Faça o dinheiro trabalhar para você através de investimentos!
Todos nós temos o mesmo objetivo quando investimos: ganhar dinheiro. À medida
que cresce o nível de poupança, maior é a disponibilidade para investir, pois
todo dinheiro não consumido pode ser convertido em investimentos. Investimos
nosso dinheiro em busca da realização de objetivos da nossa vida. Por meio dos
investimentos podemos programar a realização de sonhos como uma viagem, compra
de uma casa ou automóvel, garantir nossos estudos ou dos nossos filhos, e até
mesmo para fazer aquele "pé-de-meia" para gozarmos de um futuro tranqüilo.
Qualquer pessoa que tenha uma poupança pode efetuar um investimento procurando
obter:
- segurança: garantia para o futuro ou reserva para despesa imprevista;
- valorização: aumento do capital;
- proteção: contra desvalorização do dinheiro;
- liquidez: rápida disponibilidade do dinheiro.
Dentro do mercado financeiro existe um grande número de investimentos. A maioria
você já deve conhecer ou ter ouvido falar: Poupança, Fundos de Investimentos,
CDB, Ações, etc. A partir de agora tentaremos, de uma forma geral, explicar as
principais alternativas do mundo das finanças. Para facilitar dividimos os
principais investimentos em dois grupos: Renda Fixa e Renda Variável.
Leia devagar e com atenção pois você precisa conhecer bem cada tipo de
investimento para adequá-los ao seu perfil de investidor.
ATIVOS DE RENDA FIXA
São investimentos que pagam, em períodos definidos, uma certa remuneração, que
pode ser determinada no momento da aplicação (pré-fixado) ou no momento do
resgate (no final da aplicação - pós-fixado). Para entender o que é um título de
renda fixa imagine cada título como um empréstimo. Cada vez que você compra um
título de renda fixa você está emprestando dinheiro ao emissor do título (que
pode ser o seu banco, uma empresa ou o governo). Os juros cobrados são o
pagamento que você recebe por emprestar seu dinheiro.
Os títulos de renda fixa podem ser públicos ou privados.
- PRIVADOS:
Os principais títulos de renda fixa privados são:
1- Caderneta de poupança: é a aplicação mais conservadora. É um
investimento de pouco risco e por isso o retorno também é muito pequeno. O
rendimento é de 0,5%+TR ao mês. A TR (Taxa Referencial) é calculada diariamente
com base no CDB. Sobre a rentabilidade da poupança não é preciso pagar o imposto
de renda e a CPMF é devolvida caso a aplicação fique depositada por mais de três
meses. A liquidez é de 30 dias - isto quer dizer que se você sacar seu dinheiro
antes dos 30 dias você perderá a remuneração.
2- Fundos de investimentos de renda fixa: os fundos de investimentos
podem ser de renda fixa ou renda variável e são os investimentos mais comuns no
mercado. Os fundos de investimento funcionam como um condomínio de investidores,
ou seja, comparando com um condomínio de um apartamento os condôminos (ou
investidores) deixam a administração do prédio (ou carteira do fundo) para o
síndico (ou gestor do fundo). Em um fundo de investimento, o administrador do
fundo aplica os recursos dos investidores em vários tipos de ativos (patrimônio
do fundo) de forma a aumentar o retorno e minimizar o risco da carteira do
fundo. O investimento em fundos é indicado para quem quer diversificar os seus
investimentos com a orientação financeira de especialistas na administração dos
diversos tipos de ativos que compõem a carteira do fundo.
Os fundos de renda fixa podem ser divididos em:
- Referenciados: tem como referência um índice, que pode ser o CDI,
dólar, euro, Ibovespa, etc. Exemplos de fundos referenciados:
Fundos DI: o retorno está atrelado à variação do CDI (juros
praticados entre os bancos, quando emprestam dinheiro uns dos outros). Esses
fundos têm um perfil bastante conservador e são recomendados quando a taxa
de juros está alta (taxa Selic).
