o orientador sente alguma dificuldade em ajudar o aluno, por conta da
especificidade do tema, e pede auxílio a outro professor, que se torna o
co-orientador do trabalho. "Nesses casos, os créditos são divididos", lembra.
Por fim, não esqueça de, antes de decidir, conversar com o professor sobre sua
disponibilidade e interesse no tema. Segundo Whitaker, caso ele tenha muitos
compromissos na agenda, que dificultam os encontros semanais para orientação,
lance mão dos recursos tecnológicos, como o e-mail e as ferramentas de conversa
em tempo real. Durante a realização do trabalho, mostre ao orientador que está
totalmente disponível às suas exigências e busque sempre a excelência.
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