Saúde - Doenças Sexualmente Transmissíveis
Depois do aparecimento dos contraceptivos orais e da liberação dos costumes,
houve um assustador aumento da incidência de doenças sexualmente transmissíveis.
Este aumento ocorreu principalmente entre as décadas de 50 e 70 e, depois disso,
se estabilizou. Nos anos 80 surgiu a Aids, estritamente ligada ao uso de drogas
ilícitas injetáveis e à promiscuidade sexual. Desta forma, é muito importante
conhecer e evitar as doenças que podem ser transmitidas por relações sexuais.
Gonorréia
É transmitida pelo contato sexual e pode atingir a vagina, o reto, a faringe, a
uretra e os olhos. No caso da vagina, a infecção apresenta geralmente poucos
sintomas e, portanto, o diagnóstico é feito observando os parceiros sexuais. No
homem, a infecção é bastante dolorosa e com secreção uretral. É muito importante
fazer o diagnóstico e o tratamento das gestantes, pois a doença pode provocar
uma infecção gravíssima nos olhos dos recém-nascidos, a oftalmite gonocócica. A
prevenção se faz com o uso de preservativos e consultas periódicas ao
ginecologista. Sempre que houver contato não-protegido com parceiro suspeito,
consulte seu médico.
Uretrite não-gonocócica
Doenças causadas habitualmente por dois agentes, clamídia e ureaplasma. Em
mulheres, a infecção apresenta poucos sintomas (corrimento, dor durante a
relação sexual, dor pélvica ou dor para urinar), ou até mesmo nenhum sintoma.
Nos homens, os sintomas (geralmente leves) aparecem de 7 a 28 dias após o
contato: secreção na uretra e dor para urinar, principalmente de manhã. A
prevenção e o diagnóstico se fazem como na gonorréia.
Sífilis
É uma doença muito contagiosa, transmitida sexualmente pelo Treponema pallidum.
Apresenta três fases. Na primária, há o aparecimento de uma lesão indolor
chamada cancro, que desaparece após 4 a 8 semanas, mesmo sem tratamento (o que
não significa que o paciente esteja curado). Na fase secundária, podem surgir
lesões na pele, nos olhos, nos rins, no fígado, nas articulações e nas meninges,
entre outros órgãos. Se a pessoa não se tratar, passa a uma fase latente, na
qual os sintomas desaparecem, e que pode durar anos. Na fase terciária, há o
aparecimento de seqüelas graves, principalmente no sistema nervoso central, no
coração e nos vasos. O diagnóstico é feito com exame de sangue e deve ser feito
rotineiramente, a fim de tratar a doença precocemente. O teste diagnóstico é
obrigatório para gestantes. A prevenção é feita com o uso de preservativos, mas
a doença pode ser transmitida pelo contato da região afetada com qualquer parte
do corpo.
Tricomoníase
O Trichomonas vaginalis é um protozoário e pode causar doença no homem e na
mulher. Nas mulheres, a tricomoníase se manifesta como um corrimento abundante,
amarelo-esverdeado, espumoso e com irritação e dor na vulva e região próxima.
Pode haver dor durante a relação sexual e dificuldade para urinar. Os homens
geralmente não apresentam sintomas. O diagnóstico se faz pelo quadro clínico e
por análise da secreção vaginal. Os preservativos são eficientes para a
prevenção.
Herpes genital
É a infecção causada pelo vírus Herpes simplex, da mesma família do vírus da
catapora, que é muito contagioso e se dissemina por contato sexual. A doença se
manifesta como uma lesão dolorosa, avermelhada, que evolui como pequenas bolhas.
As lesões surgem de 4 a 7 dias depois do contato. Há a tendência (80% dos casos)
de as lesões reaparecerem em momentos de estresse, depressão ou de atividade
sexual mais intensa. Não há tratamento. Durante o período de atividade da doença
aconselha-se a abstinência sexual, uma vez que os preservativos não conferem boa
proteção ao parceiro.
Papilomavírus
O papiloma vírus humano (HPV) está associado às verrugas genitais (condiloma
acuminado) e ao câncer de colo de útero. As verrugas genitais são de diagnóstico
relativamente fácil e devem ser tratadas pelo ginecologista. O uso de
preservativos pode ajudar a prevenir a contaminação do parceiro.
Síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids)
É transmitida por relações sexuais, compartilhamento de seringas e transfusões
de sangue. Atualmente os bancos de sangue mantêm bom controle dos pacientes,
sendo que a Aids transmitida por esta via tem sido cada vez mais rara. A
proporção de homossexuais masculinos era muito maior do que a dos os outros
grupos atingidos pela doença em suas primeiras descrições, mas atualmente o
número de homens e de mulheres que têm adquirido a síndrome é praticamente
igual. Depois que o vírus entra na circulação, ele se desenvolve e se reproduz
dentro de um tipo de célula de defesa, destruindo-a, o que faz com que o
indivíduo tenha as chamadas doenças oportunistas. A prevenção é a melhor arma
contra a doença: use sempre preservativos, não compartilhe seringas e não use
drogas ilícitas injetáveis. Até o momento, não existe um tratamento definitivo
contra a síndrome, mas a sobrevida dos portadores tem aumentado
significantemente.
Existem outras doenças que podem ser transmitidas por meio de relações
sexuais como, por exemplo, a hepatite B, o granuloma inguinal e o linfogranuloma
venéreo. Não se esqueça de que o seu médico é a pessoa mais indicada para tirar
suas dúvidas. Consulte-o sempre que necessário.
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