Fundos Cambiais: esses fundos são recomendados para pessoas que
querem manter o valor do seu patrimônio em dólar, pois aplicam seus recursos
em títulos de renda-fixa indexados ao dólar (que têm como referência o
dólar). Esses fundos são recomendados para pessoas que têm dívidas em dólar,
ou que acreditam que o real vai desvalorizar. Ou seja, a rentabilidade
acompanha o câmbio do dólar. Se o dólar sobe, a rentabilidade sobe e
vice-versa.
- Não Referenciados: os fundos incluídos nesse grupo não precisam
seguir o desempenho de um índice específico, e por isso podem aplicar seus
recursos em títulos de renda fixa pré ou pós-fixados. Dentre os fundos não
referenciados estão incluídos os fundos de renda fixa tradicionais, cujo
retorno varia de acordo com a estratégia adotada pelo gestor do fundo.
- Genéricos: em geral são fundos com um perfil de investimento um
pouco mais agressivo do que o dos referenciados e não referenciados, pois
têm liberdade para decidir como investir seus recursos. Até 49% do
patrimônio do fundo pode estar investido em ações. Dado o perfil de risco
desses fundos, recomenda-se uma análise ainda mais detalhada do estatuto do
fundo. Exemplos de fundos genéricos:
Fundos Derivativos: são opções de investimento que buscam superar a
variação do CDI. Por isso atuam em diferentes mercados, independentemente de
suas tendências de alta ou baixa. Esses fundos tendem a investir de forma
agressiva de forma a maximizar o retorno.
Fundos multicarteira: esses fundos investem parte do seu patrimônio
em renda fixa e parte em ações, podendo incluir também derivativos.
Fundos FIEX: esses fundos investem seu patrimônio em ativos externos, no
mínimo 80% do patrimônio investido em títulos da dívida externa brasileira,
e até 20% em qualquer título de crédito negociado no mercado internacional,
com um limite de concentração máximo de 10% em títulos de um mesmo emitente.
As taxas e impostos têm grande importância na rentabilidade do fundo pois
variam entre os diversos fundos e entre os bancos também e por isso podem acabar
reduzindo substancialmente o retorno do seu investimento. São cobradas taxas de
administração sobre o valor aplicado que pode variar de 0,5 a 2% ao ano e 20%
sobre o lucro de imposto de renda. Saiba mais detalhes dos fundos visitando a
seção investimentos dos sites dos bancos.
3- CDB: Certificados de Depósito Bancário. São títulos emitidos por
bancos com o objetivo de captar recursos em troca de uma taxa de juros que pode
ser pré ou pós-fixada. Ou seja, é como se você tivesse emprestando dinheiro para
o banco e este banco emprestará este dinheiro para outras pessoas por uma taxa
maior. Esta é uma das principais fontes de receita dos bancos.
No CDB pré-fixado você sabe antecipadamente qual taxa de juros que vai
receber no vencimento deste papel. Por exemplo: apliquei R$1.000,00 por 360 dias
com juros de 15% ao ano. No dia do vencimento receberei R$150,00 menos o imposto
de renda.
No CDB pós-fixado só é possível determinar o valor do ganho no final do
período. Neste caso as taxas de juros têm como referência os juros praticados
entre os bancos
- CDI (Certificados de Depósitos Interbancários), ou seja, os juros que os
bancos cobram para emprestar dinheiro entre eles e essas taxas variam
diariamente. Assim, a remuneração do CDB pós é correspondente a 90% do CDI. Se
por exemplo o CDI hoje estiver fixado a 20% ao ano, você receberá 18% ao ano
,que é o correspondente a taxa. Se amanhã a taxa subir para 30% você receberá
proporcional aquele dia 27%. O mesmo acontece se a taxa cair. Quanto maior a
taxa Selic, maior o seu rendimento mensal. - Por isso só é possível saber o
ganho no final do período. Um investimento pós-fixado é o mais adequado para
quem espera um aumento da inflação
A tributação do CDB pré-fixado e pós-fixado é de 20% do rendimento para o
imposto de renda (retido na fonte, ou seja, descontado diretamente da sua
conta), 0,30% de CPMF na hora da aplicação. Ao contrário do que acontece com os
fundos de investimento, onde a CPMF só é cobrada uma vez - quando você aplica
seu dinheiro, nos CDBs é cobrada a cada renovação da aplicação, diminuindo parte
da rentabilidade.
