Carreira / Emprego - Apesar do trauma, líder pode aprender com quem deixa a empresa
Um processo de demissão é sempre traumático, mesmo quando é o funcionário que
está deixando a equipe. Existem as fofocas nos corredores, que prejudicam o
ambiente, e as atividades que não foram finalizadas, o que acaba por influenciar
no trabalho de muitos profissionais.
Porém, apesar de tudo isso, é possível aprender com a situação. "Uma demissão é
sempre um aprendizado", afirmou a consultora da Robert Half, Adriana Cambiaghi.
De acordo com ela, a maior lição em um processo de desligamento é a
identificação das fragilidades da equipe, da empresa e, principalmente, do
líder.
Conforme Adriana explicou, quando uma pessoa deixa a equipe, é preciso fazer
perguntas para saber o que a incomodava. Questione se o motivo do desligamento é
pessoal ou algo na empresa mesmo. A pessoa simplesmente não gostava do trabalho
que desenvolvia? Então, não é um problema da empresa ou da liderança!
Se for algo na empresa, é preciso analisar se existem rixas entre colegas. "O
líder percebe, com isso, as fragilidades de sua equipe", explicou Adriana.
Existem outros membros da equipe insatisfeitos? Caso a resposta seja positiva, o
problema pode ser na gestão do grupo. "Com esse feedback, o líder consegue se
desenvolver", ponderou.
Emoções à flor da pele
A demissão envolve muitas emoções: medo, ressentimento, ansiedade pelo novo
momento. Por isso, é preciso ter bastante calma durante o processo. De acordo
com Adriana, na maioria das vezes não é possível identificar se o profissional
está dando seu depoimento baseado mais em sentimentos do que na própria razão.
"Não é simples. Por isso, cabe ao líder manter a calma, a tranqüilidade e uma
postura profissional, sempre", disse a consultora.
Como saber se o profissional está embalado pelo emocional? "Se ele começar a
exagerar e a chorar, você sabe que não é profissional, mas emocional". Porém,
nada de ter dó e voltar atrás na decisão.
Uma pesquisa mundial realizada pela Robert Half mostrou que quem pede demissão e
tem uma contra-proposta tende a pedir demissão novamente no prazo de até oito
meses. Isso acontece porque, quando pede a demissão pela primeira vez, a pessoa
já tomou a decisão de sair. Mesmo que fique por mais um tempo, ela vai voltar
atrás.
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