Negócios / Empreendedorismo - Como abrir um negócio... e não falir
Estudo da consultoria Ernst & Young lista os 13 pecados mortais que podem
derrubar os sonhos de pequenos empreendedores
A propalada capacidade empreendedora dos brasileiros esbarra, cada vez mais, nas
falhas dos próprios idealizadores dos negócios. Creditado, normalmente, às
incertezas em que patina a economia do país, o fracasso da maioria das
iniciativas, no entanto, pode apontar como culpada a pessoa mais interessada no
sucesso da empreitada. Inexperiência e arrogância dos que se aventuram como
empresários são alguns dos fatores por trás do baixo índice de sobrevida das
novas empresas, que, segundo o Sebrae, quatro anos após sua abertura, é de
apenas 40%.
As razões que fazem o sonho do empreendedor se tornar pesadelo foram alvo de uma
pesquisa realizada pela auditoria Ernst & Young este ano. A empresa analisou
mais de cem empresas de diferentes portes de todos os cantos do país. A
repetição dos motivos que levaram à bancarrota em diferentes casos permitiu a
identificação dos 13 pecados capitais do empreendedores.
O crescimento do empreendedorismo no país foi comprovado recentemente por
estatísticas. Estudo divulgado pelo IBGE há três semanas mostrou que, entre 2001
e 2002, o ritmo de crescimento no número de sócios e proprietários de empresas
aumentou 12,3%, ao passo que o crescimento do número de assalariados foi de
apenas 5,7%. O número de empresas que funcionam somente com sócios e
proprietários aumentou 6,3% no período. Das 4,5 milhões de empresas ativas,
99,4% são constituídas de até quatro proprietários.
- As universidades jogam, a cada ano, um número considerável de pessoas
preparadas e capazes, que não são absorvidas pelo mercado de trabalho - analisa
o diretor da Ernst & Young Flávio Peppe, responsável pela pesquisa. - Diante
desse cenário, é comum a opção por investir em negócio próprio. O grande
problema é que eles conhecem bem sua atividade mas não sabem nada sobre finanças
e contabilidade.
O executivo afirma que, mesmo ciente de suas limitações, o empreendedor acaba
tocando o negócio sozinho, parte pelo fato de carregar um certo orgulho pela
iniciativa, parte pela contenção de custos. O resultado, segundo ele, é que
importantes decisões que interferem no futuro e na saúde financeira da empresa
são tomadas sem a devida orientação. Caso da legislação tributária, cujo
desconhecimento de seu funcionamento e das possibilidades de deduções e
compensações pode levar a pagamento desnecessário de impostos.
- O que parece redução de custos no início, pode se tornar um grande prejuízo
num prazo maior - acredita.
Outro erro recorrente, de acordo com o pesquisador, é a mistura perigosa entre
despesas pessoais e o caixa da empresa. Para contornar o problema, diz Peppe, é
importante que a empresa, ao ser constituída e tornar-se legalizada perante o
Fisco, se desenvolva apenas com o capital social investido.
- Se forem necessários recursos extras para a maturação do negócio, devem ser
registrados contabilmente como empréstimos, como seria feito caso o dinheiro
viesse de uma instituição financeira.
Outro problema é que, ao investir dinheiro próprio após a constituição da
empresa, cresce no empreendedor a ansiedade de que o negócio tenha sucesso e
gere lucros. As retiradas, no entanto, são igualmente condenadas.
- A falta de visão a longo prazo também é um pecado que identificamos. Qualquer
negócio demanda um tempo de maturação, que depende do setor de atuação, da
localidade e, claro, das condições macroeconômicas. É preciso respeitar esse
prazo - ensina.
Referência:
sebrae-sc.com
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