Além dos CDBs, os bancos também emitem os RDBs (recibo depósito bancário), que
tem as mesmas características de um CDB, com a diferença de que não há
negociação antes da data do seu vencimento, ou seja, você não pode resgatar seu
dinheiro antes do prazo de vencimento que normalmente pode variar de 30 a 180
dias.
4- DEBÊNTURES: são títulos emitidos pelas empresas com prazo certo e
remuneração certa, que têm como garantia os ativos das empresas. As empresas
emitem debêntures para financiar a empresa - é como se a empresa obtivesse um
empréstimo a longo prazo em troca dos títulos. Quando você compra uma debênture,
está na verdade emprestando dinheiro para a empresa, correndo risco de que elas
não venham honrar seus compromissos. Para tornar suas debêntures mais atrativas
para os investidores, algumas empresas dão garantias na emissão de debêntures. É
um investimento atraente pois os juros são altos. Nas grandes empresas de
capital aberto os riscos são baixos pois os balanços das empresas são públicos,
ou seja, são divulgados para o conhecimento de todos - assim você pode saber se
a empresa anda bem ou não. As debêntures não dão direito aos lucros ou bens da
empresa.
As debêntures podem ter remuneração pré-fixada ou fixada em um índice mais
juros. Pode ser por exemplo: IGP-M + 15% ao ano. A rentabilidade também é
definida pela valorização dos títulos. Você pode comprar debêntures através dos
bancos ou instituições financeiras, através de oferta pública
(neste caso o papel pode ser negociado entre investidores) ou venda direta
(onde o comprador fica com o papel até o vencimento). A liquidez depende do
interesse de outros compradores, ou seja, quando você compra os títulos eles têm
um prazo estipulado para empresa resgatar (normalmente o prazo é de 2 a 3 anos).
Se você quiser vendê-los antes deste prazo terá que fazê-lo para qualquer outro
comprador interessado. Existem também debêntures conversíveis em ações da
empresa emitente, caso seja do interesse do investidor.
A empresa emissora contrata os serviços de uma instituição financeira (bancos ou
corretoras de valores) para ser intermediária na venda e resgate dos títulos,
bem como na definição de prazos e taxas. Para comprar debêntures você precisa
procurar o seu banco ou corretora e verificar se eles possuem este tipo de
investimento.
A tributação é de 20% de imposto de renda sobre os juros pagos mais 20% de
imposto de renda sobre o rendimento líquido do título. Há incidência regressiva
de IOF no caso de resgate antes de 30 dias Estes impostos são descontados
diretamente da sua conta (retido na fonte).
- TÍTULOS PÚBLICOS:
Os governos federal, estadual e municipal emitem títulos com a finalidade de
captar recursos e financiar as atividades como educação, saúde, etc. Esses são
os chamados títulos da dívida pública.
Qualquer pessoa residente no Brasil pode comprar títulos públicos, sendo
necessário cadastrar-se primeiro num agente de custódia que pode ser um banco ou
corretora de valores. Também pela internet no site do
Tesouro Nacional ou
nos sites dos principais bancos você poderá comprar títulos, desde que esteja
cadastrado num agente de custódia. A negociação será feita essencialmente pelo
site do Tesouro Direto, por um sistema seguro que só dá acesso à área exclusiva
mediante validação do CPF e senha.
O valor mínimo para compra é de R$200,00. Os principais títulos negociados são
os títulos federais:
LETRAS FINANCEIRAS DO TESOURO (LTF): título com rentabilidade diária com
base na taxa de juros da economia (taxa Selic). Hoje a taxa Selic é de 16% ao
ano.
