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Negócios / Empreendedorismo - Como abrir um negócio... e não falir 

Data: 30/09/2008

 
 
Estudo da consultoria Ernst & Young lista os 13 pecados mortais que podem derrubar os sonhos de pequenos empreendedores

A propalada capacidade empreendedora dos brasileiros esbarra, cada vez mais, nas falhas dos próprios idealizadores dos negócios. Creditado, normalmente, às incertezas em que patina a economia do país, o fracasso da maioria das iniciativas, no entanto, pode apontar como culpada a pessoa mais interessada no sucesso da empreitada. Inexperiência e arrogância dos que se aventuram como empresários são alguns dos fatores por trás do baixo índice de sobrevida das novas empresas, que, segundo o Sebrae, quatro anos após sua abertura, é de apenas 40%.

As razões que fazem o sonho do empreendedor se tornar pesadelo foram alvo de uma pesquisa realizada pela auditoria Ernst & Young este ano. A empresa analisou mais de cem empresas de diferentes portes de todos os cantos do país. A repetição dos motivos que levaram à bancarrota em diferentes casos permitiu a identificação dos 13 pecados capitais do empreendedores.

O crescimento do empreendedorismo no país foi comprovado recentemente por estatísticas. Estudo divulgado pelo IBGE há três semanas mostrou que, entre 2001 e 2002, o ritmo de crescimento no número de sócios e proprietários de empresas aumentou 12,3%, ao passo que o crescimento do número de assalariados foi de apenas 5,7%. O número de empresas que funcionam somente com sócios e proprietários aumentou 6,3% no período. Das 4,5 milhões de empresas ativas, 99,4% são constituídas de até quatro proprietários.

- As universidades jogam, a cada ano, um número considerável de pessoas preparadas e capazes, que não são absorvidas pelo mercado de trabalho - analisa o diretor da Ernst & Young Flávio Peppe, responsável pela pesquisa. - Diante desse cenário, é comum a opção por investir em negócio próprio. O grande problema é que eles conhecem bem sua atividade mas não sabem nada sobre finanças e contabilidade.

O executivo afirma que, mesmo ciente de suas limitações, o empreendedor acaba tocando o negócio sozinho, parte pelo fato de carregar um certo orgulho pela iniciativa, parte pela contenção de custos. O resultado, segundo ele, é que importantes decisões que interferem no futuro e na saúde financeira da empresa são tomadas sem a devida orientação. Caso da legislação tributária, cujo desconhecimento de seu funcionamento e das possibilidades de deduções e compensações pode levar a pagamento desnecessário de impostos.

- O que parece redução de custos no início, pode se tornar um grande prejuízo num prazo maior - acredita.

Outro erro recorrente, de acordo com o pesquisador, é a mistura perigosa entre despesas pessoais e o caixa da empresa. Para contornar o problema, diz Peppe, é importante que a empresa, ao ser constituída e tornar-se legalizada perante o Fisco, se desenvolva apenas com o capital social investido.

- Se forem necessários recursos extras para a maturação do negócio, devem ser registrados contabilmente como empréstimos, como seria feito caso o dinheiro viesse de uma instituição financeira.

Outro problema é que, ao investir dinheiro próprio após a constituição da empresa, cresce no empreendedor a ansiedade de que o negócio tenha sucesso e gere lucros. As retiradas, no entanto, são igualmente condenadas.

- A falta de visão a longo prazo também é um pecado que identificamos. Qualquer negócio demanda um tempo de maturação, que depende do setor de atuação, da localidade e, claro, das condições macroeconômicas. É preciso respeitar esse prazo - ensina.


 
Referência: sebrae-sc.com
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