Carreira / Emprego - Por que os profissionais lotam a agenda, mesmo sem tempo para compromissos?
Imagine o seguinte perfil profissional: uma pessoa que trabalha demais,
dedica-se à empresa mais do que à própria família (perdendo eventos sociais e
pessoais), leva trabalho para casa, não tem nenhum horário na agenda e vive
cercada de informações. Com esses dados, o que você conclui? Que é uma pessoa
importante, competente!
E é exatamente por este motivo que, no mercado de trabalho, as pessoas vivem se
atolando de trabalho. De alguma maneira, o quadro gera certo "status". "Para se
ter idéia, estresse é a doença da moda. Quando uma pessoa fala que não está
estressada é que se pergunta: por quê?", afirmou Christian Barbosa, da empresa
especializada em gestão do tempo e produtividade Tríade do Tempo.
O resultado
O resultado de toda essa realidade: a síndrome da agenda lotada. Não é prática
comum no mercado, mas existem pessoas que colocam na agenda muito mais
compromissos para um dia do que realmente podem assumir.
Na maioria das vezes, isso acontece porque elas realmente acreditam que poderão
fazer tudo aquilo que está programado. O fato é que não levam em consideração
que existem certos imprevistos, que demandam muito tempo do dia.
E a prática não está limitada às pessoas de altos níveis hierárquicos. De acordo
com o consultor, quem lota a agenda tem este perfil pessoal, o que não está
atrelado ao cargo, o que significa que vai do estagiário ao líder da equipe.
Má-fé
Apesar de as pessoas fazerem isso impulsionadas por um perfil pessoal e por uma
tendência do mercado de trabalho, existem casos mais extremos: profissionais que
agem de má-fé e colocam vários compromissos, mesmo sabendo que não poderão
assumi-los, somente para se mostrarem sobrecarregados e para, simplesmente,
poderem aparecer.
"Valoriza-se as pessoas que têm a vida assim: atolada", disse Barbosa, para
explicar o comportamento das pessoas que agem de má-fé.
Diante disso, a qualidade de vida fica num segundo plano. "Sinceramente, a
correria lidera hoje nas empresas, as pessoas focam mais na urgência e nos
compromissos, do que na qualidade de vida. Elas pensam, em primeiro lugar, em
trabalhar para ganhar dinheiro, para depois curtir", explicou.
Revertendo situação
Para reverter essa situação, as pessoas precisam refletir sobre quanto tempo
gastam em cada atividade. Depois de estimar, é recomendável ver quantas cabem na
agenda. Mas espere um pouco: se tem oito horas disponíveis no dia, marque apenas
seis de compromissos, para ter tempo de lidar com os imprevistos!
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