LETRAS DO TESOURO NACIONAL (LTN): rentabilidade definida no momento da
compra.
NOTAS DO TESOURO NACIONAL (NTN): rentabilidade com base no IGP-M + juros
definidos no momento da compra.
Se você precisar resgatar seu dinheiro antes do vencimento, o Tesouro Nacional
recompra os títulos todas às quarta-feiras, sem limitação de quantidade ou
valor. Impostos: assim como todas as aplicações de renda fixa, existe incidência
regressiva de IOF no caso de resgate antes de 30 dias e cobrança de imposto de
renda, 20% sobre os rendimentos no período (retido na fonte). Também é cobrado
uma taxa de 0,03% sobre o valor da compra e 0,40% sobre o valor dos títulos como
taxa de custódia no primeiro ano.
ATIVOS DE RENDA VARIÁVEL
São ativos cujo lucro é determinado pela diferença entre o preço de compra, mais
os benefícios (aluguéis, no caso de imóveis ou dividendos, no caso das ações),
menos o preço de venda. Além de ações, existem outros investimentos de renda
variável, como moedas (dólar, euro, iene etc.), commodities (soja, boi, açúcar,
café etc.) e fundos de investimento de renda variável.
1- Fundos de investimentos de renda variável: os ativos que compõem a
carteira dos fundos de investimentos podem ser: ações, renda fixa, mistos,
cambiais, imóveis, títulos de empresas emergentes, etc. Existe uma ampla
variedade de fundos de investimentos, cada qual com sua composição, por isso é
importante que você conheça o seu perfil de investimento para escolher o fundo
mais adequado. Nos sites dos principais bancos (seção investimentos) você poderá
encontrar maiores detalhes sobre cada um dos fundos de investimentos e se ele
está adequado ao seu perfil de investidor. Em geral os fundos com maior
rentabilidade são aqueles de perfil de investimento mais agressivo, onde o risco
é maior.
O valor mínimo de aplicação ou resgate varia muito de fundo para fundo, mas em
geral a aplicação mínima começa a partir de R$ 250,00 o mesmo vale para os
resgates mínimos. A tributação também é semelhante aos fundos de renda fixa, ou
seja, taxa de administração e imposto de renda sobre os ganhos.
2- Investimentos imobiliários: aquisição de bens imóveis como casas,
terrenos, etc. Comprar um apartamento ou sala de escritório com o objetivo de
obter uma renda mensal de aluguel sempre esteve associado a segurança.
Dependendo das características do imóvel, os ganhos com aluguel ficam entre
0,80% e 1,20% ao mês (sem descontar os impostos). Entretanto, investindo em
imóveis você também deve levar em conta a sua baixa liquidez, isto é, se você
precisar vendê-lo com urgência, poderá encontrar dificuldades.
Para minimizar esse e outros riscos, você deve tomar alguns cuidados:
Ao comprar um imóvel, a localização deve ser o primeiro fator a ser considerado.
Evite imóveis que não tenham boa localização – por exemplo, em frente ou
vizinhos a favelas, próximos a viadutos ou onde haja muito barulho, perto de
bares e boates. A segurança e a facilidade de acesso ao trabalho e à escola dos
filhos, bem como a boa infra-estrutura de serviços do bairro (como bancos,
supermercados, escolas e opções de lazer), são fundamentais para a qualidade de
vida e o valor do imóvel. Os imóveis localizados em regiões residenciais com
serviços são os mais fáceis de alugar.
Quem investe em zonas que estão se expandindo também pode lucrar no futuro,
quando a área estiver mais valorizada. Em locais onde existe pouco espaço para
novos empreendimentos, os imóveis existentes tendem a se valorizar sempre.
