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Dívidas / Endividado ? - Será que você realmente está em dificuldades financeiras? 

Data: 30/05/2007

 
 

Você está em dificuldades financeiras? O simples fato de se questionar sobre o assunto já é um sinal de que a situação pode ter saído do seu controle. Na dúvida, siga seus instintos, já que o primeiro sinal de que você efetivamente está em dificuldades financeiras tende a ser uma simples sensação de mal estar.

Você fica acordado à noite pensando em como vai pagar suas contas? Arrepende-se depois de ir ao shopping e comprar no cartão? Promete que nunca mais vai fazer isso? Briga com seus pais ou cônjuge por causa de dinheiro? Quando pensa em dinheiro se deprime e é dominado por uma sensação de impotência?

Desequilíbrio emocional é prejudicial
Se você respondeu afirmativamente à maioria destas perguntas, muito provavelmente a sua situação financeira é delicada e exige atenção imediata.

Existem várias razões pelas quais as pessoas gastam mais do que podem. E ainda que a falta de educação financeira contribua para este tipo de comportamento, muitas vezes ele reflete a necessidade de compensar um problema de natureza emocional.

Assim, não são raros os casos de pessoas que se atolam em dívidas para compensar algum tipo de negligência que tenham sofrido, seja dos pais quando eram crianças, dos cônjuges ou algum outro tipo de sentimento de inferioridade. Bastante conhecidas de todos nós, as conseqüências incluem, por exemplo, a perda do emprego, destruição do casamento, abandono da família e até mesmo a deterioração da saúde.

Não importa o que tenha levado você a esta situação. Uma coisa é certa: a saída só é possível se você reconhecer que existe um problema e, neste sentido, a sensação de mal estar mencionada acima é bastante positiva. Ainda assim, existem outras formas mais objetivas de verificar se sua situação financeira merece atenção. Abaixo serão discutidas algumas delas.

De salário em salário
Muitas pessoas vivem de salário em salário, simplesmente porque não ganham bem. Este é o caso, por exemplo, de um rapaz que trabalha como Office boy e precisa sustentar mulher e filho. Neste caso, é muito difícil não viver sempre na expectativa do próximo pagamento. Mas isso não significa que este mesmo rapaz esteja atolado em dívidas.

Por outro lado, existem profissionais bem remunerados que vivem a mesma situação que o Office boy, simplesmente porque não se preocupam em administrar o dinheiro que ganham e cometem erros financeiros básicos, como financiar gastos correntes no cartão de crédito.

Usar o cartão de crédito como forma de gerenciamento da data de vencimento dos seus pagamentos é sinal de que você planeja suas contas, mas quando você usa o crédito rotativo para pagar as compras do supermercado, é hora de acender o sinal vermelho.

Empurrando com a barriga
Por mais que se fale, a maioria das pessoas ainda não entende que o limite do cheque e do cartão não pode, em hipótese alguma, ser visto como renda. Eles servem para complementar o seu orçamento em um momento de emergência, e é só.

Apesar disso, não são raros os casos de pessoas que optam por efetuar apenas o pagamento mínimo da fatura e financiam o restante no crédito rotativo, acreditando que, por ter quitado o mínimo, não estão se atolando em dívidas. Raciocínio semelhante é adotado para o cheque especial, com vários correntistas esperando o próximo pagamento para quitar os juros.

No início, os gastos com juros parecem desprezíveis e administráveis, mas basta um pouco de tempo, que logo o salário já não é suficiente para cobrir os gastos crescentes com juros de uma dívida que nunca é amortizada. Daí para pedir outro cartão, ou abrir uma nova conta corrente, e usar o novo limite para pagar o antigo é um passo!

Sinal vermelho!
Para quem, apesar de não ser capaz de gerenciar o próprio dinheiro, gosta de números, e precisa de uma prova empírica de que sua situação financeira está delicada, é possível calcular seu grau de endividamento.

Para tanto basta uma calculadora, ou simplesmente uma folha de papel e um lápis. Esta é uma metodologia bastante adotada pelas instituições que oferecem crédito, e certamente deve lhe dar uma fotografia bastante boa da sua situação.

Se você só levantou financiamento imobiliário, e isso já é suficiente para tirar o seu sono, vale lembrar que, via de regra, quando a prestação responde por menos de 25% da renda bruta mensal da família, a situação está sob controle.

Ainda que esta análise seja feita no momento da concessão do financiamento, como os prazos envolvidos são longos, não são raros os casos no qual esta relação se deteriora com o passar do tempo, seja porque a amortização da dívida é muito lenta, ou simplesmente porque houve perda de renda.

Mas se você é daqueles que paga financiamento da casa, do carro, e constantemente usa o limite do cartão de crédito, é preciso calcular o grau de endividamento total, ou seja, quanto da sua renda bruta está comprometido com o pagamento de dívidas. Caso o percentual de comprometimento supere 35% está na hora de rever a sua situação financeira.

Não se iluda!
Pode parecer surpreendente, mas muitas das instituições que concedem crédito não efetuam uma análise da dívida consolidada, e se concentram na análise individual da quantia que estão concedendo.

Ainda que este tipo de postura acabe induzindo o devedor a acreditar que sua situação ainda é saudável, quando na verdade já saiu completamente de controle, ele não pode se isentar completamente da culpa pelo seu descontrole financeiro.

Se você não consegue economizar um centavo no final do mês, e já usou todos os limites que tem disponível no cartão e no cheque, provavelmente o seu instinto já lhe disse que está na hora de tomar uma providência com relação à sua situação financeira. Não se iluda! Por mais que você não queira acreditar, seu instinto provavelmente está certo e está na hora de tentar sair do vermelho.



 
Referência: Cegente
Autor: Info Money - Fernanda de Lima
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