Na hora de escolher o tipo de imóvel para investir dê preferência para os
imóveis comerciais e residenciais. Os investimentos em terrenos, fazendas,
sítios e casa de praia devem ser vistos com mais cautela pois demoram mais para
valorizar e porque a liquidez do mercado é menor ainda, isto é, mais gente quer
casa para morar do que terreno ou sítio.
No caso comercial, fuja dos imóveis que já perderam valorização, por causa de
localização pouco privilegiada, e que se encontrem deteriorados. Ou, ainda, os
que estejam pouco ocupados, apesar de possuírem tempo de uso.
Quanto aos imóveis usados, há sempre o risco de existir alguma pendência
anterior que impeça a transferência do bem para o comprador. O ideal é ter um
advogado ou uma corretora para garantir a segurança do negócio.
Também existe o risco de inadimplência no caso do aluguel (o inquilino não pagar
o aluguel) e o risco de não conseguir alugar o imóvel por algum tempo, tendo que
arcar sozinho com todas as despesas de manutenção.
Os custos podem acabar pesando no seu bolso, principalmente os que se referem à
manutenção dos imóveis: condomínio, gastos com a faxineira para manter o imóvel
limpo quando não estiver alugado, impostos e taxas, etc. Na hora de alugar é
importante fazer um contrato detalhando a responsabilidade pelos custos de
manutenção do imóvel, só assim você evita disputas e dores de cabeça.
Não se esqueça também dos custos associados com a compra e/ou venda de um
imóvel, como, por exemplo, corretagem, escritura, registro em cartório e imposto
de transmissão. Os altos custos associados ao investimento em imóveis são a
principal razão pela qual eles são considerados investimentos de longo prazo.
Quanto à tributação: dependendo do valor do aluguel o imposto de renda varia
entre 15% e 27,5% dos ganhos. Além disso, se você alugou o imóvel através de uma
corretora, é preciso pagar uma taxa mensal de cerca de 10% do valor do aluguel.
A aplicação em imóveis é para quem pretende aplicar no médio e longo prazos,
então, nunca aplique em imóveis o dinheiro que você vai precisar para pagar
contas, pois você pode acabar tendo problemas no seu orçamento. Se o dinheiro
que você pretende investir na compra do imóvel representar mais de 30% das suas
economias, então você deve analisar bem as outras alternativas de investimentos
para ter certeza que está fazendo um bom negócio. Em resumo, trocando a
rentabilidade pela segurança, a compra de um imóvel pode resultar, no longo
prazo, em um investimento atraente.
3- Dólar: o investimento em dólar é indicado para:
- quem vai viajar para o exterior;
- para quem pretende enviar dinheiro para uma conta aberta no exterior (no
caso quem negocia com importações;
- para quem tem dívidas em dólar ou
- em períodos de grande instabilidade econômica e inflação elevada.
Quem compra dólar como investimento também deve lembrar que há uma boa
diferença entre o preço de compra e o de venda da moeda, o chamado "spread".
Assim, o investimento nesta moeda só valerá a pena se ela subir tanto que
compense essa diferença (como aconteceu na desvalorização do real no começo de
1999), e ainda garanta um bom retorno comparado com os outros investimentos.
Mesmo assim, se você pretende investir em dólar, os fundos referenciados em
dólar são sempre melhor negócio do que ter dinheiro em espécie.
Para quem vai viajar para o exterior: o turista deve levar uma moeda
estrangeira que seja aceita no país que será visitado, ou que possa ser
facilmente trocada por outras, como o dólar norte-americano. Procure acompanhar
a cotação do dólar com antecedência se está economizando para fazer uma viagem
ao exterior, As operações de compra e venda de moeda para pessoas que vão viajar
ao exterior são feitas no chamado mercado de câmbio turismo. A cotação é
expressa em R$ por unidade da outra moeda.
As normas cambiais não impõem limites para compra de moeda estrangeira em casos
de viagens ao exterior. No entanto, de acordo com a resolução 2.524 do
Banco Central, se o valor
comprado ultrapassar R$ 10 mil é preciso declará-lo à
Receita Federal, antes de sair do País. Não há prazo para viajar após a
compra.
Para comprar moeda estrangeira, é preciso apresentar apenas o documento de
identificação (RG). A compra deve ser feita pela própria pessoa. Para os valores
acima de US$ 3.000, o correspondente em moeda nacional deve ser pago por meio de
cheque emitido pelo comprador ou por débito em sua conta corrente. Abaixo deste
valor, a compra pode ser paga em espécie (reais).
Para a venda de moeda em espécie, para as instituições financeiras, não é
preciso apresentar documentos.
Veja abaixo algumas dicas para negociar com o câmbio:
- Não deixe para comprar a moeda estrangeira na última hora. Assim você
tem mais tempo para fazer pesquisa de cotações.
- Há bancos que cobram comissão sobre a compra e venda de moeda
estrangeira. O comprador deve perguntar se há cobrança, porque alguns
funcionários de bancos não avisam, se você não perguntar. Inclua esta
comissão nos custos quando for fazer sua pesquisa de preços.
- Alguns bancos só vendem moeda estrangeira para seus clientes. Informe-se
com antecedência para evitar apuros de última hora.
- Não são todas as agências bancárias que vendem dólares. Além disso, há
horários específicos para a compra e venda de moeda estrangeira. Geralmente,
abrem mais tarde e fecham mais cedo do que as outras operações do banco.
- Casas de câmbio e agências de viagem também podem negociar moedas
estrangeiras, desde que tenham autorização do Banco Central.
- Agências centrais de bancos em São Paulo e no Rio de Janeiro,
especialmente os estrangeiros, operam com outras moedas estrangeiras mais
negociadas, como libra esterlina, marco alemão e iene. No entanto, é preciso
se informar antes, porque nem sempre estas moedas estão disponíveis nas
quantias desejadas.
Quem compra moeda estrangeira em papel-moeda (espécie) corre maiores riscos
de ser roubado ou receber notas falsas, especialmente em negócios com pessoas
não-autorizadas (doleiros ou pessoas físicas). Assim, todo papel-moeda deve ser
comprado em banco autorizado. Porém, mesmo nas instituições autorizadas não há
normas específicas de controle para notas falsas. Cada casa de câmbio tem seus
métodos para verificar a autenticidade de uma nota, utilizando máquinas
específicas. Para guardar seus dólares, procure o aluguel de cofres em bancos,
que além dos dólares, podem guardar outros objetos de valor. É mais seguro que
guardar em casa...
4- Ouro: o preço do ouro no Brasil é fixado em função da variação do
dólar e da variação do preço do metal no mercado internacional. Portanto, tenha
cuidado ao investir nesse mercado, já que a cotação do dólar será decisiva no
rendimento da sua aplicação.
Além disso, em momentos de variação excessiva e incertezas, você pode ter maior
dificuldade de negociação na hora de se desfazer da aplicação. Se decidir
investir procure realizar com uma pequena parcela do seu capital.
Por ser considerada uma aplicação segura, em períodos de crise os investidores
buscam a proteção comprando o metal e o preço sobe. Só que, assim como ele sobe,
pode cair rapidamente, caso diminuam as incertezas do mercado. A vantagem do
ouro é que ainda hoje ele serve como reserva de valor porque em épocas de crise
econômica o metal costuma valorizar-se. Outro atrativo é que, assim como o
dólar, ele é aceito em todo o mundo. Mas o investidor deve observar que o ouro
pode não oferecer uma rentabilidade que faça o investimento superar a inflação
ou acompanhar outros tipos de aplicação, além de que tem liquidez baixa.
Antes de investir em ouro, primeiro o investidor deve analisar qual é seu
objetivo. Se ele pretende fazer seu dinheiro render, obtendo no futuro uma
quantia maior do que aquela que aplicou, o melhor é procurar uma opção de
investimento mais rentável. O ouro pode ser comprado em épocas de inflação alta
ou de crise econômica duradouras, como uma forma de proteger seu dinheiro.
No País, as formas mais conhecidas de aplicação são as operações nos mercados
futuros da
Bolsa de Mercadorias e Futuros, a BM&F. Nesse caso, você não compra
diretamente o ouro físico, mas contratos que serão registrados. Ao depositar o
dinheiro correspondente na bolsa, você recebe uma notificação de que possui um
certificado de ouro, que fica depositado, sob custódia, na bolsa. Se quiser,
depois você pode até retirar o ativo. Para você comprar ouro na BM&F, você não
precisa ir até lá. Basta procurar um banco ou corretora de valores.
Cotação - O valor do metal no Brasil acompanha a variação do preço
internacional e a cotação do dólar aqui.
5- Ações: são títulos negociáveis de renda variável que representam a
menor parcela do capital de uma empresa. Ou seja, ações são como pedaços de uma
empresa. Quando você compra ações de uma empresa é como você possuísse pedaços
dessa empresa. As empresas precisam de dinheiro para financiar suas compras,
ampliar instalações, ampliar os negócios, etc. Para não pegar esse dinheiro
emprestado com os bancos onde os juros são altos, as empresas emitem ações para
levantar o dinheiro sem o pagamento dos juros. Para compensar ela paga aos
sócios (que são os compradores das ações - os acionistas) a participação nos
lucros (dividendos). Esta é uma forma das empresas conseguirem dinheiro com
baixo custo. Quando você compra ações é como se você emprestasse dinheiro para
uma empresa e em troca recebe parte do lucro dela. As ações são conversíveis em
dinheiro a qualquer tempo, sendo negociadas na Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo).
As ações podem ser de dois tipos:
Ordinárias Nominativas ou ON - Têm direito a voto.
Preferenciais Nominativas ou PN - Têm preferência na distribuição de
dividendos.
Você pode comprar tanto ON quanto PN ou os dois tipos, dependendo do seu
objetivo. As PN têm mais liquidez (são mais procuradas) por causa dos dividendos
e por isso seu valor é maior.
Por que investir em ações? Você pode comprar ações por três razões:
renda, investimento ou especulação.
Renda: você pode obter renda mensal, semestral ou anual quando compra
ações de companhias que pagam bons dividendos relativos à cotação de suas ações.
Dividendo é a parte do lucro da companhia que é paga em dinheiro e é
proporcional à quantidade de ações possuídas pelo acionista. Isto quer dizer
que, quanto mais ações você possui, maior o dividendo que você receberá. O
dividendo mínimo é de 25% do lucro líquido.
Investimento: quando uma empresa está em crescimento, ela apresenta
lucros maiores a cada ano. Então, como estão em crescimento, certas empresas
reinvestem parte dos lucros e não distribuem os dividendos aos acionistas, ou
seja, elas reincorporam os lucros no seu patrimônio. Assim, com o patrimônio
maior, o valor das ações sobe. Assim, o acionista também ganha, pois as suas
ações valorizam. A compra de ações para formação de patrimônio e renda deve ser
feita a longo prazo para se tornar segura e lucrativa.
Especulação: significa comprar e vender ações para ganhar com a diferença
no preço. Normalmente são operações de curto prazo, ou seja, você compra uma
determinada ação hoje por um preço e amanhã ou depois, se ela subir, você vende.
Especular com ações pode trazer ganhos altos, pois uma ação pode valorizar 1, 2,
3,... 10% em um dia! O que significa que o dinheiro que você investiu vai
valorizar na mesma proporção. Mas cuidado: da mesma forma os preços podem cair e
seu investimento desvalorizar! Por isso é preciso estar consciente dos riscos
pois esta não é a forma mais segura de se investir em ações.
Existem dois principais riscos ao comprar ações: o risco de mercado, que afeta a
economia global e não depende da escolha de um papel ou de outro; e o risco do
papel, associado especialmente ao ativo em questão:
- Risco de mercado: o valor das ações, ou seja, o seu preço de
compra e venda sofre mudanças resultantes da economia do país e do mundo.
- Risco do papel: varia em função do desempenho da empresa - quando
a empresa tem problemas ou dívidas crescentes, notícias ruins ou maus
resultados, o interesse pela compra das ações diminui e o valor das ações
cai. Muitos outros fatores influenciam os preços das ações, como por exemplo
a política de distribuição de dividendos e de divulgar informação, por isso
é importante fazer uma análise detalhada antes de iniciar um investimento.
O Ibovespa é um índice formado pela média dos preços das 56 ações mais
negociadas na Bovespa. Quando você ouve dizer que a bolsa de São Paulo subiu 3%,
quer dizer que a média dos preços das ações ficou em 3%. Por exemplo: tal ação
subiu 5%, outra caiu 2%, outra subiu 0,5%, etc... Fazendo uma média dos preços
das 56 ações mais negociadas, obtêm-se o Ibovespa. Da mesma forma ocorre com os
índices das bolsas de valores do mundo todo.
As ações de uma empresa são identificadas pelo seu símbolo, que é normalmente
formado pela abreviação do nome da empresa mais um número. Por exemplo:
Petrobrás On = PETR3, Petrobrás Pn = PETR4; Embraer On =EMBR3, etc.
Onde posso comprar ações? Para comprar ações você não precisa ir até a
Bovespa e ficar gritando no telefone (estes são os operadores da bolsa que
negociam as ações, que são funcionários das corretoras). Para investir em ações
você deve entrar em contato com alguma corretora de valores, distribuidoras de
valores ou bancos de investimento e abrir uma conta de investimentos. Você pode
comprar e vender ações dando as ordens diretamente para um corretor. Procure
sempre uma corretora filiada à Bovespa (veja
no site da Bovespa - sociedades corretoras) ou pelo site do
Banco do Brasil. Cada corretora tem uma taxa de corretagem definida (que é a
taxa cobrada por operações de compra e venda). Ao contrário do que muitos
pensam, não é preciso ter muito dinheiro para investir em ações. Se você
pretende investir a longo prazo (ou seja, comprar ações e vendê-las após 1 ou 2
anos), pode fazer investimentos mensais de R$100 ou R$200 por exemplo.
Você também pode fazer e acompanhar seus investimentos através da internet (você
nem precisa sair de casa). A Bolsa de Valores de São Paulo tem um sistema de
compra e venda de ações on-line, o Home Broker, que é feito através dos sites
das corretoras na internet. Através das corretoras na internet as cotações são
atualizadas de 15 em 15 minutos diretamente da Bovespa e você também tem a
assessoria de profissionais para lhe indicar os melhores momentos para compra e
venda de suas ações.
Como funciona o sistema Home Broker da Bovespa: para comprar ações através da
internet, você acessa o site da sua corretora ou banco e entra na área de ações.
Ao clicar em Compra ou Venda, você já estará dentro do ambiente do home broker.
Para acompanhar a sua própria ordem, basta clicar em "acompanhamento de ordens"
e ver o status da mesma.
O investimento em ações é muito comum nos Estados Unidos, onde quase 80% da
população investe em ações. No Brasil está restrito a uma minoria que tem acesso
às informações. Felizmente, para garantir o acesso ao pequeno investidor, a
Bovespa está com um projeto de divulgação chamado "A Bovespa vai até você". Este
projeto leva as informações de como investir em ações para escolas,
universidades, metrô, academia, clubes, praia, etc. Visite também o site da
Bovespa
para maiores informações.
Antes de começar a investir, é interessante que você faça um investimento
simulado. O FolhaInvest
em ação é o simulado do site da Folha de São Paulo e o Desafio InvestShop, o
simulado da corretora Investshop. Você aprende sem colocar seu dinheiro em
risco.
- Saiba maiores detalhes dos investimentos visitando os sites dos principais
bancos. Você encontrará todas as informações necessárias como rentabilidade,
impostos, taxas de administração, prazo de aplicação e resgate, etc.